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O Sangue do Olimpo - CAP. XXXV

.. segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Capítulo XXXV - Leo

LEO IMEDIATAMENTE VIU A ENTRADA secreta.
— Ah, isso é lindo.
Ele manobrou o navio de forma a pairar acima das ruínas de Epidauro.
O Argo II não estava em boas condições para voar, mas Leo conseguira fazê-lo subir após uma única noite de trabalho. Com o mundo terminando na manhã seguinte, ele estava extremamente motivado.
O garoto tinha consertado os remos. Injetara água do Rio Estige na parafuseta. Dera à figura de proa, Festus, sua bebida favorita: óleo de motor com molho de pimenta. Até Buford, a Mesa Maravilhosa, havia aparecido chacoalhando pelos andares inferiores com seu mini-Hedge holográfico gritando “PAGUE TRINTA FLEXÕES!” para inspirar o motor.
Finalmente, eles pairavam acima dos destroços do antigo templo do deus da cura, Asclépio, onde tinham esperança de conseguir a cura do médico e talvez ambrosia, néctar e salgadinhos, porque os estoques de Leo estavam acabando.
Ao lado dele no tombadilho, Percy observava, apoiado na amurada.
— Parece que temos mais ruínas — observou.
Seu rosto ainda estava meio esverdeado devido ao veneno, mas pelo menos ele estava vomitando com menos frequência. Somando ele e o enjoo de Hazel, tinha sido impossível encontrar um banheiro vazio nos últimos dias.
Annabeth apontou para a estrutura em forma de disco cerca de cinquenta metros a bombordo.
— Ali.
Leo sorriu.
— Exatamente. Viram? A arquiteta sabe o que está fazendo.
O restante da tripulação se reuniu ao redor deles.
— Nós estamos olhando para o quê? — perguntou Frank.
— Ah, señor Zhang — disse Leo. — Você não fala sempre: “Leo, você é o único gênio de verdade entre os semideuses”?
— Tenho quase certeza de que nunca disse isso.
— Bem, quer dizer que há outros gênios de verdade! Porque um deles deve ter feito aquela obra de arte.
— É um círculo de pedra — disse Frank. — Provavelmente a fundação de um santuário antigo.
Piper balançou a cabeça.
— Não, é mais que isso. Veja os sulcos e as ranhuras esculpidos em torno da borda.
— Parecem os dentes de uma engrenagem — sugeriu Jason.
— E aqueles anéis concêntricos — Hazel apontou para o centro da estrutura, onde rochas curvadas formavam uma espécie de alvo. — Esse padrão me lembra o pingente de Pasifae: o símbolo do Labirinto.
— Hum — Leo franziu a testa. — Bem, eu não tinha pensado nisso. Mas pense como um mecânico. Frank, Hazel... onde vimos círculos concêntricos como esses antes?
— No laboratório sob Roma — disse Frank.
— A fechadura de Arquimedes — lembrou Hazel. — Tinha anéis dentro de anéis.
Percy escarneceu:
— Estão me dizendo que aquilo é uma fechadura de pedra maciça? Tem uns quinze metros de diâmetro.
— Leo pode estar certo — disse Annabeth. — Na Antiguidade, o templo de Asclépio era como o hospital da Grécia. Todo mundo vinha aqui em busca do melhor tratamento. Na superfície, tinha o tamanho de uma cidade, mas supostamente as coisas realmente aconteciam no subsolo. Era lá que os sumos sacerdotes tinham seu CTI, um complexo supermágico acessível apenas por uma passagem secreta.
Percy coçou a orelha.
— Então se aquela coisa redonda enorme é a tranca, como arranjamos a chave?
— Você está atrasado, Aquaman — disse Leo.
— Ei, não me chame de Aquaman. Isso é ainda pior que garoto da água.
Leo se virou para Jason e Piper.
— Vocês dois se lembram da garra de Arquimedes que eu disse que estava construindo?
Jason ergueu uma sobrancelha.
— Achei que você estivesse brincando.
— Ah, meu amigo. Eu nunca brinco quando o assunto são garras gigantes! — Leo esfregou as mãos em antecipação. — É hora de pescar prêmios!

* * *

Em comparação com as outras modificações que Leo tinha feito no navio, a garra mecânica fora moleza. Originalmente, Arquimedes a projetara para lançar navios inimigos para fora da água. Mas Leo tinha encontrado outro uso para ela.
Ele abriu a portinhola de acesso à parte dianteira do casco e estendeu a garra mecânica, guiada pelo monitor no painel de controle e por Jason, que voava lá fora gritando instruções.
— Esquerda! — exclamou Jason. — Um pouco mais... Aí! Tudo bem, pode descer. Continue. Você está indo bem.
Usando o trackpad e um controle, Leo abriu a garra. Os dedos se posicionaram em torno dos sulcos da estrutura circular de pedra. Ele conferiu os estabilizadores aéreos e as imagens no monitor.
— Tudo bem, amiguinho — Leo deu um tapinha na esfera de Arquimedes instalada no timão. — Agora é a sua vez.
Ele ativou a esfera.
A garra começou a girar como um saca-rolha. O mecanismo rodou o círculo externo de pedra, que rangeu e fez um estrondo, mas felizmente não se quebrou. Em seguida, a garra o soltou, agarrou o segundo círculo e o girou no sentido oposto.
Piper, que estava ao lado dele junto do monitor, o beijou no rosto.
— Está funcionando. Leo, você é incrível.
Leo sorriu. Estava prestes a fazer um comentário sobre como ele era mesmo incrível quando se lembrou do plano que tinha combinado com Hazel e Frank e do fato de que podia nunca mais tornar a ver Piper depois do dia seguinte. A piada meio que morreu em sua garganta.
— É, bem... obrigado, Miss Universo.
Abaixo deles, o último anel de pedra girou e parou com um chiado pneumático retumbante. A base de quinze metros de diâmetro afundou, transformando-se em uma escada em espiral.
Hazel soltou o ar dos pulmões.
— Leo, mesmo daqui de cima, estou sentindo coisas ruins no fim dessa escada. Alguma coisa grande e perigosa. Tem certeza de que não quer que eu vá antes?
— Obrigado, Hazel, mas vamos ficar bem — ele deu um tapinha nas costas dela. — Eu, Piper e Jason... nós três somos profissionais com coisas grandes e perigosas.
Frank estendeu o frasco de menta pilosiana.
— Não quebre.
Leo assentiu com seriedade.
— Ok, não quebrar o frasco de veneno mortal. Cara, ainda bem que você avisou. Nunca teria passado pela minha cabeça.
— Cale a boca, Valdez. — Frank lhe deu um abraço de urso. — E cuidado.
— Minhas costelas — gemeu Leo.
— Desculpe.
Annabeth e Percy lhes desejaram boa sorte. Em seguida, Percy pediu licença para ir vomitar.
Jason invocou os ventos e levou Piper e Leo para pousar lá embaixo.

* * *

A escada em espiral descia cerca de vinte metros para então se abrir em uma câmara tão grande quanto o bunker 9, ou seja: enorme.
As lajotas polidas nas paredes e no chão refletiam a luz da espada de Jason tão bem que Leo não precisou acender uma chama. Fileiras de bancos de pedra compridos enchiam toda a câmara, lembrando a Leo uma dessas igrejas imensas que sempre anunciavam lá em Houston. Do outro lado do salão, onde deveria ficar o altar, havia uma estátua de três metros de puro alabastro, uma jovem de túnica branca e sorriso sereno no rosto. A figura tinha uma serpente dourada enrolada no braço e segurava uma taça, com a cabeça do réptil apoiada na borda como se o animal fosse beber.
— Grande e perigosa — comentou Jason.
Piper olhou em volta.
— Aqui devia ser a área de pernoite — sua voz ecoou um pouco alto demais para o gosto de Leo. — Os pacientes dormiam aqui. O deus Asclépio mandava um sonho para eles, dizendo qual cura deveriam pedir.
— Como sabe disso? — perguntou Leo. — Annabeth contou a você?
Piper pareceu ofendida.
— Eu sei das coisas. Aquela estátua é de Hígia, a deusa da boa saúde. É daí que vem a palavra higiene.
Jason observou a estátua com desconfiança.
— E essa cobra e a taça?
— Hum, não tenho certeza — admitiu Piper. — Mas antigamente este lugar, o Asclepeion, era também uma escola de medicina. Todos os melhores doutores-sacerdotes eram treinados aqui. Eles deviam cultuar tanto Asclépio quanto Hígia.
Leo teve vontade de dizer: Tudo bem, o tour foi ótimo. Agora vamos embora.
O silêncio, as lajotas brancas cintilantes, o sorriso assustador no rosto de Hígia... tudo lhe dava vontade de cair fora dali o mais rápido possível. Mas Jason e Piper seguiram pelo corredor principal na direção da estátua, então Leo achou melhor ir atrás deles.
Havia revistas velhas jogadas nos bancos: O melhor para crianças, outono, 20 AEC; A semana na tevê Hefesto: A nova gravidez de Afrodite; A – A revista de Asclépio: Dez dicas simples para tirar o máximo de suas sangrias!
— É uma sala de espera — murmurou Leo. — Odeio salas de espera.
Em alguns pontos, havia pilhas de poeira e ossos espalhados pelo chão, o que não revelava coisas animadoras sobre o tempo de espera.
— Olhem lá — Jason apontou. — Aqueles avisos estavam ali quando chegamos? E aquela porta?
Leo achava que não. Na parede à direita da estátua havia dois painéis eletrônicos. O de cima dizia:

O MÉDICO ESTÁ:
PRESO.

O painel abaixo dizia:

ATENDENDO AGORA A SENHA:
0000000

Jason apertou os olhos.
— Não consigo ler a essa distância. O médico está...
— Preso — completou Leo. — Apolo me avisou que Asclépio estava sendo mantido sob vigilância. Zeus não queria que ele revelasse seus segredos médicos ou algo assim.
— Aposto vinte e um pacotes de jujuba que a estátua é a guardiã — disse Piper.
— Nem vou entrar nessa aposta. — Leo olhou para a pilha de poeira mais próxima. — Bem... acho melhor pegarmos um número.

* * *

A estátua gigante tinha outros planos.
Quando os três chegaram a um metro e meio de distância, ela virou a cabeça e olhou para eles. Sua expressão permaneceu congelada. A boca não se mexeu. Mas uma voz vinda de algum ponto acima dos três ecoou por todo o salão.
— Vocês têm hora marcada?
Piper não perdeu tempo:
— Oi, Hígia! Apolo nos mandou. Precisamos ver Asclépio.
A estátua de alabastro desceu de sua plataforma. Talvez ela fosse mecânica, mas Leo não conseguia ouvir nenhuma parte móvel. Para ter certeza, teria que tocá-la, e ele não queria chegar tão perto.
— Entendo — a estátua não parava de sorrir, apesar do tom aborrecido. — Podem me emprestar a carteirinha do plano de saúde?
— Ah, bem, não trouxemos, mas...
— Não estão com a carteirinha do plano? — A estátua balançou a cabeça. Um suspiro exasperado ecoou pela câmara. — Imagino que vocês também não tenham se preparado para a consulta. Lavaram bem as mãos?
— Hum... sim? — disse Piper.
Leo olhou para as próprias mãos, que, como sempre, estavam sujas de graxa e fuligem. Ele as escondeu às costas.
— Estão usando roupa de baixo limpa? — perguntou a estátua.
— Ei, moça — disse Leo. — Isso está ficando muito invasivo.
— É necessário usar roupa de baixo limpa para ir ao consultório médico — repreendeu Hígia. — Infelizmente, vocês são um risco para a saúde. Vão ter que ser higienizados antes de entrarem.
A serpente dourada se desenrolou e desceu de seu braço, recuou a cabeça e sibilou, exibindo presas que pareciam sabres.
— Ah, sabe — disse Jason — ser higienizado por serpentes gigantes não está incluído em nosso plano de saúde. Droga.
— Ah, isso não tem importância — assegurou-lhes Hígia. — A higienização é um serviço para a comunidade. É gratuito!
A serpente deu o bote.
Leo tinha muita prática em se esquivar de monstros mecânicos, o que foi útil, porque a serpente era rápida e passou a centímetros de sua cabeça. Ele rolou e se levantou com as mãos em chamas. Quando a cobra atacou, ele as lançou na direção de seus olhos, fazendo-a desviar para a esquerda e bater com força em um banco.
Piper e Jason estavam cuidando de Hígia. Eles cortaram os joelhos da estátua com suas lâminas, derrubando-a como uma árvore de Natal de alabastro. A cabeça dela bateu em um banco. Seu cálice virou, derramando ácido por todo o chão. Jason e Piper se aproximaram para matá-la, mas, antes que pudessem golpeá-la, as pernas de Hígia se uniram novamente, como se tivessem ímãs. A deusa se levantou, ainda sorrindo.
— É inaceitável — disse ela. — O médico só vai vê-los quando estiverem devidamente higienizados.
Ela jogou o conteúdo de sua taça na direção de Piper, que saltou para o lado enquanto mais ácido caía nos bancos próximos, dissolvendo a rocha em uma nuvem sibilante de fumaça.
Nesse meio-tempo, a cobra recobrou os sentidos. Seus olhos de metal derretido se consertaram de alguma maneira. Sua cabeça se desamassou e recuperou a inabalável forma, como um capô de carro.
Ela atacou Leo, que se abaixou e tentou agarrá-la pelo pescoço. Foi como tentar segurar uma lixa a sessenta quilômetros por hora. A serpente passou direto, e sua pele áspera de metal deixou as mãos de Leo raladas e sangrando.
O contato rápido, porém, foi suficiente para Leo perceber algumas coisas. A cobra era uma máquina. Ele sentiu seu funcionamento, e se a estátua de Hígia funcionasse de forma parecida, talvez houvesse uma chance...
Do outro lado da câmara, Jason levantou voo e arrancou a cabeça da deusa.
Mas, infelizmente, a cabeça voou direto de volta para seu lugar.
— Inaceitável — disse Hígia, calmamente. — Decapitação não faz parte de um estilo de vida saudável.
— Jason, vem pra cá! — berrou Leo. — Piper, preciso que você ganhe tempo para nós!
Piper olhou para ele como quem diz Falar é fácil.
— Hígia! — gritou ela. — Eu tenho plano de saúde!
Isso chamou a atenção da estátua. Até a cobra dourada se virou para ela, como se plano de saúde fosse alguma espécie de roedor saboroso.
— Plano de saúde? — disse a estátua com avidez. — Qual?
— Hum... Raio Azul — respondeu Piper. — Estou com a carteirinha bem aqui. Só um segundo.
Ela fez uma cena fingindo revistar os bolsos. A cobra rastejou para mais perto a fim de acompanhar.
Jason correu para o lado de Leo, arfando.
— Qual é o plano?
— Não podemos destruir essas coisas — contou Leo. — Elas foram projetadas para se curarem. São imunes a praticamente qualquer tipo de dano.
— Ótimo. Então...?
— Você se lembra do videogame velho de Quíron? — perguntou Leo.
Os olhos de Jason se arregalaram.
— Leo, isso aqui não é o Mario Party 6.
— Mas é o mesmo princípio.
— Modo idiota?
Leo sorriu.
— Preciso que você e Piper distraiam as duas. Vou reprogramar a cobra, depois a grandalhona.
— Hígia.
— Que seja. Pronto?
— Não.
Leo e Jason correram na direção da cobra.
Hígia estava cobrindo Piper de perguntas sobre o plano de saúde.
— A mensalidade está em dia? Ainda está em carência? Quem é sua divindade de contato de emergência?
Enquanto Piper respondia de improviso, Leo pulou sobre as costas da serpente. Dessa vez, ele sabia o que estava procurando, e por um instante a serpente nem pareceu notá-lo. Leo abriu um painel perto da cabeça da cobra. Ele se segurava com as pernas, tentando ignorar a dor e o sangue grudento nas mãos enquanto refazia a fiação da serpente.
Jason estava por perto, pronto para atacar, mas a cobra parecia hipnotizada pelos problemas de Piper com a cobertura do plano Raio Azul.
— Então, a enfermeira que me atendeu disse que eu tinha que ligar para a central de atendimento. E que os medicamentos não estavam cobertos pelo meu plano! E que...
A cobra se moveu bruscamente quando Leo conectou os dois últimos fios. O garoto então saltou das costas dela, e a serpente dourada começou a tremer sem parar.
Hígia voltou o olhar para eles.
— O que vocês fizeram? Minha cobra precisa de cuidados médicos!
— Ela tem plano de saúde? — perguntou Piper.
— O QUÊ?
A estátua voltou sua atenção para Piper, e Leo saltou. Jason invocou uma rajada de vento, que carregou Leo até os ombros da estátua, como um menininho na corcunda do pai. Leo abriu a parte de trás da cabeça de Hígia enquanto ela andava sem rumo pela câmara derramando ácido.
— Saia daí! — berrou ela. — Isso não é higiênico.
— Ei! — berrou Jason, voando em círculos ao redor dela. — Eu tenho algumas perguntas sobre as minhas carências!
— O quê!? — exclamou a estátua.
— Hígia! — gritou Piper. — Preciso de um recibo para o imposto de renda!
— Não, por favor!
Leo encontrou o chip de controle da estátua. Apertou alguns botões e puxou alguns fios, tentando fingir que Hígia fosse um console da Nintendo, só que grande e perigoso.
Ele reconectou os circuitos, e Hígia começou a girar, gritando e agitando os braços. Leo pulou para longe dela, evitando um banho de ácido.
Todos os semideuses recuaram enquanto Hígia e sua cobra pareciam ter um ataque epilético.
— O que você fez? — perguntou Piper.
— Modo idiota — explicou Leo.
— Como?
— Lá no acampamento — explicou Jason — Quíron tinha um jogo antigo na sala de recreação. Leo e eu jogávamos de vez em quando. Você compete contra, tipo, adversários controlados pelo computador. Era bem tosco...
— E tinha três níveis de dificuldade — cortou Leo. — Fácil, médio e difícil.
— Eu já joguei videogames — disse Piper. — Então o que você fez?
— Bem, eu me cansei do jogo — Leo deu de ombros. — Então inventei um quarto nível de dificuldade: o modo idiota. Ele faz os adversários agirem de maneira tão estúpida que fica engraçado. Eles sempre escolhem exatamente a coisa errada a fazer.
Piper olhava para a estátua e a cobra. Ambas se contorciam e começavam a soltar fumaça.
— Tem certeza de que botou as duas em modo idiota?
— Vamos descobrir em um minuto.
— E se você botou em dificuldade extra?
— Vamos descobrir isso também.
A cobra parou de se contorcer, se enroscou e olhou ao redor, como se estivesse muito confusa.
Hígia congelou. Uma nuvem de fumaça saiu de sua orelha direita. Ela olhou para Leo.
— Você deve morrer! Olá! Você deve morrer!
Ela levantou a taça e derramou ácido no próprio rosto. Depois se virou e andou até dar de cara com a parede mais próxima. A serpente deu o bote e bateu com a cabeça várias vezes no chão.
— Tudo bem — disse Jason. — Acho que conseguimos o modo idiota.
— Olá! Morram!
Hígia se afastou da parede e bateu com a cara de novo.
— Vamos embora.
Leo correu na direção da porta de metal perto da plataforma. Ele segurou a maçaneta. Ainda estava trancada, mas Leo sentiu os mecanismos em seu interior, fios correndo pelo portal, conectados com...
Ele olhou para os dois painéis que piscavam acima da porta.
— Jason, me dê uma ajudinha.
Outra rajada de vento o ergueu no ar. Leo começou a trabalhar com seus alicates, reprogramando os painéis até o do alto se acender com a mensagem:

O MÉDICO ESTÁ:
NA PISTA PRA NEGÓCIO.

O painel de baixo dizia:

ATENDENDO AGORA A SENHA:
AS GATAS SE AMARRAM NO LEO!

A porta de metal se abriu, e Leo desceu até o chão.
— Viu, a espera não foi das piores! — Leo sorriu para os amigos. — O doutor vai nos atender agora.

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