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O Sangue do Olimpo - CAP. XXX

.. segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Amanhã (17/11/2014) terminarei de postar o livro inteiro. Desculpem-me a demora, tive problemas com o computador e também em relação à escola, já que termino este ano letivo.

Capítulo XXX - Nico

O TREINADOR HEDGE ESCOLHEU AQUELE exato momento para surgir de repente na clareira agitando um aviãozinho de papel e gritando:
— Boas notícias, pessoal!
Ele congelou quando viu o romano.
— Ah... deixa pra lá.
Então rapidamente amassou o aviãozinho e o comeu.
Reyna e Nico se levantaram. Aurum e Argentum correram para o lado dela e rosnaram para o estranho.
Nico não entendia como aquele cara tinha chegado tão perto sem que nenhum deles percebesse.
— Bryce Lawrence — disse Reyna. — O mais novo cão de caça de Octavian.
O romano inclinou a cabeça. Tinha olhos verdes, mas não da cor do mar, como os de Percy... eram mais como o verde do lodo que se acumula no fundo de um lago.
— O áugure tem muitos cães de caça — disse Bryce. — Eu sou apenas o que teve a sorte de encontrar vocês. Seu amigo graecus aqui. — Ele apontou com o queixo para Nico. — Foi fácil segui-lo. Ele carrega o mau cheiro do Mundo Inferior.
Nico desembainhou a espada.
— Você conhece o Mundo Inferior? Posso providenciar uma visita se quiser.
Bryce riu. Seus dentes da frente eram de dois tons diferentes de amarelo.
— Acha que pode me assustar? Sou descendente de Orco, o deus dos juramentos quebrados e da punição eterna. Já ouvi de perto os gritos que ecoam nos Campos de Punição. São música para meus ouvidos. Logo vou acrescentar ao coral mais uma alma condenada — ele sorriu para Reyna. — Patricídio, hein? Octavian vai adorar essa notícia. Você está presa por múltiplas violações da lei romana.
— Sua presença aqui é contra a lei romana — disse Reyna. — Os romanos não saem em missão sozinhos. É necessário um líder com posto de centurião ou mais alto. Você está in probatio. E mesmo esse posto já é demais para você. Não tem o direito de me prender.
Bryce deu de ombros.
— Em tempos de guerra, algumas regras precisam ser flexíveis. Mas não se preocupe. Como recompensa por levá-la a julgamento, me tornarei membro efetivo da legião. Imagino que serei também promovido a centurião. Não tenho dúvidas de que haverá vagas depois da batalha que se aproxima. Alguns oficiais não vão sobreviver, ainda mais se escolherem o lado errado.
O treinador ergueu o taco.
— Não conheço a etiqueta romana, mas posso arrebentar esse garoto agora?
— Um fauno — disse Bryce. — Interessante. Eu soube que os gregos realmente confiavam em seus homens-bode.
Hedge baliu.
— Eu sou um sátiro. E pode acreditar que vou enfiar este bastão na sua cabeça, seu pivete.
O treinador avançou, mas assim que seu pé tocou o monumento, ouviu-se um estrondo e as pedras começaram a se mexer, como se fervilhassem. Vários guerreiros esqueléticos irromperam do cemitério, spartoi vestindo os restos esfarrapados de casacas vermelhas, o antigo uniforme britânico.
Hedge tentou fugir, mas os primeiros dois esqueletos o seguraram pelos braços e o levantaram do chão. O treinador deixou o taco cair e ficou chutando o ar com os cascos.
— Ei, me soltem, seus cabeça de osso idiotas! — berrava ele.
Nico viu, paralisado, mais soldados britânicos jorrarem para fora do túmulo, cinco, dez, vinte, multiplicando-se tão depressa que Reyna e seus cães de metal foram cercados antes que o menino pudesse sequer pensar em levantar a espada.
Como ele podia não ter detectado que sob seus pés havia tantos mortos?
— Eu já ia esquecendo: na verdade, não estou sozinho nesta missão. Como podem ver, tenho apoio. Estes soldados britânicos prometeram misericórdia às tropas coloniais. Mas depois as chacinaram. Pessoalmente, gosto de um bom massacre, mas como eles quebraram o juramento, seus espíritos foram amaldiçoados, portanto estarão para sempre sob o poder de Orco. O que significa que estão também sob o meu controle. — Ele apontou para Reyna. — Peguem a garota.
Os spartoi avançaram. Aurum e Argentum derrubaram os primeiros, mas foram rapidamente dominados e forçados ao chão. Mãos esqueléticas cobriam-lhes o focinho, apertando com força. Os britânicos agarraram Reyna pelos braços. Para mortos-vivos, aquelas criaturas eram surpreendentemente rápidas.
Nico finalmente despertou do transe. Ele atacou os spartoi, mas sua espada os atravessava inutilmente. Tentou transmitir a ordem de se dissolverem, mas os esqueletos agiram como se ele não existisse.
— Qual o problema, filho de Hades? — perguntou Bryce, fingindo piedade. — Perdendo o dom?
Nico tentou abrir caminho entre os esqueletos, mas eram numerosos demais. Era como se Bryce, Reyna e o treinador Hedge estivessem do outro lado de um muro de metal.
— Nico, fuja daqui! — ordenou Reyna. — Pegue a estátua e vá.
— Isso, boa ideia! — concordou Bryce. — É claro, você sabe que seu próximo salto nas sombras será o último. Sabe que não tem força para sobreviver a mais um. Mas, por favor, leve a Atena Partenos.
Nico baixou o olhar. Ele ainda segurava a espada estígia, mas suas mãos estavam escuras e transparentes como vidro fumê. Mesmo sob a luz direta do sol, ele estava se dissolvendo.
— Pare com isso! — gritou ele.
— Ora, eu não estou fazendo nada — disse Bryce. — Mas estou curioso para ver o que vai acontecer. Se você levar a estátua, vai desaparecer com ela para sempre, mergulhar no esquecimento. Se não levá-la... bem, tenho ordens de entregar Reyna viva para ser julgada por traição. Quanto a você, ou ao fauno, não recebi nenhuma ordem parecida.
— Sátiro! — berrou o treinador, dando um chute na virilha ossuda de um esqueleto. Aparentemente, o golpe doeu mais em Hedge do que no soldado morto. — Ai! Britânicos mortos idiotas!
Bryce cutucou a barriga do treinador com a ponta do pilum, dizendo:
— Quero ver o nível de tolerância à dor deste aqui. Já testei todo tipo de animal. Cheguei a matar meu próprio centurião, certa vez. Nunca experimentei em um fauno... perdão, um sátiro. Vocês reencarnam, não é mesmo? Quanto de dor vocês aguentam antes de virarem um canteiro de margaridas?
A raiva de Nico tornou-se fria e sombria como sua espada. Ele já havia sido transformado em algumas plantas, e não tinha gostado nada da experiência. Nico odiava gente como Bryce Lawrence, que provocava dor por pura diversão.
— Deixe-o em paz — alertou Nico.
Bryce ergueu uma sobrancelha.
— Senão... o quê? Gostaria muito que você usasse seus poderes do Mundo Inferior, Nico. Eu adoraria ver. Estou com a ligeira impressão de que qualquer esforço grande vai fazer você desaparecer para sempre. Vá em frente.
Reyna tentava avançar.
— Bryce, deixe-os. Se você me quer como prisioneira, tudo bem. Vou de boa vontade e encaro o tribunal idiota de Octavian.
— Bela proposta — Bryce virou a lança, deixando a ponta pairar a alguns centímetros dos olhos de Reyna. — Você não sabe mesmo o que Octavian planejou, sabe? Ele anda ocupado usando sua influência, gastando o dinheiro da legião.
Reyna cerrou os punhos.
— Octavian não tem o direito de...
— Ele tem o direito do poder — retrucou Bryce. — Você abriu mão de sua autoridade quando fugiu para as terras antigas. No dia primeiro de agosto, seus amigos gregos do Acampamento Meio-Sangue vão descobrir como Octavian é um inimigo poderoso. Tive acesso aos projetos dele para algumas máquinas de guerra... Até eu fiquei impressionado.
Nico sentiu como se seus ossos estivessem virando hélio, como daquela vez em que o deus Favônio o transformara em vento. Então os olhos dele encontraram os de Reyna. Nico sentiu a força dela preenchê-lo, uma onda de coragem e vitalidade que o fez se sentir substancial de novo, ancorado ao mundo mortal. Mesmo cercada pelos mortos e encarando a ameaça de execução, Reyna Ramírez-Arellano tinha um enorme reservatório de coragem a transmitir.
— Nico — disse ela — faça o que você tem que fazer. Eu lhe dou cobertura.
Bryce deu uma risadinha. Estava obviamente se divertindo.
— Ah, Reyna. Você dá cobertura a ele? Vai ser tão divertido arrastá-la até um tribunal, forçá-la a confessar que matou o próprio pai. Espero que eles a executem à moda antiga: que a joguem em um saco de pano com um cão raivoso, costurem você lá dentro e atirem o saco em um rio. Sempre quis ver isso. Mal posso esperar para que todos saibam do seu segredinho.
Para que todos saibam do seu segredinho.
A ponta do pilum riscou o rosto de Reyna, deixando uma linha de sangue.
E foi então que a fúria de Nico explodiu.

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