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O Sangue do Olimpo - CAP. XXVII

.. segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Capítulo XXVII - Jason

JASON ODIAVA BASILISCOS.
As criaturinhas desprezíveis adoravam se esconder sob os templos de Nova Roma. Na época em que Jason era centurião, sua coorte sempre ficava com a tarefa nada popular de eliminar seus ninhos.
Um basilisco não parecia grande coisa – era apenas uma cobra do tamanho de um braço, com olhos amarelos e uma coroa de pele branca – mas se movia rápido e podia matar qualquer coisa que tocasse. Jason nunca tinha enfrentado mais que dois de uma vez. Agora havia uma dúzia nadando em torno das pernas do gigante. A única coisa boa: embaixo d’água, basiliscos não conseguiriam cuspir fogo, mas isso não os tornava nem um pouco menos mortíferos.
Duas das serpentes se lançaram sobre Percy. Ele as cortou ao meio.
As outras dez giravam em torno dele, mas fora do alcance de sua espada. Ziguezagueavam de um lado para outro em um padrão hipnótico, à procura de uma brecha. Uma mordida, um toque, seria o suficiente.
— Ei! — gritou Jason. — Não vão me dar um pouco de atenção?
As cobras o ignoraram.
O mesmo fez o gigante, que havia se afastado e agora assistia a tudo com um sorriso presunçoso, aparentemente satisfeito por seus animais de estimação estarem prestes a fazer a matança.
— Cimopoleia — Jason fez um grande esforço para pronunciar corretamente o nome dela — você tem que parar com isso.
Ela o encarou com seus olhos brancos e reluzentes.
— Por que eu faria isso? A Mãe Terra me prometeu poderes ilimitados. Você pode fazer uma oferta melhor?
Uma oferta melhor...
Ele percebeu uma abertura... um espaço para negociar. Mas o que ele tinha que uma deusa das tempestades poderia querer?
Os basiliscos fecharam o círculo. Percy os afastou com correntes de água, mas eles apenas continuaram girando ao seu redor.
— Ei, basiliscos! — gritou Jason.
Nenhuma reação. Ele podia atacar, romper o círculo e ajudar, mas, mesmo juntos, ele e Percy não teriam nenhuma condição de enfrentar dez basiliscos ao mesmo tempo. Ele precisava de uma ideia melhor.
Jason olhou para cima. Uma tempestade furiosa trovejava na superfície, mas eles estavam centenas de metros abaixo. Ele não ia conseguir invocar raios estando no fundo do mar, ia? E mesmo que conseguisse, a água conduzia eletricidade um pouco bem demais. Ele poderia acabar fritando Percy.
Mas Jason não conseguiu pensar em nenhuma opção melhor, então ergueu sua espada. Imediatamente a lâmina brilhou vermelha como brasa.
Uma nuvem de luz amarela difusa desceu ondulante até as profundezas, como se alguém tivesse derramado neon líquido na água. A luz acertou a espada de Jason para então se dividir em dez raios diferentes, acertando os basiliscos.
Os olhos dos basiliscos escureceram. Suas coroas de pele se desintegraram. Todas as dez serpentes viraram de barriga para cima e passaram a boiar na água, mortas.
— Da próxima vez, olhem para mim quando eu estiver falando com vocês.
O sorriso de Polibotes azedou.
— Você está assim tão ansioso para morrer, romano?
Percy levantou a espada e se lançou sobre o gigante, mas Polibotes moveu a mão pela água e deixou um arco de veneno negro oleoso. Percy avançou antes que Jason pudesse gritar Cara, o que você está fazendo?
Ele deixou Contracorrente cair, ofegou e agarrou a garganta. O gigante arremessou sua rede com pesos, e o garoto desabou no chão, completamente preso, enquanto o veneno ia se adensando ao seu redor.
— Solte-o! — A voz de Jason saiu aguda por causa do pânico.
O gigante riu.
— Não se preocupe, filho de Júpiter. Seu amigo vai demorar muito tempo para morrer. Depois de todo o trabalho que ele me deu, eu jamais o mataria depressa.
Nuvens tóxicas se expandiram em torno do gigante, enchendo as ruínas como fumaça densa de charuto. Jason saltou para trás depressa. Não foi rápido o suficiente, mas seu ventus se revelou um filtro útil. Enquanto ele era envolvido pelo veneno, o furacão em miniatura girou mais rápido e repeliu as nuvens. Cimopoleia torceu o nariz e afastou a escuridão com um aceno, mas, fora isso, ela parecia não se afetar.
Percy se contorcia dentro da rede, e seu rosto estava ficando verde. Jason correu para ajudá-lo, mas o gigante o deteve com seu tridente enorme.
— Ah, não posso deixar que você acabe com minha diversão —  repreendeu Polibotes. — O veneno vai matá-lo, mas primeiro vem a paralisia e horas de dor excruciante. Quero que ele tenha a experiência completa! Ele pode assistir enquanto destruo você, Jason Grace!
Polibotes avançou lentamente, dando a Jason bastante tempo para contemplar a torre de três andares de armadura e músculos que seguia em sua direção.
Ele se esquivou do tridente e, tomando impulso para a frente com a ajuda do ventus, enfiou a espada na perna reptiliana do gigante. Polibotes soltou um urro e cambaleou; icor dourado jorrava de seu ferimento.
— Leia! — gritou Jason. — É isso mesmo o que você quer?
A deusa das tempestades parecia muito entediada, girando preguiçosamente seu disco de metal.
— Poder ilimitado? Por que não?
— Mas vai ser divertido? — perguntou Jason. — Então você destrói nosso navio. Acaba com toda a faixa litorânea do mundo. Depois que Gaia destruir a civilização humana, quem vai restar para temê-la? Você vai continuar desconhecida.
Polibotes se virou.
— Você é uma desgraça, filho de Júpiter. Vou destruí-lo!
Jason tentou invocar mais raios. Nada aconteceu. Se um dia ele encontrasse seu pai, teria que solicitar um aumento em sua cota diária de raios.
Ele conseguiu desviar das pontas do tridente novamente, mas o gigante usou a haste para acertá-lo no peito.
Jason cambaleou para trás, espantado e dolorido. Polibotes avançou para matá-lo. Quando o tridente ia perfurá-lo, o ventus de Jason agiu por conta própria: girou em espiral de lado e o lançou do outro lado do pátio, a dez metros de distância.
Obrigado, parceiro, pensou Jason. Devo a você uns purificadores de ar.
Ele não soube dizer se o ventus gostou daquela ideia ou não.
— Na verdade, Jason Grace — disse Leia, examinando as unhas — agora que você falou nisso, eu gosto mesmo de ser temida por mortais. Não sou temida o suficiente.
— Eu posso ajudar você com isso!
Jason desviou de outro golpe do tridente. Ele transformou seu gládio em uma lança e espetou Polibotes no olho.
— ARGH!
O gigante cambaleou.
Percy se contorcia na rede, mas seus movimentos estavam ficando mais lentos. Jason precisava se apressar. Tinha que levar Percy para a enfermaria do navio, e se a tempestade continuasse com aquela força acima deles, não haveria nenhuma enfermaria para onde levá-lo.
Ele correu para o lado de Leia.
— Você sabe que os deuses dependem dos mortais. Quanto mais cultuamos vocês, mais poderosos vocês ficam.
— Como posso saber? Eu nunca fui cultuada!
Ela ignorou Polibotes, que agora corria desabalado em torno dela, tentando arrancar Jason de seu redemoinho de vento. Jason fazia o possível para manter a deusa entre eles.
— Eu posso mudar isso — prometeu ele. — Eu mesmo vou providenciar um santuário para você na Colina dos Templos em Nova Roma. O seu primeiro santuário romano! Também vou erguer um no Acampamento Meio-Sangue, na costa do Estreito de Long Island. Imagine, ser cultuada...
— E temida.
—... e temida tanto por gregos quanto por romanos. Você vai ser famosa!
— PARE DE FALAR!
Polibotes golpeou com o tridente como se fosse um taco de beisebol.
Jason se agachou; Leia, não. O gigante a acertou com tanta força nas costelas que fios de seu cabelo de água-viva se soltaram e saíram boiando pela água envenenada.
Os olhos de Polibotes se arregalaram.
— Desculpe, Cimopoleia. Você não devia ter ficado no caminho!
— NO CAMINHO? — A deusa se aprumou. — Eu estou no caminho?
— Você o ouviu — disse Jason. — Você não passa de um instrumento para os gigantes. Eles vão abandoná-la assim que conseguirem destruir os mortais. Aí, não haverá mais semideuses, nem templos, nem medo, nem respeito.
— MENTIRAS! — Polibotes tentou acertá-lo, mas Jason se escondeu atrás do vestido da deusa. — Cimopoleia, quando Gaia reinar, você vai poder comandar tempestades com toda a fúria que quiser!
— Haverá mortais para aterrorizar? — perguntou Leia.
— Bem... não.
— Navios para destruir? Semideuses para se curvarem de medo?
— Hum...
— Me ajude — pediu Jason. — Juntos, uma deusa e um semideus podem matar um gigante.
— Não! — De repente, Polibotes pareceu ficar muito nervoso. — Não, isso é uma péssima ideia. Gaia ficará muito aborrecida!
— Se Gaia despertar — disse Jason. — A poderosa Cimopoleia pode nos ajudar a impedir que isso aconteça. Aí, todos os semideuses vão honrá-la muito.
— Eles vão ficar aterrorizados?
— Demais! Além de botar seu nome na programação de verão. Um estandarte personalizado. Um chalé no Acampamento Meio-Sangue. Dois santuários. E ainda incluo um action figure seu.
— Não! — protestou Polibotes. — Direitos comerciais, não!
Cimopoleia virou-se para o gigante.
— Infelizmente, esse acordo é melhor do que o oferecido por Gaia.
— Isso é inaceitável! — berrou o gigante. — Você não pode confiar nesse romano desprezível!
— Se eu não cumprir minha promessa — disse Jason — Leia pode me matar quando quiser. Mas com Gaia ela não tem garantia nenhuma.
— Ótimo argumento — concordou Leia.
Enquanto Polibotes se esforçava para encontrar uma resposta, Jason avançou e enfiou sua lança na barriga do gigante.
Leia tirou seu disco de bronze do pedestal.
— Diga adeus, Polibotes.
Ela arremessou o disco no pescoço do gigante. A borda do disco, por acaso, era afiada.
Polibotes achou difícil dizer adeus, já que não tinha mais cabeça.

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