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O Sangue do Olimpo - CAP. XLVI

.. segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Capítulo XLVI - Nico

ALCANÇARAM O PRIMEIRO ONAGRO JUSTO quando o caos irrompeu na legião.
Gritos se ergueram da Quinta Coorte, na extremidade final das fileiras. Legionários debandavam e largavam seus pila. Uma dúzia de centauros avançava correndo através da formação de romanos, gritando e brandindo suas clavas. Uma horda de homens de duas cabeças os seguiu, batendo em tampas de lata de lixo de metal.
— O que está acontecendo lá embaixo? — perguntou Lou Ellen.
— É a nossa chance — disse Nico. — Vamos.
Todos os guardas tinham se amontoado do lado direito do onagro, tentando ver o que acontecia lá embaixo, o que deu a Nico e aos outros caminho livre pela esquerda. Eles passaram despercebidos a pouco mais de um metro do romano mais próximo. Pelo visto, a magia da Névoa de Lou Ellen estava mesmo funcionando.
Eles saltaram a trincheira de arame farpado para alcançar o onagro.
— Trouxe um pouco de fogo grego — sussurrou Cecil.
— Não — disse Nico. — Se provocarmos um estrago muito óbvio, nunca vamos chegar aos outros a tempo. Você consegue recalibrar a mira? Tipo, fazer esta máquina mirar na direção da trajetória dos outros onagros?
Cecil abriu um sorriso malicioso.
— Ah, gostei dessa sua linha de raciocínio. Saiba que eles me mandaram porque estragar as coisas é minha especialidade.
E lá foi ele iniciar os trabalhos. Nico e os outros ficaram vigiando.
Enquanto isso, a Quinta Coorte se digladiava com os homens de duas cabeças. A Quarta chegou para ajudar; as outras três coortes ficaram em suas posições, mas os oficiais estavam com dificuldades para manter a ordem.
— Tudo bem — anunciou Cecil. — Vamos em frente.
Eles seguiram pela encosta até outro onagro.
Dessa vez, a Névoa não funcionou tão bem. Um dos homens que protegiam o onagro gritou:
— Ei!
— Deixem comigo — disse Will.
Ele saiu correndo (a distração mais idiota que Nico podia imaginar), e seis guardas foram em seu encalço.
Os outros romanos partiram para cima de Nico, mas Lou Ellen surgiu da Névoa, gritando:
— Ei, pensem rápido!
Ela jogou para o alto uma bola branca do tamanho de uma maçã, que o romano no centro do grupo pegou instintivamente. Uma explosão se seguiu, fazendo subir no ar uma esfera de seis metros de poeira. Quando a poeira baixou, todos os seis romanos tinham virado leitõezinhos rosados a guinchar.
— Muito bom — disse Nico.
Lou Ellen corou.
— Bem, era a única bola de porco que eu tinha. Por isso, não peçam bis.
— E, hã... — Cecil apontou. — É melhor alguém ajudar Will.
Mesmo com as pesadas armaduras que vestiam, os romanos começavam a se aproximar de Will. Nico xingou e saiu correndo atrás deles.
Se pudesse evitar, ele preferia não matar mais semideuses. E, felizmente, isso não foi necessário. Ele derrubou o romano retardatário, e os outros se viraram. Nico saltou no meio do grupo, chutando-os na virilha, batendo no rosto de todos com a lateral da espada e amassando seus elmos com o cabo. Em dez segundos, todos os romanos estavam no chão gemendo, atordoados.
Will deu um soquinho no ombro de Nico.
— Obrigado pela ajuda. Seis de uma vez não é nada mau.
— Nada mau? — Nico olhou com raiva para ele. — Da próxima vez vou deixar pegarem você, Solace.
— Ah, eles nunca iam conseguir me pegar.
Cecil acenou para eles do onagro, avisando que tinha terminado.
Todos seguiram na direção da terceira máquina de cerco.
Nas fileiras da legião, o caos continuava reinando, mas os oficiais começavam a retomar o controle. A Quarta e a Quinta Coortes se reagruparam enquanto a Segunda e a Terceira atuavam como tropa de choque, empurrando centauros, cinocéfalos e homens de duas cabeças de volta para os respectivos acampamentos. A Primeira Coorte permaneceu perto do onagro – perto demais para o gosto de Nico – mas todos pareciam estar prestando atenção em dois oficiais que desfilavam diante deles gritando ordens.
Nico esperava que eles conseguissem chegar sem ser vistos à terceira máquina de cerco. Com mais um onagro sabotado, talvez eles tivessem uma chance.
Infelizmente, porém, os guardas os avistaram a vinte metros de distância. Um deles gritou:
— Ali!
Lou Ellen xingou.
— Eles agora estão esperando um ataque. A Névoa não funciona bem contra inimigos alertas. Vamos fugir?
— Não — disse Nico. — Vamos dar a eles o que estão esperando.
Ele estendeu as mãos. O chão em frente aos romanos pareceu explodir, e cinco esqueletos irromperam, arrastando-se para fora da terra. Cecil e Lou Ellen avançaram, para ajudar no ataque. Nico tentou ir também, mas teria caído de cara no chão se Will não o tivesse segurado.
— Seu idiota — Will passou um braço em torno dele para ajudá-lo a se firmar. — Eu avisei para você não usar mais magia do Mundo Inferior.
— Eu estou bem.
— Cale a boca. Que bem o quê.
Will tirou do bolso um pacote de chiclete.
Nico queria se soltar; odiava contato físico. Mas Will era muito mais forte do que parecia. Nico se viu sustentado por ele, confiando em seu apoio.
— Tome — disse Will.
— Você quer que eu masque chiclete?
— É medicinal. Deve manter você vivo e alerta por mais algumas horas.
Nico enfiou um chiclete na boca.
— Tem gosto de piche e terra.
— Pare de reclamar.
— Ei — Cecil se aproximou mancando; parecia ter distendido um músculo. — Vocês dois meio que perderam a luta.
Lou Ellen chegou em seguida, sorrindo. Atrás deles, todos os guardas romanos estavam presos em uma mistura bizarra de cordas e ossos.
— Obrigada pelos esqueletos — disse ela. — Grande truque.
— Que ele não vai fazer outra vez — disse Will.
Nico percebeu que ainda estava apoiado em Will. Ele se afastou e se manteve de pé sozinho.
— Eu vou fazer o que for necessário.
Will revirou os olhos.
— Tudo bem, Garoto da Morte. Se você quer se matar...
— Não me chame de Garoto da Morte!
Lou Ellen limpou a garganta.
— Ei, pessoal...
— LARGUEM AS ARMAS!
Nico se virou. A luta próxima ao terceiro onagro não tinha passado despercebida.
Toda a Primeira Coorte avançava sobre eles, lanças em punho e escudos em posição. Octavian marchava à frente, com um manto roxo sobre a armadura, joias de ouro imperial reluzindo no pescoço e nos braços e, na cabeça, uma coroa de louros, como se já tivesse vencido a batalha. Ao lado dele estava o porta-estandarte da legião, Jacob, levando a águia dourada, e seis imensos cinocéfalos, arreganhando os caninos, suas espadas emitindo um brilho vermelho.
— Ora, ora — disse Octavian —, sabotadores graeci. — Ele se virou para seus guerreiros com cabeça de cachorro. — Acabem com eles.

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