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O Sangue do Olimpo - CAP. XIV

.. segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Capítulo XIV - Nico

NICO ERGUEU O CORPO TÃO rápido que deu uma cabeçada no nariz do sátiro.
— AI! Nossa, garoto, que cabeça mais dura!
— D-desculpe, treinador. — Nico piscou repetidas vezes, tentando se situar. — O que está havendo?
Ele não viu nenhum perigo imediato. Estavam acampados em um gramado ensolarado no meio de uma praça pública. Canteiros de cravos-de-defunto laranja floresciam a sua volta. Reyna dormia encolhida, os cães de metal a seus pés. Perto dali, crianças brincavam de pique em volta de uma fonte de mármore branco. Em uma cafeteria próxima, meia dúzia de pessoas tomava café diante de mesas dispostas na calçada, à sombra de guarda-sóis. Na rua, havia apenas algumas vans de entrega estacionadas em torno da praça, sem nenhum carro passando. Os únicos pedestres eram algumas famílias, provavelmente habitantes locais, aproveitando a agradável tarde de calor.
A praça em si era uma área com calçamento de pedra cercada por prédios de estuque e limoeiros. No centro, havia as ruínas bem-preservadas de um templo romano. A base era quadrada, com quinze metros de comprimento por quatro de altura. A fachada de colunas coríntias, intacta, erguia-se quase dez metros mais. E no alto da colunata...
Nico sentiu a boca ficar seca.
— Pelo Estige...
A Atena Partenos estava deitada de lado sobre a cornija, como uma cantora de boate deitada em cima de um piano. No comprimento, ela cabia quase perfeitamente, mas, com Nice na mão estendida, ficava um pouco larga demais. Parecia prestes a tombar para a frente a qualquer momento.
— O que é que ela está fazendo lá em cima?!? — perguntou Nico.
— Boa pergunta — Hedge esfregou o nariz machucado. — Foi onde viemos parar. Quase morremos na queda, mas, por sorte, tenho cascos rápidos. Você estava inconsciente e preso nas correias como um paraquedista em apuros, mas conseguimos descê-lo.
Nico tentou visualizar a cena, mas depois achou melhor nem imaginar.
— Estamos na Espanha?
— Portugal — respondeu Hedge. — Você não aguentou a intensidade do salto. A propósito: Reyna fala espanhol, não português. Sabe, é que enquanto você dormia, descobrimos que esta cidade é Évora. A boa notícia é que é um lugarzinho bem parado. Ninguém nos incomodou até agora. E pelo visto ninguém reparou na Atena gigante dormindo no alto do templo romano, que é o templo de Diana, caso você queira saber. E as pessoas daqui estão gostando dos meus números de rua! Já ganhei dezesseis euros.
Ele pegou o boné de beisebol. As moedas tilintaram.
Nico se sentia mal.
— Números de rua?
— Um pouco de canto — explicou o treinador. — Um pouco de artes marciais. Um pouco de dança interpretativa.
— Uau.
— Pois é! Os portugueses têm bom gosto. Enfim, acho que foi um bom lugar para descansarmos por uns dias.
Nico olhou para ele um tanto alarmado.
— Uns dias?
— Sabe, garoto, não tivemos muita escolha. Caso não tenha percebido, você tem praticamente cavado a própria cova com todos esses saltos nas sombras. Tentamos acordá-lo ontem à noite. Não conseguimos.
— Então eu fiquei dormindo por...
— Umas trinta e seis horas. Você estava precisando.
Felizmente para Nico, ele estava sentado. Senão, teria caído. Ele podia jurar que tinha dormido por apenas alguns minutos, mas, à medida que a névoa do sono foi se dissipando, percebeu que se sentia revigorado e com as ideias mais claras, como não se sentia fazia semanas – talvez desde que saíra em busca das Portas da Morte.
Seu estômago roncou. O treinador Hedge ergueu as sobrancelhas.
— Você deve estar com fome. Ou isso, ou seu estômago é na verdade um porco-do-mato. Um porco-do-mato esfomeado.
— Seria bom comer alguma coisa — concordou Nico. — Mas primeiro me conte as más notícias... quer dizer, além dessa história da estátua deitada em cima do templo. Você disse que tínhamos problemas.
— Ah, é.
O treinador apontou para um portão no canto da praça. Ali, parada nas sombras, via-se uma figura vagamente humana, delineada em chamas cinzentas. A figura brilhava; seus traços eram indefinidos, mas o espírito parecia estar acenando para Nico.
— O Tocha Humana apareceu faz alguns minutos — disse o treinador Hedge. — Ele fica lá, não se aproxima. Quando tentei ir até ele, o sujeito desapareceu. Não sei se é uma ameaça, mas ele parece estar chamando você.

* * *

Nico achava que era uma armadilha. E geralmente era.
O treinador Hedge garantiu que ficaria mais um tempo de vigia enquanto Reyna dormia, e, considerando a remota chance de que o espírito tivesse algo útil a dizer, Nico decidiu que valia a pena correr o risco.
Ele desembainhou a espada de ferro estígio e caminhou na direção do portão.
Normalmente, fantasmas não o assustavam. (Supondo, é claro, que Gaia não os tivesse envolvido em carapaças de cinzas e terra solidificadas e os transformado em máquinas de matar. Aquilo foi uma novidade para ele.)
Depois de sua experiência com Minos, Nico percebera que os espectros tinham tanto poder quanto você lhes permitisse ter. Eles penetravam em sua mente e usavam medo, raiva ou saudade para influenciá-lo. Nico havia aprendido a se proteger. Às vezes conseguia até virar o jogo e submeter os fantasmas a sua vontade.
Conforme se aproximava da aparição cinza flamejante, Nico teve quase certeza de que aquela criatura se tratava de um espectro de jardim, uma alma perdida que morrera em sofrimento. Não seria um grande problema.
Mesmo assim, ele não colocava a mão no fogo por espírito nenhum. O incidente da Croácia ainda estava vivo em sua memória. Havia se metido naquela situação todo convencido e confiante, só para depois ficar completamente sem chão – tanto literal quanto emocionalmente.
Primeiro, tinha sido jogado por cima de um muro por Jason Grace; depois, dissolvido em vento pelo deus Favônio. E, para completar, aquele vilão arrogante, Cupido...
Nico apertou com força a espada. Contar sobre sua paixão secreta não tinha sido o pior de tudo. Com o tempo, ele talvez fizesse mesmo isso... na hora certa, do seu jeito. Mas ser forçado a falar sobre Percy, ser tratado com crueldade, ser infernizado e maltratado só para a diversão de Cupido...
Ramos de escuridão brotavam de seus pés, matando todas as plantas minúsculas e o capim que cresciam entre as pedras do calçamento. Nico tentou controlar a raiva.
Quando alcançou o fantasma, viu que ele usava um hábito de monge: sandálias, túnica de lã e uma cruz de madeira no pescoço. Chamas cinzentas tremulavam a seu redor, queimando as mangas de sua veste, fazendo crescer bolhas em seu rosto, transformando suas sobrancelhas em cinzas. Ele parecia preso no momento de sua imolação, como um vídeo em preto e branco se repetindo sem parar.
— Você foi queimado vivo — Nico sentia isso. — Provavelmente na Idade Média...
O rosto do fantasma se distorceu em um grito silencioso de agonia, mas seus olhos pareciam entediados, até um pouco irritados, como se o grito fosse um reflexo automático que ele não pudesse controlar.
— O que quer de mim? — perguntou Nico.
Com um gesto, o fantasma indicou que Nico o seguisse. Então, se virou e cruzou o portão aberto. Nico olhou para trás, para o treinador. Hedge fez apenas um gesto indiferente, do tipo Vá. Vá lá resolver seus assuntos do Mundo Inferior.
E Nico seguiu o fantasma pelas ruas de Évora.

* * *

Eles ziguezaguearam por becos estreitos com calçamento de pedras, passaram por pátios enfeitados com vasos de hibiscos e construções de estuque branco com ornamentos cor de mel e sacadas de ferro batido. Ninguém reparava no fantasma, mas Nico foi alvo de vários olhares de desconfiança. Uma garotinha com um fox terrier atravessou a rua para não ter que cruzar com ele. O cachorro rosnou, o pelo em seu dorso se eriçando todo como se fosse uma barbatana dorsal.
O fantasma o conduziu até outra praça pública, em que se erguia uma grande igreja de proporções quadradas, com paredes brancas e arcos de pedra calcária. Passando pelo pórtico, o fantasma desapareceu no interior.
Nico hesitou. Ele não tinha nada contra igrejas, mas daquela emanava morte. Devia haver túmulos lá dentro, talvez até algo menos agradável ainda...
Ele entrou rapidamente. Seus olhos foram atraídos para uma capela lateral em cujo interior brilhava uma luz dourada lúgubre. Havia uma inscrição em português gravada acima da porta. Nico não falava a língua, mas se lembrava bem do italiano de sua infância para entender o sentido geral: Nós que aqui estamos por vós esperamos.
— Alto astral — murmurou o menino.
Ele entrou na capela. No altar, lá na frente, o fantasma chamejante rezava ajoelhado, mas Nico estava mais interessado no local em si. Em vez de tijolos, as paredes eram de ossos e crânios, milhares e milhares deles, cimentados juntos. Colunas de ossos sustentavam um teto abobadado decorado com imagens da morte. Pendurados em uma parede viam-se os restos esqueléticos de duas pessoas, um adulto e uma criança pequena, como casacos em um cabide.
— Um belo lugar, não acha?
Nico se virou. Um ano antes, teria morrido de susto se o pai aparecesse de repente ao seu lado. Agora, Nico conseguia controlar o ritmo de seus batimentos cardíacos, assim como o impulso de dar uma joelhada no saco do pai e sair correndo.
Tal qual o fantasma, Hades vestia um hábito de monge franciscano, o que Nico achou um pouco perturbador. Na cintura, uma simples corda branca amarrando a túnica negra. O capuz estava baixado, revelando o cabelo escuro cortado rente ao couro cabeludo e olhos negros que brilhavam como piche. O deus exibia uma expressão de calma e satisfação, como se tivesse acabado de chegar em casa após uma agradável noite passeando pelos Campos de Punição ao som dos gritos dos condenados.
— Procurando ideias de decoração? — perguntou Nico. — Você pode montar sua sala de jantar com crânios de monges medievais.
Hades ergueu uma sobrancelha.
— Nunca sei se você está brincando ou não.
— O que veio fazer aqui, pai? Como veio parar aqui?
Hades passou os dedos pela coluna mais próxima, deixando uma trilha de marcas brancas nos ossos velhos.
— Você é um mortal difícil de encontrar, meu filho. Estou há vários dias o procurando. Quando o cetro de Diocleciano explodiu... bem, isso chamou minha atenção.
Nico se sentiu corar de vergonha. Mas depois ficou com raiva de si mesmo por sentir vergonha.
— Quebrar o cetro não foi minha culpa. Estávamos prestes a ser destruídos...
— Ah, o cetro não é importante. Uma relíquia velha daquelas... não sei nem como vocês encontraram utilidade para ele. A explosão só me deu uma luz. Foi o que me permitiu descobrir sua localização. Até pensei em ir falar com você em Pompeia, mas lá é muito... bem, romano. Esta capela foi o primeiro lugar que encontrei onde minha presença seria forte o suficiente para que eu pudesse aparecer para você como eu mesmo. E com isso quero dizer como Hades, deus dos mortos, e não dividido com aquela outra manifestação.
Hades inspirou o ar úmido e parado.
— Tenho muito apreço por este lugar. Usaram os restos mortais de cinco mil monges para construí-lo. A Capela dos Ossos. Serve para nos lembrar que a vida é curta e que a morte é eterna. Eu me sinto centrado aqui. Mas mesmo assim tenho pouco tempo.
Para variar, pensou Nico. Você nunca tem tempo para mim.
— Então me diga logo, pai. O que você quer?
Hades uniu as mãos, cobertas pelas mangas do hábito.
— Você não consegue nem conceber a ideia de que talvez eu tenha vindo para ajudar, e não por querer alguma coisa?
Nico quase riu, mas sentia o peito quase oco de tanta fraqueza.
— Posso conceber a ideia de que talvez você tenha vindo por várias razões.
O deus franziu a testa.
— É justo. Você busca informações sobre o caçador de Gaia. O nome dele é Órion.
Nico hesitou. Não estava acostumado a respostas diretas, sem charadas, enigmas ou missões.
— Órion. Como a constelação. Ele não era... amigo de Ártemis?
— Era — confirmou Hades. — Órion foi um gigante criado para se opor aos gêmeos Apolo e Ártemis, mas, assim como Ártemis, ele rejeitou seu destino, buscou viver sob as próprias regras. Primeiro tentou viver entre mortais, como um caçador para o rei de Quios. Mas ele, bem, teve uns probleminhas com a filha do rei, e ele mandou que o cegassem e o exilassem.
Nico se lembrou do que Reyna lhe contara.
— Minha amiga sonhou com um caçador de olhos brilhantes. Se Órion é cego...
— Ele era cego — corrigiu-o Hades. — Logo depois de seu exílio, Órion conheceu Hefesto, que ficou com pena do gigante e construiu para ele olhos mecânicos, ainda melhores que os originais. Órion ficou amigo de Ártemis. Foi o primeiro homem que teve permissão para caçar com ela. Mas... as coisas não deram certo entre eles. Como, exatamente, não sei. Mas Órion foi morto. E agora voltou como um filho leal de Gaia, disposto a fazer tudo que ela ordenar. Ele é movido pela raiva e pela amargura. Você sabe como é.
Nico teve vontade de gritar: E por acaso você sabe o que eu sinto?
Mas o que perguntou foi:
— Como podemos detê-lo?
— Vocês não podem. Sua única esperança é serem mais rápidos do que ele, cumprirem sua missão antes que ele os alcance. Apolo ou Ártemis talvez pudessem matá-lo, flechas contra flechas, mas infelizmente os gêmeos não estão em condições de ajudá-los. Neste exato momento, Órion está em seu rastro, quase alcançando vocês, ele e seu grupo de caça. Vocês não podem se dar o luxo de descansar nem um minuto a mais até chegarem ao Acampamento Meio-Sangue.
Nico sentiu seu peito ser comprimido, ficando sem ar. Ele havia deixado o treinador Hedge de vigia enquanto Reyna dormia.
— Preciso voltar e falar com meus amigos.
— Precisa mesmo — concordou Hades. — Mas tem outra coisa. Sua irmã... — Hades hesitou. Como sempre, o tópico Bianca pairava entre eles como uma arma carregada: mortal, ao alcance da mão, impossível de ignorar. — Refiro-me a sua outra irmã, Hazel. Ela descobriu que um dos sete vai morrer. Ela vai tentar evitar que isso aconteça, e talvez perca de vista as próprias prioridades.
Nico não conseguia dizer uma só palavra.
Para sua surpresa, não foi em Percy que ele pensou na hora. Preocupou-se primeiramente com Hazel, depois com Jason, depois com Percy e os outros que estavam a bordo do Argo II. Eles o haviam salvado em Roma, o haviam recebido a bordo de seu navio. Nico nunca se dera o luxo de ter amigos, mas a tripulação do Argo II era o mais perto disso que ele já tivera. A ideia de um deles morrer fez com que ele sentisse um vazio, como se estivesse de volta no jarro de bronze do gigante, sozinho no escuro, sobrevivendo apenas de sementes de romã estragadas.
Por fim, ele perguntou:
— Hazel está bem?
— Por enquanto.
— E quanto aos outros? Quem vai morrer?
— Mesmo se eu soubesse, não poderia dizer. Estou lhe contando isto porque você é meu filho. Você sabe que algumas mortes não podem ser evitadas. Algumas mortes não devem ser evitadas. Quando chegar a hora, talvez seja preciso que você entre em ação.
Nico não sabia o que isso significava. E não queria saber.
— Meu filho. — O tom de voz de Hades era quase carinhoso. — Aconteça o que acontecer, você conquistou meu respeito. Você trouxe honra para nossa casa quando lutamos juntos contra Cronos em Manhattan. Você se arriscou a sentir a força da minha ira para ajudar aquele garoto, guiando-o até o Rio Estige, libertando-o da minha prisão, me pedindo que reerguesse os exércitos de Érebo para ajudá-lo. Nunca antes eu havia sido tão afrontado por um dos meus filhos. Era Percy isso, Percy aquilo... Quase transformei você em cinzas.
Nico de repente ficou alerta: as paredes do local começaram a tremer, poeira caindo entre os ossos.
— Não foi só por ele que eu fiz tudo aquilo. Fiz porque o mundo inteiro estava em perigo.
Hades se permitiu um esboço de sorriso, mas não havia crueldade em seus olhos.
— Posso admitir que você tenha agido por várias razões. O que quero dizer é o seguinte: você e eu fomos em auxílio ao Olimpo porque você me convenceu a deixar de lado minha raiva. E eu gostaria que você fizesse o mesmo. Meus filhos raramente são felizes. Eu... gostaria que você fosse uma exceção.
Nico encarou o pai. Não sabia o que fazer com aquela declaração.
Ele aceitaria muitas coisas irreais (hordas de fantasmas, labirintos mágicos, viagens nas sombras, capelas feitas de ossos), mas palavras carinhosas do Senhor do Mundo Inferior? Não. Aquilo não fazia sentido.
O fantasma em chamas se levantou do altar e se aproximou, queimando e gritando em silêncio, seus olhos transmitindo uma mensagem urgente.
— Ah — disse Hades. — Este é o irmão Paloan. Ele estava entre as centenas de pessoas que foram queimadas vivas na praça do antigo templo romano. Lá ficava o quartel-general da Inquisição, sabia? Enfim: ele sugere que é hora de partir. Você agora tem pouquíssimo tempo até que cheguem os lobos.
— Lobos? Quer dizer os caçadores de Órion?
Hades agitou a mão, e o fantasma do irmão Paloan desapareceu.
— Meu filho, o que você está tentando fazer, viajar nas sombras pelo mundo carregando a estátua de Atena, pode muito bem destruí-lo.
— Valeu pela força.
Hades pôs as mãos por um momento nos ombros do filho.
Nico não gostava que o tocassem, mas, por algum motivo, aquele breve contato com o pai foi reconfortante – do mesmo modo que a Capela dos Ossos era reconfortante. Assim como a morte, a presença de seu pai era fria e muitas vezes insensível, mas era real, brutalmente honesta, totalmente confiável. Nico encontrava uma espécie de liberdade em saber que, com o tempo, não importava o que acontecesse, acabaria aos pés do trono do pai.
— Eu o verei outra vez — prometeu Hades. — Vou preparar um quarto para você no palácio, caso não sobreviva. Talvez seja uma boa ideia decorar seus aposentos com crânios de monges.
— Agora eu é que não sei se você está brincando.
Os olhos de Hades brilharam, e sua forma começou a sumir.
— Então talvez tenhamos algumas semelhanças em certos aspectos importantes.
O deus desapareceu.
De repente a capela parecia opressiva, com milhares de globos oculares vazios olhando para Nico. Nós que aqui estamos por vós esperamos.
Ele saiu correndo da igreja, torcendo para se lembrar do caminho que o levaria de volta para seus amigos.

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