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O Sangue do Olimpo - CAP. XII

.. segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Capítulo XII - Leo

DOIS MINUTOS NÃO FORAM SUFICIENTES.
Leo esperava ter dado a todo mundo os equipamentos certos e explicado corretamente o que todos os botões faziam. Do contrário, a coisa ia ficar feia.
Enquanto ele explicava mecânica arquimediana a Frank e Percy, Hazel olhava para a arcada de pedra e murmurava baixinho. Nada parecia diferente no grande campo gramado adiante, mas Leo estava certo de que Hazel tinha algum belo truque da Névoa guardado na manga.
Ele estava acabando de explicar a Frank como não ser decapitado por sua própria esfera de Arquimedes quando o som de trombetas ecoou pelo estádio. A biga de Nice surgiu no campo, as Nicetes posicionadas em frente, com as lanças e coroas de louros erguidas.
— Comecem! — gritou a deusa.
Percy e Leo passaram correndo pela arcada. Imediatamente o campo tremeluziu e se transformou em um labirinto de muros de tijolos e trincheiras. Eles se agacharam atrás do muro mais próximo e foram para a esquerda. Atrás, nos arcos, Frank gritou:
— Hã... morra, graecus nojento!
Uma flecha muito sem mira passou voando por cima da cabeça de Leo.
— Mais violência! — berrou Nice. — Mate com mais vontade!
Leo olhou para Percy.
— Pronto?
Percy pegou uma granada de bronze.
— Espero que você tenha identificado isso direito. — Então ele gritou: — Morram, romanos!
E arremessou a granada por cima do muro.
BUM! Leo não conseguiu ver a explosão, mas o cheiro de pipoca amanteigada encheu o ar.
— Ah, não! — gemeu Hazel. — Pipoca! Nosso ponto fraco!
Frank lançou outra flecha acima da cabeça deles. Leo e Percy correram para a esquerda, desaparecendo em um labirinto de muros que parecia mudar e fazer curvas por conta própria. Leo ainda conseguia ver o céu, mas começou a se sentir claustrofóbico, com a respiração difícil.
De algum lugar atrás deles, Nice gritou:
— Esforcem-se mais! Essa pipoca não era fatal!
Pelo barulho que as rodas da biga faziam, Leo calculou que ela estivesse dando a volta no perímetro do campo. A perfeita volta olímpica em Olímpia.
Outra granada explodiu acima das cabeças dos dois. Eles mergulharam atrás de uma trincheira quando as chamas verdes do fogo grego queimaram as pontas do cabelo de Leo. Felizmente, Frank tinha mirado alto o bastante para que a explosão fosse apenas impressionante.
— Assim é melhor! — exclamou Nice. — Mas onde está sua pontaria? Você não quer esta coroa de folhas?
— Queria que o rio fosse mais perto — murmurou Percy. — Eu estou com vontade de afogá-la.
— Seja paciente, garoto da água.
— Não me chame de garoto da água.
Leo apontou para o outro lado do estádio. Os muros tinham mudado de posição, revelando uma das Nicetes a cerca de trinta metros de distância, parada de costas para eles. Hazel devia estar fazendo seu trabalho, manipulando o labirinto para isolar seus alvos.
— Eu distraio — disse Leo. — Você ataca. Pronto?
Percy assentiu.
— Vai.
Ele saiu correndo para a esquerda enquanto Leo puxava um martelo de seu cinto de ferramentas e gritava:
— Ei, bundona de bronze!
A Nicete se virou quando Leo arremessou a ferramenta. O martelo bateu inofensivamente no peito de metal da mulher, mas isso deve tê-la aborrecido. Ela foi na direção dele, erguendo sua coroa de louros de arame farpado.
— Ops.
Leo se agachou quando o aro de metal passou girando acima de sua cabeça. A coroa acertou um muro atrás dele, abrindo um buraco nos tijolos, depois fez uma volta em arco e voltou pelo ar como um bumerangue. Quando a Nicete levantou o braço para pegá-la, Percy surgiu da trincheira atrás dela e golpeou com Contracorrente, cortando a Nicete ao meio. A coroa de metal passou por ele e se cravou em uma coluna de mármore.
— Falta! — gritou a deusa. Os muros mudaram de lugar, e Leo a viu correr na direção deles em sua biga. — Não se ataca as Niceias! A menos que você queira morrer!
Uma trincheira surgiu no caminho da deusa, fazendo seus cavalos refugarem. Leo e Percy correram para se abrigar. A uns cinquenta metros de distância, Leo viu pelo canto do olho Frank, o urso-pardo, pular do alto de um muro e esmagar uma Nicete. Duas bundonas de bronze a menos; faltavam duas.
— Não! — gritou Nice, furiosa. — Não, não, não! Vocês estão perdidos! Niceias, ataquem!
Leo e Percy se esconderam atrás de um muro. Ficaram ali por um segundo, tentando recuperar o fôlego.
Leo estava com dificuldade para se localizar, mas ele achava que isso era parte do plano de Hazel. Ela fazia o terreno mudar em torno deles, abrindo novas trincheiras, mudando a inclinação do solo, erguendo novos muros e colunas. Com sorte, ela iria tornar mais difícil para as Nicetes encontrá-los. Avançar apenas dez metros podia custar a elas vários minutos.
Mesmo assim, o garoto odiava ficar desorientado. Isso lhe lembrava sua impotência na Casa de Hades, a forma como Clítio o havia aprisionado na escuridão, apagando seu fogo, tomando posse de sua voz. Lembrava-lhe Quione, arrancando-o do convés do Argo II com uma lufada de vento e o lançando do outro lado do Mediterrâneo.
Já era bem ruim ser magro e fraco. Se Leo não pudesse controlar os próprios sentidos, a própria voz, o próprio corpo... não sobrava muita coisa na qual ele pudesse confiar.
— Ei — disse Percy. — Se a gente não conseguir sair dessa...
— Cale a boca, cara. Nós vamos conseguir.
— Se não, eu quero que você saiba... que me sinto mal por causa de Calipso. Eu vacilei com ela.
Leo olhou para ele, pasmo.
— Você sabe sobre mim e...
— O Argo II é um barco pequeno — Percy deu um sorriso sem graça. — As pessoas comentam. Eu só... bem, quando estava no Tártaro, fui lembrado de que não tinha cumprido a promessa que havia feito a Calipso. Eu pedi aos deuses que a libertassem, e então... simplesmente achei que eles fossem fazer isso. Aí tive amnésia, fui mandado para o Acampamento Júpiter e tudo o mais, e não pensei muito em Calipso depois de tudo isso. Não estou inventando desculpas. Eu deveria ter garantido que os deuses cumprissem sua promessa. Enfim, fico feliz que você a tenha encontrado. Você prometeu descobrir um modo de voltar para ela, e eu só queria dizer que se sobrevivermos a isso tudo, vou fazer o que puder para ajudar você. Esta é uma promessa que eu vou cumprir.
Leo ficou sem palavras. Lá estavam os dois, escondidos atrás de um muro no meio de uma zona de guerra mágica, com granadas e ursos pardos e Nicetes bundonas de bronze com que se preocupar, e lá vinha Percy com aquela história para cima dele.
— Cara, qual é o seu problema? — resmungou Leo.
Percy ficou mudo por alguns segundos.
— Então... acho que as coisas não estão bem entre nós, não é?
— Claro que não! Você é tão ruim quanto Jason! Estou tentando ficar com raiva de você por ser todo perfeito e heroico e tudo o mais. Aí você vai e faz uma coisa legal. Como eu posso odiar alguém que pede desculpas e promete ajudar e fazer o que puder?
Um sorriso surgiu no canto da boca de Percy.
— Desculpe por isso.
O chão tremeu quando outra granada explodiu, lançando jatos de chantilly no ar.
— É o sinal de Hazel — disse Leo. — Eles pegaram outra Nicete.
Percy espiou do outro lado do muro.
Até aquele momento, Leo não havia percebido quanto rancor ele sentia de Percy. O cara sempre o intimidara. Saber que Calipso tinha sido apaixonada por ele tornava o sentimento dez vezes pior. Mas o nó de raiva em suas entranhas começava a se desfazer. Leo não conseguia não gostar dele. Percy parecia sincero ao se dizer arrependido e disposto a ajudar.
Além disso, Leo finalmente tinha a confirmação de que Percy Jackson estava fora da jogada com Calipso. A área estava limpa. Tudo o que Leo precisava fazer era encontrar o caminho de volta para Ogígia. E ele ia fazer isso. Desde que sobrevivesse aos próximos dez dias.
— Só falta uma Nicete — disse Percy. — O que será que...
Em algum lugar próximo, Hazel soltou um grito de dor.
Leo ficou de pé instantaneamente.
— Ei, espere! — gritou Percy, mas Leo saiu pelo labirinto com o coração acelerado.
Muros desmoronavam por todos os lados. Leo se viu em uma faixa de campo aberto. Frank estava na extremidade oposta do estádio, lançando flechas de fogo na biga de Nice enquanto a deusa berrava insultos e tentava encontrar um caminho até ele através da rede móvel de trincheiras.
Hazel estava mais perto, talvez a uns vinte metros de distância. A quarta Nicete obviamente a havia apanhado de surpresa. Hazel estava fugindo mancando de sua agressora, a calça jeans rasgada e a perna esquerda sangrando. Ela se defendia da lança da mulher de metal com sua grande espada de cavalaria, mas estava prestes a ser derrotada. Por toda a sua volta, a Névoa tremeluzia como um estroboscópio se apagando. Hazel estava perdendo o controle sobre o labirinto mágico.
— Eu vou ajudá-la — disse Percy. — Siga o plano. Concentre-se na biga de Nice.
— Mas o plano era eliminar todas as quatro Nicetes primeiro!
— Então mude o plano e depois o siga!
— Isso não faz o menor sentido, mas vá! Vá ajudá-la!
Percy correu em defesa de Hazel. Leo correu na direção de Nice, gritando:
— Ei! Eu quero um prêmio de participação!
— Argh! — A deusa puxou as rédeas e virou a biga na direção dele. — Vou destruir você!
— Ótimo! — gritou Leo. — Perder é muito melhor que vencer!
— O QUÊ?
Nice arremessou sua lança poderosa, mas errou a pontaria devido ao movimento da biga. A arma caiu sobre a grama. Infelizmente, uma nova lança surgiu em suas mãos.
Ela tocou os cavalos a toda a velocidade. As trincheiras desapareceram, deixando um espaço aberto, perfeito para atropelar pequenos semideuses latinos.
— Ei! — gritou Frank, do outro lado do estádio. — Eu também quero um prêmio de participação! Todo mundo ganha!
Ele lançou uma flecha bem-mirada que acertou a traseira da biga de Nice e começou a queimar. Nice a ignorou. Seus olhos estavam fixos em Leo.
— Percy...?
A voz de Leo soou como o guincho de um hamster. Ele pegou uma esfera de Arquimedes de seu cinto de ferramentas e girou os anéis concêntricos para armá-la.
Percy ainda enfrentava a última mulher de metal. Leo não podia esperar.
Ele lançou a esfera na trajetória da biga. A esfera caiu no chão e se enterrou, mas Leo precisava que Percy disparasse a armadilha. Se Nice havia pressentido qualquer ameaça, não dera muita importância. Ela continuava em rota de colisão com o filho de Hefesto.
A biga estava a uns seis metros da granada. Cinco metros.
— Percy! — gritou Leo. — Operação balão d’água!
Infelizmente, o garoto estava um pouco ocupado levando uma surra. A Nicete o empurrou para trás com a haste da lança. Ela lançou sua coroa com tanta força que arrancou a espada da mão de Percy. Ele tropeçou. A mulher metálica avançou para matá-lo.
Leo gritou. Ele sabia que a distância era muito grande. Sabia que se não saísse do caminho naquele instante, Nice iria atropelá-lo. Mas isso não importava. Seus amigos estavam prestes a virar espetinho. Ele estendeu a mão e lançou um jato de fogo branco causticante direto na Nicete.
Aquilo literalmente derreteu o rosto da Nicete, que cambaleou com a lança ainda em punho. Antes que ela conseguisse recuperar o equilíbrio, Hazel golpeou com sua spatha, enfiando-a no peito da mulher de metal.
A Nicete caiu na grama.
Percy se virou para a deusa da vitória. No momento em que os enormes cavalos brancos estavam prestes a atropelar Leo, a biga passou por cima da granada enterrada, que explodiu em um gêiser de alta pressão. Um jato de água jorrou para cima e virou o veículo, com cavalo, deusa e tudo o mais.
Em Houston, Leo morava com a mãe perto de uma saída da Autoestrada Gulf. Ele ouvia acidentes de carro pelo menos uma vez por semana, mas aquele som foi pior: bronze celestial amassando, madeira quebrando, garanhões relinchando e uma deusa gritando em duas vozes distintas, ambas muito surpresas.
Hazel tombou. Percy a segurou. Frank correu na direção deles, vindo lá do outro lado do estádio.
Leo estava por conta própria enquanto a deusa Nice se livrava dos destroços e se levantava para encará-lo. Seu penteado agora parecia um monte de esterco de vaca pisado. Uma coroa de louros estava presa em volta de seu tornozelo esquerdo. Os cavalos se ergueram e fugiram galopando em pânico, arrastando os destroços encharcados e chamuscados da biga atrás deles.
— VOCÊ! — Nice encarava Leo com olhos mais quentes e brilhantes que suas asas de metal. — Como ousa?
Leo não se sentia muito corajoso, mas forçou um sorriso.
— Eu sei, sou fantástico! Eu ganho um chapéu de folhas agora?
— Você vai morrer!
A deusa levantou a lança.
— Espere um pouco! — Leo apalpou seu cinto de ferramentas à procura de algo. — Você ainda não viu meu melhor truque. Tenho uma arma capaz de vencer qualquer disputa!
Nice hesitou.
— Que arma? O que você quer dizer com isso?
— Minha arma de raios automática definitiva! — Ele pegou uma segunda esfera de Arquimedes, a que ele tinha passado trinta segundos modificando antes de entrarem no estádio. — Quantas coroas de louros você tem? Porque eu vou ganhar todas elas.
Ele ajustou os anéis, torcendo para ter feito os cálculos corretamente. Leo estava fazendo esferas melhores, mas elas ainda não eram completamente confiáveis. Estavam mais para vinte por cento confiáveis. Seria bom ter a ajuda de Calipso para tecer os filamentos de bronze celestial. Ela tecia muito bem. Ou Annabeth. Que também não era nenhuma amadora. Mas Leo fizera o melhor possível, reprogramando a esfera para realizar duas funções completamente diferentes.
— Observe!
Leo acertou o último anel. A esfera se abriu. Um lado se alongou para formar o cabo de um revólver. O outro se desdobrou em uma antena em miniatura feita de espelhos de bronze celestial.
— O que isso aí deveria ser? — perguntou Nice, franzindo o cenho.
— Um raio da morte de Arquimedes! — disse Leo. — Eu finalmente o aperfeiçoei. Agora me dê todos os prêmios.
— Essas coisas não funcionam! — gritou Nice. — Eles testaram na televisão! Além disso, eu sou uma deusa imortal. Você não pode me destruir.
— Preste atenção — disse Leo. — Está vendo?
Nice podia tê-lo desintegrado em uma mancha de gordura ou o perfurado com a lança como se ele fosse uma fatia de queijo, mas sua curiosidade falou mais alto. Ela olhou diretamente para a antena quando Leo girou o botão. Ele sabia que deveria desviar os olhos. Mesmo assim, o raio extremamente forte de luz o deixou vendo pontinhos pretos.
— Argh! — A deusa cambaleou. Ela deixou a lança cair e levou as mãos aos olhos. — Estou cega! Estou cega!
Leo apertou outro botão em seu raio da morte, que voltou a se transformar em uma esfera e começou a emitir um zunido. Leo contou em silêncio até três, então jogou a esfera aos pés da deusa.
PUF! Filamentos de metal foram arremessados para o alto e envolveram Nice em uma rede de bronze. Ela gritou e caiu no chão conforme a rede a esmagava como uma jiboia, juntando à força seus dois aspectos, grego e romano, em uma única forma trêmula e fora de foco.
— Trapaceiro! — Suas vozes duplicadas zumbiam como despertadores abafados. — Seu raio da morte nem mesmo me matou!
— Eu não preciso matá-la — disse Leo. — Eu a derrotei para valer.
— Vou simplesmente mudar de forma! — exclamou ela. — Vou destruir essa sua rede idiota! Vou destruir você!
— É... bem, sabe, você não pode. — Leo torcia para estar certo. — Isso é uma rede de bronze celestial de alta qualidade, e eu sou filho de Hefesto. Ele é meio que especialista em prender deusas em redes.
— Não. Nãããooooo!
Leo a deixou esperneando e xingando e foi ver como estavam seus amigos. Percy parecia bem, só dolorido e cheio de hematomas. Frank levantou Hazel e lhe deu um pouco de ambrosia. O corte na perna dela tinha parado de sangrar, apesar de sua calça jeans estar destruída.
— Eu estou bem — disse ela. — Foi só magia demais.
— Você foi incrível, Levesque — Leo fez sua melhor imitação da voz de Hazel: — Pipoca! Nosso ponto fraco!
Ela deu um sorriso cansado.
Juntos, os quatro foram até Nice, que ainda se contorcia e agitava as asas dentro da rede, como uma galinha dourada.
— O que fazemos com ela? — perguntou Percy.
— Vamos levá-la para o Argo II — disse Leo — e enfiá-la em uma das baias.
Hazel arregalou os olhos.
— Você vai prender a deusa da vitória no estábulo?
— Por que não? Quando resolvermos as coisas entre os gregos e romanos, os deuses vão voltar ao normal. Aí poderemos libertá-la, e ela vai poder... vocês sabem... nos conceder a vitória.
— Conceder a vitória a vocês? — gritou a deusa. — Nunca! Vocês irão sofrer por esse ultraje! Seu sangue será derramado! Um de vocês quatro está destinado a morrer lutando contra Gaia!
Os intestinos de Leo se enrolaram e deram um nó.
— Como você sabe?
— Eu posso prever vitórias! — exclamou Nice. — Vocês não terão sucesso sem morte! Soltem-me e lutem uns contra os outros! É melhor morrerem aqui do que encarar o que está por vir!
Hazel pressionou a ponta de sua spatha no pescoço de Nice.
— Explique — a voz dela estava mais dura do que Leo jamais havia ouvido. — Quem de nós vai morrer? Como evitamos isso?
— Ah, uma filha de Plutão! Sua magia ajudou a trapacear nesta competição, mas você não pode trapacear o destino. Um de vocês vai morrer. Um de vocês precisa morrer!
— Não — insistiu Hazel. — Há outra maneira. Sempre há outra maneira.
— Hécate lhe ensinou isso? — Nice riu. — Talvez você também conte com a cura do médico. Mas é impossível. Há muita coisa em seu caminho: o veneno de Pilos, os batimentos do deus acorrentado em Esparta, a maldição de Delos! Não, vocês não podem enganar a morte.
Frank se ajoelhou e puxou a rede na altura do queixo de Nice, aproximando o rosto dela do dele.
— De que você está falando? Como encontramos essas coisas?
— Não vou ajudar vocês — resmungou Nice. — Vou amaldiçoá-los com meu poder, com ou sem rede!
Ela começou a murmurar em grego antigo.
Frank olhou para os outros, sério.
— Ela pode mesmo fazer magia através desta rede?
— Como é que eu vou saber? — respondeu Leo.
Frank largou a deusa. Ele descalçou um de seus sapatos, tirou a meia e a enfiou na boca de Nice.
— Cara — disse Percy — isso é nojento.
— Hummmmmphhhh! — reclamou Nice. — Hummmmmphhhh!
— Leo — disse Frank, com seriedade — você tem fita adesiva?
— Nunca saio de casa sem.
Ele tirou um rolo de seu cinto de ferramentas, e na mesma hora Frank enrolou a fita em volta da cabeça de Nice, amordaçando-a com firmeza.
— Bem, não é uma coroa de louros — disse Frank. — Mas é um novo tipo de símbolo da vitória: a mordaça de fita adesiva.
— Zhang — disse Leo — você tem estilo.
Nice esperneava e grunhia, até que Percy a cutucou com a ponta do pé.
— Ei, cale a boca. Ou se comporta, ou a gente vai trazer Arion de volta e deixar que ele coma as suas asas. Ele adora ouro.
Nice soltou um guincho agudo, depois ficou quieta e imóvel.
— Então... — Hazel pareceu um pouco nervosa. — Temos uma deusa amarrada. E agora?
Frank cruzou os braços.
— Vamos procurar a cura desse médico... seja lá o que for. Porque, pessoalmente, eu gosto de enganar a morte.
Leo sorriu.
— Veneno em Pilos? Os batimentos do deus acorrentado em Esparta? Uma maldição em Delos? Tudo bem. Isso vai ser divertido!

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