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O Sangue do Olimpo - CAP. LII

.. segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Capítulo LII - Jason

ASSIM QUE GAIA DECOLOU, O chão se solidificou.
Semideuses pararam de afundar, apesar de muitos ainda estarem enterrados até a cintura. Infelizmente, os monstros pareciam se desenterrar mais depressa. Eles atacaram os exércitos gregos e romanos, tirando vantagem da desorganização dos semideuses.
Jason abraçou Piper pela cintura. Ele estava prestes a levantar voo quando Percy gritou:
— Espere! Frank pode nos levar lá para cima! Podemos...
— Não, cara — disse Jason. — Eles precisam de você aqui. Ainda tem monstros para serem derrotados. Além disso, a profecia...
— Ele tem razão — Frank segurou o braço de Percy. — Você precisa deixar que eles façam isso, Percy. É como a missão de Annabeth em Roma. Ou a de Hazel nas Portas da Morte. Temos que confiar neles.
Percy obviamente não gostou, mas, naquele instante, uma onda de monstros avançou sobre as forças gregas.
— Ei! Estamos com problemas aqui! — gritou Annabeth.
Percy correu para ajudá-la.
Frank e Hazel se viraram para Jason e ergueram os braços fazendo a saudação romana, depois foram reagrupar a legião.
Jason e Piper subiram em espiral com o vento.
— Eu tenho a cura — murmurou Piper como um mantra. — Vai ficar tudo bem. Eu tenho a cura.
Jason percebeu que de algum modo ela tinha perdido a espada, mas ele duvidava que isso fosse fazer alguma diferença. Contra Gaia, uma espada não era nada. Tudo agora se resumia a fogo e tempestade... e um terceiro poder, o charme de Piper, que os manteria juntos. No inverno anterior, Piper tinha tornado o poder de Gaia mais lento na Casa dos Lobos, ajudando a libertar Hera de uma cela feita de terra. Agora ela teria uma tarefa ainda maior.
Enquanto subiam, Jason reuniu o vento e as nuvens ao seu redor. O céu respondeu com uma velocidade espantosa. Logo eles estavam no olho de um redemoinho de tempestade. Raios queimavam seus olhos. Trovões faziam seus pés vibrarem.
Bem acima deles, Festus lutava com a deusa da terra. Gaia ficava se desintegrando, tentando voltar para o chão, mas os ventos a mantinham no ar. Festus lançava chamas sobre ela, o que parecia forçá-la a continuar na forma sólida. Enquanto isso, das costas do dragão, Leo também lançava chamas sobre a deusa e a cobria de insultos:
— Sujismunda! Cara de lama! ESSA É PELA MINHA MÃE, ESPERANZA VALDEZ!
Leo estava totalmente envolto em chamas. A chuva que caía no ar tempestuoso apenas fervilhava e evaporava em volta dele.
Jason foi direto na direção deles.
Gaia se transformou em areia branca e fina, mas Jason invocou um esquadrão de venti que rodopiou em volta dela, prendendo-a em um casulo de vento.
Gaia reagiu. Quando não estava se desintegrando, atacava com explosões de pedra e terra das quais Jason mal conseguia se defender. Controlar a tempestade, conter Gaia e manter a si mesmo e a Piper no ar... Jason nunca tinha feito nada tão difícil assim. Ele se sentia coberto de pesos de chumbo, tentando nadar apenas com as pernas enquanto segurava um carro na cabeça. Mas ele precisava manter Gaia longe da terra.
Esse era o segredo sobre o qual Leia tinha dado uma pista quando eles conversaram no fundo do mar.
Muito tempo atrás, Urano, o deus do céu, foi enganado por Gaia e os titãs para descer à terra, onde o prenderam ao chão para que não pudesse escapar. Só assim – Urano com seus poderes enfraquecidos por estar distante de seu território – eles conseguiram matá-lo.
Agora, Jason, Leo e Piper tinham que inverter essa situação.
Precisavam manter Gaia longe de sua fonte de poder, a terra, e enfraquecê-la até que ela pudesse ser derrotada.
Eles subiram juntos. Festus rangeu e estalou com o esforço, mas continuou a ganhar altitude. Jason ainda não entendia como Leo tinha conseguido refazer o dragão. Então se lembrou de todas as horas que Leo passara trabalhando dentro do casco do navio nas últimas semanas. O garoto devia estar planejando aquilo havia muito tempo, construindo um corpo novo para Festus usando a própria estrutura do navio.
No fundo, ele devia saber que o Argo II ia acabar sendo destruído. Um navio se transformando em dragão... Jason achou aquilo tão impressionante quanto aquela vez em Quebec em que o dragão se transformara em mala.
Entretanto, tinha acontecido, e Jason ficou animado ao ver seu velho amigo novamente em ação.
— VOCÊS NÃO PODEM ME DERROTAR! — Gaia se desfez em areia, só para ser atingida por mais chamas. Seu corpo derreteu em um bloco de vidro, se estilhaçou e depois voltou a tomar forma humana. — EU SOU ETERNA!
— Eternamente chata! — berrou Leo, e fez com que Festus fosse ainda mais alto.
Jason e Piper subiram com eles.
— Me leve para mais perto — pediu Piper, ansiosa. — Preciso estar perto dela.
— Piper, as chamas e os estilhaços...
— Eu sei.
Jason se aproximou até chegarem ao lado de Gaia. Os ventos envolviam a deusa, mantendo-a sólida, mas era tudo o que Jason podia fazer para conter as explosões de areia e solo. Os olhos dela eram de um verde profundo, como se toda a natureza tivesse sido condensada em algumas poças de matéria orgânica.
— CRIANÇAS TOLAS!
Terremotos e deslizamentos de terra em miniatura contorciam o rosto de Gaia.
— Você está tão cansada — disse Piper para a deusa, sua voz irradiando bondade e compaixão. — Eras de sofrimento e decepção pesam sobre você.
— QUIETA!
O poder da raiva de Gaia era tão grande que Jason perdeu momentaneamente o controle do vento. Ele teria mergulhado em queda livre se não fosse por Festus, que segurou ambos – ele e Piper – com sua outra pata enorme.
Surpreendentemente, Piper não perdeu a concentração.
— Milênios de tristeza — continuou ela. — Seu marido, Urano, era violento. Seus netos, os deuses, expulsaram seus filhos amados, os titãs. Seus outros filhos, os ciclopes e os centímanos, foram jogados no Tártaro. Você está cansada de tanta tristeza.
— MENTIRAS!
Gaia se desfez em um furacão de terra e grama, mas sua essência parecia se agitar mais lentamente.
Se eles subissem mais, o ar ficaria rarefeito demais para respirar. Jason ficaria muito fraco para controlá-lo. A fala de Piper sobre exaustão também o afetava, minando sua força, fazendo com que sentisse o corpo pesado.
— O que você quer — continuou Piper —, mais que a vitória, mais que vingança... você quer descansar. Você está tão abatida, tão absurdamente cansada dos mortais e imortais ingratos...
— EU... NÃO FALE POR MIM... VOCÊ NÃO PODE...
— Você só quer uma coisa — disse Piper em tom tranquilizador, sua voz ressonando pelos ossos de Jason. — Uma palavra. Você quer permissão para fechar os olhos e esquecer todos os seus problemas. Você... quer... DORMIR.
Gaia se solidificou em forma humana. Sua cabeça pendia, seus olhos estavam fechados e seu corpo pendia inerte nas garras de Festus.
Infelizmente, Jason começou a apagar também.
O vento estava diminuindo. A tempestade se dissipou. Pontos escuros dançavam na visão dele.
— Leo! — Piper não estava conseguindo respirar. — Só temos alguns segundos. — O charme não vai...
— Eu sei! — Leo parecia feito de fogo. Chamas queimavam sob sua pele, iluminando seu crânio. Festus fumegava e brilhava, suas garras queimando através da camisa de Jason. — Não posso segurar o fogo por muito mais tempo. Eu vou vaporizá-la. Não se preocupem. Vocês dois precisam ir embora.
— Não! — gritou Jason. — Temos que ficar com você. Piper tem a cura. Leo, você não pode...
— Ei — Leo sorriu, o que em meio às chamas dava nervoso, pois seus dentes pareciam feitos de prata derretida. — Eu disse a vocês que tinha um plano. Quando vão confiar em mim? E por falar nisso... eu amo vocês.
A pata de Festus se abriu, e Piper e Jason caíram.
Jason não teve forças para impedir. Ele se agarrou a Piper enquanto ela gritava o nome de Leo, e eles mergulharam em direção à terra.
Festus se transformou em uma bola de fogo indistinta no céu, um segundo sol, cada vez menor e mais quente. Então Jason viu pelo canto do olho um cometa flamejante subir do solo com um som agudo, como um grito. Pouco antes de Jason apagar, o cometa interceptou a bola de fogo acima deles.
A explosão deixou o céu inteiro dourado.

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