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A Casa de Hades - CAP. XXXII

.. segunda-feira, 10 de março de 2014
Capítulo XXXII - Percy
BOB SABIA MESMO COMO USAR uma vassoura.
Golpeava a torto e a direito, destruindo demônios um atrás do outro com o gatinho Bob Pequeno em seu ombro, arqueando as costas e rosnando.
Em poucos segundos, as arai desapareceram. A maioria evaporou. As inteligentes tinham voado para a escuridão gritando aterrorizadas.
Percy queria agradecer o titã, mas não conseguiu falar. Suas pernas fraquejaram. Os ouvidos zumbiam. Em meio a um brilho vermelho de dor, viu Annabeth a alguns metros de distância, andando sem rumo e às cegas em direção ao precipício.
— Não! — grunhiu Percy.
Bob acompanhou o olhar dele, correu e tirou Annabeth do chão. Ela gritava, chutava, e socava a barriga do zelador, mas ele não parecia se incomodar. Carregou-a até Percy e a colocou no chão com delicadeza.
O titã tocou a testa dela.
— Ui!
Annabeth parou de lutar. Seus olhos desanuviaram.
— Aonde... o quê...?
Ela viu Percy, e uma série de expressões passaram por seu rosto: alívio, alegria, choque, horror.
— O que houve com ele? — gritou ela. — O que aconteceu?
Ela abraçou Percy e chorou sobre sua cabeça.
Ele queria dizer que estava tudo bem, mas claro que não estava. Não sentia mais o próprio corpo. Sua consciência parecia um balãozinho, amarrado frouxamente no alto de sua cabeça. Não tinha peso, nem força. Apenas continuava a se expandir, ficando cada vez mais leve. Sabia que logo explodiria, ou a linha iria se romper, e sua vida flutuaria para longe.
Annabeth tomou seu rosto nas mãos. Ela o beijou e tentou limpar a poeira e o suor dos olhos dele.
Bob estava parado perto dos dois com a vassoura fincada no chão como uma bandeira. Era impossível compreender o que sentia olhando seu rosto, luminosamente branco no escuro.
— Muitas maldições — explicou Bob — Percy fez coisas ruins com monstros.
— Você pode curá-lo? — implorou Annabeth. — Como fez com minha cegueira? Cure Percy!
Bob franziu o cenho. Cutucou o crachá em seu uniforme como se fosse uma casca de ferida.
Annabeth tentou de novo.
— Bob...
— Jápeto — disse Bob, com uma voz que soava como um ronco grave. — Antes de Bob. Era Jápeto.
Tudo pareceu congelar. Percy se sentia desamparado, mal conectado com o mundo.
— Prefiro o Bob — a voz da menina estava surpreendentemente calma. — De qual você gosta?
O titã olhou para ela com seus olhos de prata pura.
— Não sei mais.
Ele se agachou ao lado dela e examinou Percy. O rosto do titã parecia exausto e envelhecido, como se de repente sentisse o peso de todos os seus séculos de vida.
— Eu prometi — murmurou ele — Nico me pediu para ajudar. Acho que nem Jápeto nem Bob gostam de quebrar promessas.
E tocou a testa de Percy.
— Ui — murmurou o titã — um Ui muito grande.
Percy voltou para seu corpo. O zumbindo nos ouvidos desapareceu, e sua visão clareou. Ainda tinha a sensação de ter engolido uma fritadeira, e suas entranhas borbulhavam. Podia sentir também que o veneno tivera apenas sua velocidade reduzida, não havia sido expurgado. Mas estava vivo.
Tentou fitar Bob para expressar sua gratidão. Sua cabeça caiu sem forças sobre o peito.
— Bob não consegue curar isso — explicou ele — veneno demais. Maldições demais acumuladas.
Annabeth abraçou Percy. Ele queria dizer: Agora posso sentir. Ai. Apertado demais.
— O que podemos fazer, Bob? — perguntou Annabeth. — Tem água em algum lugar por perto? Talvez água o cure.
— Não tem água — disse Bob — Tártaro é mau.
Eu percebi, Percy teve vontade de berrar.
Pelo menos o titã chamava a si próprio de Bob. Mesmo que o culpasse por tirar sua memória, talvez ajudasse Annabeth se Percy não conseguisse.
— Não — insistiu ela — não, tem que haver um jeito. Algo que possa curá-lo.
Bob pôs a mão no peito de Percy. Um formigamento frio como pomada de eucalipto espalhou-se sobre seu esterno. Mas assim que Bob tirou a mão, o alívio parou. Os pulmões de Percy voltaram a queimar como se estivessem cheios de lava.
— Tártaro mata semideuses — disse Bob — cura monstros, mas vocês não são. Tártaro não vai curar Percy. As profundezas odeiam sua espécie.
— Não me importa — disse Annabeth. — Mesmo aqui, tem que haver algum lugar onde ele possa descansar, algum elixir curativo que possa tomar. Talvez lá atrás, no altar de Hermes, ou...
Ao longe, ouviu-se uma voz alta, grave e profunda, uma voz que Percy reconheceu, infelizmente.
— SINTO O CHEIRO DELE! — ribombou o gigante. — CUIDADO, FILHO DE POSEIDON! EU VIM PEGAR VOCÊ!
— Polibotes — disse Bob — ele odeia Poseidon e seus filhos. E agora está muito perto.
Annabeth se esforçou para ajudar Percy a se levantar. Ele odiava dar tanto trabalho, mas se sentia como se fosse um saco de batatas. Mesmo com Annabeth sustentando quase todo o seu peso, mal conseguia se manter de pé.
— Bob, vou seguir em frente, com ou sem você — disse ela. — Você vai ajudar?
Bob Pequeno começou a miar e ronronar, se esfregando contra o queixo de Bob. Bob, o titã, olhou para Percy, e Percy desejou poder interpretar sua expressão. Estava com raiva, ou apenas pensativo? Será que estava planejando vingança, ou simplesmente se sentindo chateado porque Percy mentira sobre ser seu amigo?
— Tem um lugar — disse Bob por fim. — Tem um gigante que pode saber o que fazer.
Annabeth quase deixou Percy cair.
— Um gigante. Hum, Bob, gigantes são maus.
— Um é bom — insistiu Bob — confiem em mim, e eu levo vocês... a menos que Polibotes e os outros nos peguem.

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