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A Casa de Hades - CAP. XL

.. sábado, 15 de março de 2014
Capítulo XL - Annabeth

ANNABETH ACORDOU OLHANDO PARA AS sombras que dançavam no teto da cabana. Não tivera nenhum sonho. Isso era tão estranho que não sabia se estava realmente acordada.
Deitada ali, com Percy roncando a seu lado, e Bob Pequeno ronronando em cima de sua barriga, ouviu Bob e Damásen conversando.
— Você não contou a ela — disse Damásen.
— Não — admitiu Bob — ela já está com medo.
O gigante resmungou.
— E é para estar. E se você não conseguir guiá-los além da Noite?
Damásen disse “Noite” como se fosse um nome próprio... um nome maligno.
— Tenho que conseguir.
— Por quê? O que os semideuses fizeram por você? Apagaram seu velho eu, tudo o que você era. Nós, titãs e gigantes... devíamos ser os inimigos dos deuses e de seus filhos. Não devíamos?
— Então por que você curou o garoto?
Damásen suspirou.
— Nem eu sei. Talvez porque a garota tenha me desafiado, ou talvez porque... acho esses dois semideuses intrigantes. São muito resistentes para terem chegado tão longe. Isso é admirável. Mesmo assim, como podemos ajudá-los mais? Não é nosso destino.
— Talvez — respondeu Bob, sentindo-se desconfortável — mas... você gosta de seu destino?
— Que pergunta. Será que alguém gosta de seu destino?
— Eu gostava de ser Bob — murmurou — antes de começar a me lembrar...
— Hum.
Annabeth ouviu um ruído, como se Damásen estivesse enchendo uma bolsa de couro.
— Damásen, você se lembra do sol? — perguntou o titã.
O ruído parou. Annabeth ouviu o gigante suspirar outra vez.
— Lembro. Era amarelo. Quando tocava o horizonte, deixava o céu com cores bonitas.
— Tenho saudade do sol — disse Bob — das estrelas, também. Queria dar um oi para as estrelas outra vez.
— Estrelas... — Damásen pronunciou a palavra como se tivesse esquecido seu significado. — Ah, é. Elas criavam formas no céu noturno — ele jogou no chão algo que caiu com um baque surdo — ah. Essa conversa não vai levar a nada. Não podemos...
A distância, o drakon maeônio rugiu.
Percy acordou e se sentou imediatamente.
— O quê? O que... onde... o quê?
— Está tudo bem.
Annabeth tocou seu braço.
Quando o garoto compreendeu que estavam deitados na cama de um gigante com um gato esqueleto, pareceu mais confuso que nunca.
— Esse barulho... onde estamos?
— Do que consegue lembrar?
Percy franziu a testa. Seus olhos pareciam alertas. Todos os seus ferimentos haviam desaparecido. Tirando as roupas esfarrapadas e algumas camadas de terra e fuligem, ele parecia nunca ter caído no Tártaro.
— Eu... as velhas demônios... e depois... Pouca coisa.
Damásen surgiu ao lado da cama.
— Não há tempo, pequenos mortais. O drakon está voltando. Temo que seu rugido atraia os outros, meus irmãos que estão atrás de vocês. Vão chegar aqui em poucos minutos.
O coração de Annabeth passou a bater mais rápido.
— O que vai dizer a eles quando chegarem aqui?
Damásen torceu a boca.
— O que eu poderia contar? Nada importante, desde que vocês já tenham partido.
Jogou para eles duas sacolas de couro de drakon.
— Roupas, comida e bebida.
Bob levava uma sacola parecida, mas maior. Estava apoiado em sua vassoura, olhando para Annabeth como se ainda estivesse refletindo sobre as palavras de Damásen: O que os semideuses fizeram por você? Eram inimigos, inimigos imortais.
De repente, Annabeth foi surpreendida por um pensamento tão claro e afiado que parecia uma lâmina da própria Atena.
— A Profecia dos Sete — disse ela.
Percy já tinha descido da cama gigantesca e estava colocando a sacola no ombro. Ele a olhou com expressão séria.
— O que tem ela?
Annabeth segurou a mão de Damásen, o que fez o gigante se sobressaltar. Ela franziu a testa. Sua pele era áspera como pedra.
— Você precisa vir com a gente — suplicou ela — a profecia diz inimigos com armas às Portas da Morte. Achava que isso significava gregos e romanos, mas não. Somos nós, semideuses, um titã e um gigante. Precisamos de você para fechar as Portas!
O drakon rugiu lá fora, cada vez mais perto. Damásen retirou a mão da de Annabeth com delicadeza.
— Não, menina — murmurou ele — minha maldição é aqui. Não posso escapar dela.
— Pode, pode, sim — disse Annabeth — não enfrente o drakon. Pense em um modo de romper o ciclo! Encontre outro destino.
Damásen sacudiu a cabeça.
— Mesmo que pudesse, não consigo deixar este pântano. É o único destino que consigo visualizar.
A mente de Annabeth era um turbilhão.
— Existe outro destino. Olhe para mim! Lembre-se do meu rosto. Quando estiver pronto, me procure. Vamos levá-lo para o mundo mortal conosco. Você vai poder ver a luz do sol e as estrelas.
O chão estremeceu. O drakon estava perto, atravessando o pântano com passos pesados, destruindo árvores e musgo com seu jato de veneno. Mais longe, Annabeth ouviu a voz do gigante Polibotes, incentivando seus seguidores.
— O FILHO DO DEUS DO MAR! ELE ESTÁ PERTO!
— Annabeth — insistiu Percy — é a nossa deixa para ir embora.
Damásen pegou algo em seu cinto. Em sua mão enorme, a pequena lasca branca parecia outro palito de dentes, mas quando ele a entregou a Annabeth, a garota percebeu que era uma espada... uma lâmina de osso de dragão mortalmente afiada, com uma empunhadura simples de couro.
— Um último presente para a filha de Atena — disse o gigante com sua voz retumbante — não posso mandá-la para a morte desarmada. Agora vão! Antes que seja tarde demais.
Annabeth teve vontade de chorar. Pegou a espada, mas não conseguiu nem articular um agradecimento... Sabia que o gigante deveria lutar ao lado deles. Era essa a resposta, mas Damásen se afastou.
— Temos que ir — disse Bob, apressando-os, enquanto o gatinho voltava para seu ombro.
— Ele tem razão, Annabeth — acrescentou Percy.
Eles correram para a entrada. Annabeth não olhou para trás enquanto seguia Percy e Bob pântano adentro, mas ouviu Damásen atrás deles soltar seu grito de guerra para o drakon que o atacava, com a voz vacilante devido ao desespero de enfrentar seu velho inimigo mais uma vez.

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