Curta a página oficial do blogger para receber as notificações direto em seu Facebook, além de novidades que serão apenas postadas lá.

Procurando por algo?

0

A Casa de Hades - CAP. LXXVIII

.. sábado, 15 de março de 2014
Capítulo LXXVIII - Percy

AO ENTARDECER, PERCY ENCONTROU NICO.
O filho de Hades estava amarrando cordas em torno do pedestal da Atena Partenos.
— Obrigado — agradeceu Percy.
Nico franziu a testa.
— Por quê?
— Você prometeu levar os outros até a Casa de Hades — disse o filho de Poseidon — e cumpriu.
Nico amarrou as pontas das cordas juntas, fazendo uma espécie de alça.
— Você me tirou daquele jarro de bronze em Roma. E salvou minha vida novamente. Era o mínimo que eu podia fazer.
A voz dele soou firme e contida. Percy desejava saber o que fazia aquele cara demonstrar emoção, mas nunca conseguiu descobrir. Nico não era mais um garotinho nerd da Westover Hall com cartas de Mitomagia. Nem era o solitário ressentido que perseguiu o fantasma de Minos pelo Labirinto. Mas quem era ele?
— Além disso, você visitou Bob... — disse Percy.
Contou a Nico sobre a viagem pelo Tártaro. Achou que se havia alguém que pudesse entendê-lo, este era Nico.
— Convenceu Bob de que podia confiar em mim, apesar de eu nunca ter ido visitá-lo. Nunca mais pensei nele. Você provavelmente salvou nossas vidas por ter sido legal com ele.
— É, bem... — disse Nico. — Não pensar nas pessoas... isso pode ser perigoso.
— Cara, eu estou tentando agradecer.
Nico riu sem humor.
— Estou tentando dizer que não precisa. Agora tenho que terminar isto, se puder me dar um pouco de espaço.
— Claro, claro, tudo bem.
Percy deu um passo para trás enquanto Nico ajustava as alças de cordas. Jogou-as no ombro como se a Atena Partenos fosse uma mochila gigante.
Percy não conseguiu evitar ficar um pouco chateado ao ser dispensado daquele jeito. Mas afinal, Nico tinha passado por tanto. O cara tinha sobrevivido sozinho no Tártaro. Percy sabia por experiência própria quanta força foi exigida dele.
Annabeth subiu a colina para se juntar a eles. Pegou a mão de Percy, o que o fez se sentir melhor.
— Boa sorte — disse ela a Nico.
— É — ele não a olhou nos olhos — para você também.
Um minuto depois, Reyna e o treinador Hedge chegaram com armaduras completas e mochilas nos ombros. Reyna parecia muito séria e pronta para o combate. O treinador Hedge sorria como se estivesse esperando uma festa surpresa.
Reyna deu um abraço em Annabeth.
— Nós vamos conseguir — prometeu.
— Eu sei que vão — respondeu Annabeth.
O treinador Hedge apoiou seu taco de beisebol no ombro.
— É, não se preocupe. Vou chegar ao acampamento para ver minha garota! Hã, quero dizer que vou levar esta garota para o acampamento! — Ele deu um tapinha na perna de Atena Partenos.
— Ok — disse Nico — segurem as cordas, por favor. É hora de ir.
Reyna e Hedge seguraram. O ar escureceu. A Atena Partenos desmoronou para o interior de sua própria sombra e desapareceu, junto com três acompanhantes.

* * *

O Argo II zarpou após o anoitecer.
Tomou o rumo sudoeste até alcançar a costa, então desceu e seguiu pelas águas do Mar Jônico. Percy estava aliviado por sentir as ondas embaixo dele novamente. A viagem até Atenas seria mais curta por terra, mas depois da experiência da tripulação com espíritos da montanha na Itália, acharam melhor não voar sobre o território de Gaia mais do que o necessário. Fariam a volta na Grécia pelo mar, seguindo as rotas usadas pelos heróis gregos da Antiguidade.
Percy adorou isso. Amava estar de volta aos domínios de seu pai, com o ar marítimo nos pulmões e borrifos salgados nos braços. Ele se debruçou na amurada de boreste e fechou os olhos, sentindo as correntes abaixo. Mas imagens do Tártaro não paravam de surgir em sua mente: o Rio Flegetonte, o chão repleto de bolhas onde os monstros se regeneravam, a floresta sombria onde as arai voavam em círculos no alto, em meio às nuvens da névoa de sangue. Mas, principalmente, pensava em uma cabana em um pântano com um fogo quente, ganchos e prateleiras com ervas e carne de drakon secando. Ele se perguntou se a cabana agora estaria vazia.
Annabeth encostou nele com seu calor reconfortante.
— Eu sei — murmurou ela, lendo sua expressão — também não consigo tirar aquele lugar da cabeça.
— Damásen. E Bob...
— Eu sei — a voz dela estava fragilizada — temos que fazer com que o sacrifício deles não tenha sido em vão. Temos que derrotar Gaia.
Percy olhou para o céu noturno. Desejou que estivessem olhando o céu da praia em Long Island em vez de a meio mundo de distância, navegando rumo à morte quase certa.
Ele se perguntou onde estariam Nico, Reyna e Hedge naquele momento, e quanto tempo levariam para voltar, supondo que sobrevivessem. Imaginou os romanos em formação de batalha cercando o Acampamento Meio-Sangue.
Faltavam catorze dias para chegarem a Atenas. Depois, de um jeito ou de outro, a guerra seria decidida.
Na proa, Leo assobiava satisfeito enquanto mexia no cérebro mecânico de Festus, murmurando algo sobre um cristal e um astrolábio. No centro do barco, Piper e Hazel treinavam esgrima com suas lâminas de bronze e ouro. Jason e Frank estavam no leme, falando baixo, talvez contando histórias da legião ou compartilhando reflexões sobre ser pretor.
— Nossa tripulação é muito boa — disse Percy — se tenho que navegar rumo à morte...
— Você não vai morrer antes de mim, Cabeça de Alga — disse Annabeth — lembra? Nunca ficaremos separados de novo. E depois que chegarmos em casa...
— O quê? — perguntou Percy.
Ela o beijou.
— Pergunte de novo quando derrotarmos Gaia.
Ele sorriu, feliz por ter algo a almejar no futuro.
— Como quiser.
Quando se afastaram da costa, o céu escureceu, e mais estrelas surgiram.
Percy estudou as constelações, as mesmas que Annabeth tinha ensinado a ele tantos anos antes.
— Bob mandou um “oi” — disse para as estrelas.
O Argo II navegou noite adentro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita. Que tal deixar um comentário?

Percyanaticos BR / baseado no Simple | por © Templates e Acessórios ©2013