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A Casa de Hades - CAP. LXX

.. sábado, 15 de março de 2014
Capítulo LXX - Annabeth

DESTRUAM-NOS!
Annabeth já tinha escutado essas palavras tantas vezes que elas a arrancaram de seu estado de paralisia. Ergueu a espada e gritou:
— Percy!
Ele sacou Contracorrente.
Annabeth golpeou as correntes que prendiam as Portas da Morte com toda a força. Sua lâmina de osso de drakon as cortou de primeira. Enquanto isso, Percy repelia a primeira onda de monstros. Ele atingiu uma arai e soltou um grito.
— Argh! Maldições idiotas!
Em seguida, exterminou meia dúzia de telquines. Annabeth passou por trás dele e cortou as correntes do outro lado.
As Portas estremeceram, depois se abriram com um Ding! agradável.
Bob e seu ajudante de dentes de sabre continuavam a se movimentar em volta de Tártaro. Atacavam e se esquivavam para ficarem fora do alcance de seus golpes. Não pareciam causar muitos danos, mas Tártaro, desengonçado, ia de um lado para outro. Era óbvio que não estava acostumado a lutar em um corpo humanoide. Ele atacava e errava, atacava e errava.
Mais monstros correram na direção das Portas. Uma flecha passou ao lado da cabeça de Annabeth. Ela se virou e enfiou a espada na barriga de uma empousa, depois mergulhou e passou pelas portas quando estavam começando a se fechar.
Ela as manteve abertas com o pé enquanto lutava. Como estava no elevador, pelo menos não tinha que se preocupar em ser atacada pelas costas.
— Percy, venha! — gritou ela.
Ele foi até a porta. O rosto dele pingava suor e sangue de vários cortes.
— Você está bem? — perguntou ela.
Ele assentiu.
— Uma das arai me lançou algum tipo de maldição de dor — ele atingiu um grifo em pleno ar — dói, mas não vai me matar. Entre no elevador. Vou segurar o botão.
— Aham, até parece! — Ela acertou um cavalo carnívoro no focinho com o cabo da espada e o fez voltar correndo para a turba de monstros. — Você prometeu, Cabeça de Alga. Nós não íamos nos separar! Nunca mais!
— Você é impossível!
— Eu também amo você.
Toda uma falange de ciclopes atacou, derrubando monstros menores em seu caminho. Annabeth achou que ia morrer.
— Tinham que ser ciclopes — resmungou ela.
Percy soltou um grito de guerra. Aos pés dos ciclopes, uma veia no chão explodiu, e o fogo líquido do Flegetonte espirrou nos monstros. O rio podia ter curado mortais, mas não foi muito benéfico para os ciclopes. A veia arrebentada se fechou sozinha, mas os monstros desapareceram, deixando para trás apenas algumas manchas escuras no chão.
— Annabeth, você precisa ir! — disse Percy. — Não podemos ficar os dois aqui!
— Não! — gritou ela. — Se abaixe!
Ele não perguntou por quê. Apenas se agachou, e Annabeth pulou por cima do namorado e acertou a cabeça de um ogro muito tatuado com sua espada.
Percy e ela estavam parados lado a lado no portal, à espera do ataque seguinte. A veia que explodira tinha detido momentaneamente os monstros, mas não ia demorar para que se lembrassem: Ei, espere aí, nós somos setenta e cinco zilhões, e eles, só dois.
— Bem, e então, você tem uma ideia melhor? — perguntou Percy.
Annabeth bem que queria ter.
As Portas da Morte, sua saída daquele mundo de pesadelos, estavam bem atrás deles. Mas não podiam passar por elas sem que alguém segurasse o botão do elevador por longos doze minutos. Se entrassem e simplesmente deixassem que as Portas se fechassem, Annabeth achava que os resultados não seriam nada saudáveis. E caso se afastassem das Portas, o elevador provavelmente ia se fechar e desaparecer sem eles.
A situação era tão pateticamente triste que quase dava vontade de rir.
Os monstros avançavam bem devagar, rosnando e tomando coragem.
Enquanto isso, os ataques de Bob começavam a ficar mais lentos. Tártaro estava aprendendo a controlar seu corpo novo. O Bob Pequeno dentes-de-sabre saltou sobre o deus, mas Tártaro o jogou para o lado. Bob correu na direção do deus, gritando de ódio, mas ele apenas arrancou a lança das mãos do titã e o chutou morro abaixo, fazendo-o derrubar uma fileira de telquines como se fossem pinos de boliche na forma de mamíferos marinhos.
ENTREGUE-SE!, bradou Tártaro.
— Não — disse Bob. — Você não é meu senhor.
Então morra me desafiando, disse o deus das profundezas. Vocês, titãs, não são nada para mim. Os meus filhos gigantes sempre foram melhores, mais fortes e malignos. Eles vão deixar o mundo superior tão escuro quanto meus domínios!
Tártaro quebrou a lança em duas. Bob uivou de dor. O Bob Pequeno dentes-de-sabre saiu em defesa de seu dono, rosnou para Tártaro e mostrou as presas. O titã tentava se levantar, mas Annabeth sabia que era o fim. Até os monstros se viraram para ver, como se sentissem que seu mestre Tártaro estava prestes a se tornar o centro das atenções. A morte de um titã era algo que merecia ser visto.
Percy segurou a mão de Annabeth.
— Fique aqui. Tenho que ajudá-lo.
— Percy, você não pode — gritou ela, rouca — não se pode lutar contra o Tártaro. Pelo menos, não nós.
Ela sabia que tinha razão. Tártaro estava em uma categoria única. Era mais poderoso que deuses ou titãs. Semideuses não eram nada para ele. Se Percy tentasse ajudar Bob, seria esmagado como uma formiga.
Mas Annabeth também sabia que Percy não ia ouvi-la. Ele não podia deixar Bob morrer sozinho. Simplesmente não era o jeito dele, e essa era uma das muitas razões que a faziam amá-lo, mesmo que fosse um pé no sacculum.
— Vamos juntos — decidiu Annabeth, sabendo que aquela seria a batalha final dos dois.
Se eles se afastassem das Portas, nunca mais deixariam o Tártaro. Pelo menos morreriam lutando lado a lado.
Estava prestes a dizer: Agora!
Uma comoção tomou conta do exército. A distância, Annabeth ouviu guinchos, gritos e um bum, bum persistente e rápido demais para ser a pulsação do coração no chão. Era mais como algo grande e pesado correndo a toda velocidade. Um nascido da terra girou no ar como se tivesse sido arremessado. Um jato de gás verde-claro caía em cima da horda monstruosa como se fosse uma mangueira de veneno contra motins. Tudo em seu caminho se dissolvia. Na outra extremidade do trecho de chão fervilhante e agora vazio, Annabeth viu o motivo da comoção. Ela começou a sorrir.
O drakon maeônio abriu a pele em torno do pescoço e sibilou. Seu hálito venenoso encheu o campo de batalha com o aroma de pinho e gengibre. Ele moveu o corpo de dezenas de metros, sacudiu a cauda verde pintalgada e varreu um batalhão de ogros.
Havia um gigante de pele vermelha montado em suas costas, com flores nas tranças ruivas, um gibão de couro verde e uma lança de costela de drakon na mão.
— Damásen! — gritou Annabeth.
O gigante inclinou a cabeça.
— Annabeth Chase, eu resolvi seguir seu conselho. Escolhi um novo destino para mim.

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