Curta a página oficial do blogger para receber as notificações direto em seu Facebook, além de novidades que serão apenas postadas lá.

Procurando por algo?

0

O Mar de Monstros - CAP. 9

.. domingo, 17 de março de 2013

Capítulo 9 - Minha pior reunião de família de todos os tempos

Annabeth se ofereceu para ir sozinha, já que tinha o boné invisibilidade, mas eu a convenci de que era perigoso demais, íamos todos juntos, ou não ia ninguém.

– Ninguém! – votou Tyson. – Por favor.
Mas no fim ele foi junto, roendo nervosamente suas unhas enormes. Paramos na cabine só pelo tempo de juntar nossas coisas. Sabíamos que, independentemente do que acontecesse, não passaríamos outra noite a bordo do navio de zumbis, mesmo que eles tivessem um bingo de um milhão de dólares. Conferi se Contracorrente estava no meu bolso, e se as vitaminas e a garrafa térmica de Hermes estavam logo na boca do saco de viagem. Não queria que Tyson carregasse tudo, mas ele insistiu, e Annabeth disse que eu não me preocupasse com isso. Tyson era capaz de carregar no ombro três sacos de viagem cheios com a mesma facilidade co que eu carregava uma mochila. Nós nos esgueiramos pelos corredores, seguindo as placas VOCÊ ESTÁ AQUI em direção à suíte do almirantado. Annabeth foi na frente, invisível. Toda vez que passava alguém a gente se escondia, mas a maioria das pessoas que víamos era apenas passageiro zumbis de olhos vidrados. Quando subimos as escadas para o convés 13, onde deveria estar a suíte do almirantado, Annabeth sussurrou:
– Escondam-se! – e nos empurrou para dentro de um pequeno almoxarifado.
Ouvi dois caras descendo o corredor.
– Você viu aquele dragão etíope no porão de carga? – disse um deles.
O outro riu.
– Sim, é impressionante.
Annabeth ainda estava invisível, mas apertou meu braço com força. Tive a impressão de que conhecia a voz do segundo cara.
– Ouvi dizer que vêm vindo mais dois – disse a voz familiar. – Se continuarem chegando nesse ritmo, rapaz, não haverá chance!
As vozes foram sumindo no corredor.
– Aquele era Chris Rodrigues! – Annabeth tirou o boné e ficou visível. – Você lembra... do Chalé 11.
Eu me lembrava vagamente de Chris, do verão anterior. Era um dos campistas indeterminados que ficaram empacados no chalé de Hermes porque seu pai olimpiano, ou sua mãe, nunca o reclamaram. Ali, pensando nisso, percebi que não tinha visto Chris no acampamento.
– O que outro meio-sangue está fazendo aqui?
Annabeth sacudiu a cabeça, claramente perturbada. Continuamos seguindo pelo corredor. Eu não precisava mais de mapas para saber que estava chegando perto de Luke. Sentia algo frio e desagradável – a presença do mal.
– Percy. – Annabeth parou de repente. – Olhe.
Ela estava diante de uma parede de vidro que dava para um cânion de vários andares, que atravessava o meio do navio. No fundo estava o convés principal – um centro comercial cheio de lojas – mas não foi isso que chamou a atenção de Annabeth. Um grupo de monstros estava reunido na frente da doceria: uma dúzia de gigantes lestrigões, como os que me atacaram com bolas de queimado, dois cães monstruosos com três cabeças e cauda de dragão e algumas criaturas ainda mais estranhas – fêmeas humanoides com caudas duplas de serpente, em vez de pernas.
– Dracaenae da Cítia – sussurrou Annabeth. – Mulheres-dragão.
Os monstros estavam em um semicírculo em volta de um jovem de armadura grega que despedaçava um boneco de palha. Fiquei com um nó na garganta quando percebi que o boneco usava uma camiseta laranja do Acampamento Meio-Sangue. Enquanto olhávamos, o cara de armadura deu uma estocada na barriga do boneco e rasgou-o de baixo para cima. Voou palha para todos os lados. Os monstros aplaudiram e gritaram. Annabeth se afastou da janela. Seu rosto estava cinzento.
– Vamos – disse-lhe, tentando parecer mais valente do que me sentia. – Quanto antes acharmos Luke, melhor.
No fim do corredor havia uma porta dupla de carvalho que parecia levar a algum lugar importante. Quando estávamos a dez metros, Tyson parou.
– Vozes lá dentro.
– Você pode ouvir de tão longe? – perguntei.
Tyson fechou os olhos como se estivesse se concentrando ao máximo. Então sua voz mudou, transformando-se numa imitação rouca da voz de Luke.
– ... a profecia nós mesmos. Os idiotas não vão saber para que lado virar.
Antes que eu pudesse reagir, a voz de Tyson mudou de novo, agora mais profunda e ríspida, como a do outro cara que ouvimos falando com Luke do lado de fora da lanchonete.
– Acha mesmo que o velho homem-cavalo se foi para sempre? – Tyson riu a risada de Luke.
– Não podem confiar nele. Não com aqueles esqueletos no armário dele. O envenenamento da árvore foi a última gota.
Annabeth estremeceu.
– Pare com isso, Tyson!
– Como você faz isso? É sinistro!
Tyson abriu o olho e pareceu confuso.
– Estava só ouvindo.
– Continue – disse eu. – O que mais eles estão dizendo?
Tyson fechou o olho de novo. Ele sussurrou na voz do homem zangado:
– Silêncio!
E, então, na voz de Luke, cochichando:
– Você tem certeza?
– Sim – disse Tyson na voz rouca. – Bem aí fora.
Era tarde demais quando percebi o que estava acontecendo.
– Corram!
Foi só o que tive tempo de dizer, quando as portas do camarote se abriram violentamente e lá estava Luke, ladeado por dois gigantes peludos armados com dardos, as pontas de bronze apontadas diretamente para os nossos peitos.
– Bem – disse Luke, com um sorriso torto. – Ora, ora, são os meus dois primos favoritos. Vão entrando.
O camarote era lindo, e era horrível. A parte linda: enormes janelas curvas ao longo da parede dos fundos, dando para a popa do navio. Mar verde e céu azul se estendiam até o horizonte. Um tapete persa cobria o chão. Dois sofás de pelúcia ocupavam o meio da sala, uma cama com dossel em um canto e uma mesa de jantar de mogno no outro. A mesa estava lotada de comida – caixas de pizza, garrafas refrigerante e uma pilha de sanduíches de rosbife em cima de uma bandeja de prata. A parte horrível: sobre uma plataforma de veludo no fundo sala havia um caixão dourado de três metros. Um sarcófago, decorado com cenas de cidades da Grécia Antiga em chamas e heróis morrendo de modo pavoroso. Apesar da luz do sol que se filtra pelas janelas, o caixão fazia a sala inteira parecer fria.
– Bem – disse Luke, abrindo os braços com orgulho. – Um pouco mais agradável do que o Chalé 11, hein?
Ele mudara desde o último verão. Em vez de bermudas e camiseta, usava uma camisa toda abotoada, calça caqui e mocassins de couro. Seu cabelo cor de areia, que era tão rebelde, agora estava aparado curto. Parecia um modelo do mal, mostrando que os vilões fashion de idade universitária usavam em Harvard naquele verão. Ainda tinha a cicatriz embaixo do olho – uma linha branca irregular, de sua batalha com um dragão. E encostada no sofá estava sua espada mágica, Mordecostas, brilhando estranhamente com sua lâmina meio-aço, meio-bronze celestial, que podia matar tanto mortais como monstros.
– Sentem-se – disse-nos.
Acenou com a mão, e três cadeiras de jantar deslizaram sozinhas para o centro da sala. Nenhum de nós se sentou. Os amigos enormes de Luke ainda apontavam seus dardos da para nós. Pareciam gêmeos, mas não eram humanos. Mediam cerca de dois metros e meio, para começar, e usavam apenas jeans, provavelmente porque os peitos enormes já eram recobertos por grossas felpas marrons. Tinham garras no lugar de unhas e os pés eram como patas. Os narizes eram focinhos animalescos e os dentes eram todos caninos pontudos.
– Que falta de cortesia a minha – disse Luke, suavemente. – Estes são meus assistentes, Agrios e Oreios. Talvez vocês já tenham ouvido falar deles.
Eu não disse nada. Apesar dos dardos apontados para mim, não eram os gêmeos ursos que me assustavam. Tinha imaginado meu reencontro com Luke muitas vezes desde que ele tentara me matar no último verão. Eu me via corajosamente de pé diante dele, desafiando-o para um duelo. Mas, agora que estávamos cara a cara, eu mal conseguia impedir que minhas mãos tremessem.
– Vocês não conhecem a história de Agrios e Oreios? – perguntou Luke. – A mãe deles... bem, é triste, de verdade. Afrodite ordenou à jovem mulher que se apaixonasse. Ela se recusou e correu para Ártemis pedindo ajuda. Ártemis deixou que ela se tornasse uma das suas caçadoras virgens, mas Afrodite teve sua vingança. Enfeitiçou a jovem para que se apaixonasse por um urso. Quando Ártemis descobriu, ela abandonou a moça, enojada. Típico dos deuses, não acha? Eles brigam entre si e os pobres humanos são apanhados no meio. Os filhos gêmeos da moça, aqui, Agrios e Oreios, não morrem de amores pelo Olimpo. Mas gostam bastante de meios-sangues, contudo...
– Para o almoço – rosnou Agrios.
Sua voz rouca era a que eu tinha ouvido falando com Luke.
– Hehe! Hehe! – riu seu irmão, Oreios, lambendo os beiços peludos.
Ele continuou rindo como se estivesse tendo uma crise de asma até que Luke e Agrios o olharam.
– Cale a boca, seu idiota! – rosnou Agrios. – Vá se castigar!
Oreios choramingou. Arrastou-se até o canto da sala, deixou-se cair em uma banqueta e bateu a testa contra a mesa de jantar, fazendo tilintar os pratos de prata. Luke agiu como se aquele fosse um comportamento perfeitamente normal. Acomodou-se no sofá e pôs os pés em cima da mesa de café.
– Bem, Percy, deixamos você sobreviver mais um ano. Espero que tenha gostado. Como vai sua mãe? Como vai a escola?
– Você envenenou a árvore de Thalia.
Luke suspirou.
– Direto ao ponto, não é? Ok., envenenei mesmo a árvore. E daí?
– Como pôde fazer isso? – Annabeth parecia tão zangada que pensei que ela fosse explodir. – Thalia salvou sua vida! Nossas vidas! Como pôde desonrá-la...
– Eu não a desonrei! – disparou Luke. – Os deuses a desonraram, Annabeth! Se Thalia estivesse viva, estaria do meu lado.
– Mentiroso!
– Se você soubesse o que ia acontecer, entenderia...
– Eu entendo que você quer destruir o acampamento! – gritou ela. – Você é um monstro!
Luke sacudiu a cabeça.
– Os deuses a cegaram. Você não consegue imaginar um mundo sem eles, Annabeth? De que adianta a história antiga que você estuda? Três mil anos de bagagem! O Ocidente está podre até a alma. Precisa ser destruído. Junte-se a mim! Podemos refazer o mundo do zero. Podemos usar sua inteligência, Annabeth.
– Porque você não tem inteligência nenhuma!
Os olhos dele se estreitaram.
– Conheço você, Annabeth. Você merece coisa melhor do que ir atrás de uma missão sem chances para salvar o acampamento. A Colina Meio-Sangue será invadida por monstros em menos de um mês. Os heróis que sobreviverem não terão escolha senão juntar-se a nós ou ser caçados até a extinção. Você realmente quer estar em um time perdedor... com uma companhia dessa? – Luke apontou para Tyson.
– Ei! – disse eu.
– Viajando com um ciclope – caçoou Luke. – E falando sobre desonrar a memória de Thalia! Estou surpreso com você, Annabeth. Você, de todas as pessoas...
– Pare com isso! – gritou ela.
Não sabia do que Luke estava falando, mas Annabeth enterrou a cabeça nas mãos como se estivesse a ponto de chorar.
– Deixe-a em paz – disse eu. – E deixe Tyson fora disso.
Luke riu.
– Ah! sim, ouvi dizer. Seu pai o reclamou.
Devo ter parecido surpreso, pois Luke sorriu.
– Sim, Percy, eu sei tudo sobre isso. E sobre seu plano de encontrar o Velocino. Quais eram mesmo aquelas coordenadas... 30, 31, 75, 12? Como vê, ainda tenho amigos no acampamento que me mantêm informado.
– Espiões, você quer dizer.
Ele deu de ombros.
– Quantos insultos de seu pai você pode aguentar, Percy? Acha que ele é grato a você? Acha que Poseidon se importa com você mais do que se importa com esse monstro? – Tyson cerrou os punhos e fez um ruído surdo na garganta. Luke apenas deu uma risadinha. – Os deuses estão usando você Percy. Tem ideia do que está reservado para você se chegar ao décimo sexto aniversário? Quíron já lhe contou a profecia?
Tive vontade de falar umas verdades na cara de Luke, mas, como é de praxe, ele conhecia a maneira de me deixar desconcertado. Décimo sexto aniversário? Quer dizer, eu sabia que Quíron tinha recebido uma profecia do Oráculo muitos anos atrás. Sabia que, parte, era sobre mim. Mas se eu chegar ao décimo sexto aniversário? Não gostei muito de ouvir aquilo.
– Eu sei o que preciso saber – consegui dizer. – Sei, por exemplo, quem são os meus inimigos.
– Então você é um idiota.
Tyson reduziu a cadeira mais próxima a estilhaços.
– Percy não é um idiota!
Antes que eu pudesse detê-lo, ele avançou para Luke. Seus punhos desceram na direção da cabeça de Luke – uma pancada dupla que teria aberto um buraco em titânio, mas os gêmeos ursos a interceptaram. Cada um segurou um dos braços de Tyson e eles o detiveram na hora. Empurraram-no para trás, e Tyson cambaleou. Caiu no tapete com tanta força que o convés balançou.
– Que pena, ciclope – disse Luke. – Parece que os meus amigos pardos juntos são mais do que páreo para a sua força. Talvez eu devesse deixá-los...
– Luke – interrompi. – Escute. Seu pai nos mandou.
O rosto dele ficou da cor de pepperoni.
– Não se atreva a mencionar o nome dele.
– Ele nos disse para pegar este navio. Achei que fosse só uma carona, mas ele nos mandou aqui para encontrá-lo. Disse que não vai desistir de você, não importa quanto você esteja zangado.
– Zangado? – rugiu Luke. – Desistir de mim? Ele me abandonou, Percy! Quero o Olimpo destruído! Cada trono esmagado até virar entulho! E você diga a Hermes que isso vai acontecer. A cada vez que um meio-sangue se junta a nós, os olimpianos ficam mais fracos e nós ficamos mais fortes. Ele fica mais forte. – Luke apontou para o sarcófago de ouro. O caixão me apavorava, mas eu estava determinado a não demonstrar.
– E daí? – perguntei. – O que há de tão especial...
E então caiu a ficha do que poderia estar dentro do sarcófago. A temperatura na sala pareceu baixar vinte graus.
– Epa, você não quer dizer...
– Ele está se reconstituindo – disse Luke. – Pouco a pouco estamos resgatando sua força vital para fora do poço. A cada recruta que se junta à nossa causa mais um pedacinho aparece...
– Isso é nojento! – disse Annabeth.
Luke a olhou com desprezo.
– Sua mãe nasceu do crânio partido de Zeus, Annabeth. Eu não falaria nada. Logo haverá o bastante do senhor titã para torná-lo inteiro de novo. Vamos montar um corpo novo para ele, um trabalho digno das forjas de Hefesto.
– Você é louco – disse Annabeth.
– Junte-se a nós e será recompensada. Temos amigos poderosos, patrocinadores bastante ricos para comprar este navio de cruzeiro e muito mais. Percy, sua mãe nunca mais precisará trabalhar. Você poderá comprar uma mansão para ela. Você poderá ter poder, fama – tudo o que quiser. Annabeth, você poderá realizar seu sonho de ser arquiteta. Poderá construir um monumento para durar mil anos. Um templo para os senhores nova era!
– Vá para o Tártaro – disse ela.
Luke suspirou.
– Uma pena.
Ele pegou algo que parecia um controle remoto de tevê e apertou um botão vermelho. Em segundos a porta do camarote se abriu e dois tripulantes uniformizados entraram, armados com cassetetes. O olhar vidrado era o mesmo dos outros mortais que eu tinha visto, mas tive a impressão de que isso não os tornaria menos perigosos numa luta.
– Ah! bom, seguranças! – disse Luke. – Infelizmente temos aqui alguns clandestinos.
– Sim, senhor – disseram eles, com ar sonhador.
Luke se virou para Oreios.
– Já é hora de alimentar o dragão etíope. Leve esses tolos para baixo e mostre-lhes como fazemos.
Oreios sorriu de modo estúpido.
– Hehe! Hehe!
– Deixe-me ir também – resmungou Agrios. – Meu irmão é um inútil. Aquele ciclope...
– Ele não é uma ameaça – disse Luke. Deu uma olhadela para o caixão dourado, como se alguma coisa o incomodasse. – Agrios, fique aqui. Temos assuntos importantes a discutir.
– Mas...
– Oreios, não me desaponte. Fique no porão e certifique-se de que o dragão seja alimentado como deve.
Oreios nos cutucou com seu dardo e nos tocou para fora do camarote, seguido pelos dois seguranças humanos.
Enquanto andava pelo corredor com o dardo de Oreios me cutucando nas costas, pensei no que Luke dissera – que os gêmeos ursos juntos eram páreo para a força de Tyson. Mas quem sabe separados... Saímos do corredor no meio do navio e caminhamos por um deque aberto ladeado por botes salva-vidas. Eu conhecia bem o navio para perceber que aquela seria nossa última visão da luz do sol. Uma vez do outro lado, tomaríamos o elevador para descer ao porão, e seria o fim. Olhei para Tyson e disse:
– Agora.
Graças aos deuses, ele entendeu. Virou-se e lançou Oreios dez metros para trás, dentro da piscina, bem no meio da família de turistas-zumbis.
– Ah! – gritaram as crianças em uníssono. – Nós não estamos nos divertindo à beca na piscina!
Um dos seguranças sacou o cassetete, mas Annabeth o deixou sem fôlego com um pontapé bem dado. O outro segurança correu para o alarme mais próximo.
– Pegue-o! – gritou Annabeth, mas foi tarde demais. Um instante antes que eu o atingisse na cabeça com uma cadeira ele tocou o alarme. Luzes vermelhas piscaram. Sirenes uivaram.
– Bote salva-vidas! – gritei.
Corremos para o mais próximo. Quando conseguimos descobri-lo, monstros e mais seguranças invadiram o convés, empurrando turistas e garçons com bandejas de drinques tropicais. Um cara de armadura grega sacou a espada e investiu, mas escorregou em uma poça de pina colada. Arqueiros lestrigões se reuniram no convés acima de nós, alinhando flechas em seus arcos enormes.
–Como se lança esta coisa? – gritou Annabeth.
Um daqueles cães monstruosos pulou para cima de mim, mas Tyson o atirou para o lado com um extintor de incêndio.
– Entrem! – gritei.
Tirei a tampa de Contracorrente e com um golpe desviei uma saraivada de flechas no ar. A qualquer segundo seríamos vencidos. O bote salva-vidas estava pendurado na lateral do navio, muito acima da água. Annabeth e Tyson não conseguiam manejar a polia de lançamento. Pulei para dentro ao lado deles.
– Segurem-se! – gritei, e cortei as cordas.
Uma chuva de flechas assobiou por cima de nossas cabeças enquanto íamos em queda livre na direção do oceano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita. Que tal deixar um comentário?

Percyanaticos BR / baseado no Simple | por © Templates e Acessórios ©2013