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O Mar de Monstros - CAP. 18

.. domingo, 17 de março de 2013

Capítulo 18 - A invasão dos pôneis de festa

– Mano a mano – desafiei Luke. – Do que você tem medo?
Luke franziu o lábio. Os soldados que estavam prestes a nos matar hesitaram, aguardando as ordens dele. Antes que ele pudesse dizer alguma coisa, Agrio, o homem-urso, irrompeu no convés levando um cavalo voador. Era o primeiro pégaso preto puro que eu já vira, com as asas de um corvo gigante. A égua pégaso empinou e relinchou. Pude entender seus pensamentos. Ela estava chamando Agrio e Luke de nomes tão feios que Quíron teria lavado seu focinho com sabão para selas.
– Senhor – bradou Agrio, esquivando-se dos cascos do pégaso. – Seu corcel está pronto!
Luke manteve os olhos fixos em mim.
– Eu lhe disse no último verão, Percy – disse ele. – Você não pode me atrair para uma luta.
– E você continua evitando uma – reparei. – Com medo de que seus guerreiros o vejam ser derrotado?
Luke lançou um olhar para seus homens, e viu que eu o tinha pego numa armadilha. Se ele recuasse, pareceria fraco. Se me enfrentasse, perderia um tempo precioso em sua caçada a Clarisse. De minha parte, o melhor que podia esperar era distraí-lo, dando aos meus amigos oportunidade de escapar. Se alguém pudesse pensar em um plano para tirá-los dali, seria Annabeth. O lado negativo era que eu sabia o quanto Luke era bom em esgrima.
– Vou matá-lo rapidamente – decidiu ele, e ergueu sua arma. Mordecostas era meio metro mais longa que a minha espada. Sua lâmina reluzia com uma luz maligna cinza e ouro, onde o aço humano fora fundido com o bronze celestial. Eu quase pude sentir a lâmina lutando contra si mesma, como ímãs de polos opostos amarrados juntos. Não sabia como a lâmina tinha sido feita, mas senti algo trágico. Alguém morrera no processo. Luke assobiou para um dos seus homens, que lhe jogou um escudo redondo de couro e bronze. Ele me lançou um sorriso maligno.
– Luke – disse Annabeth – pelo menos dê a ele um escudo.
– Sinto muito, Annabeth – disse ele. – Nesta festa, a gente traz o próprio equipamento.
O escudo era um problema. Lutar com as duas mãos segurando apenas uma espada nos dá mais força, mas lutar com uma das mãos e um escudo nos dá melhor defesa e versatilidade. Há mais movimentos, mais opões, mais maneiras de matar. Pensei em Quíron, que me dissera para ficar no acampamento não importasse a que preço, e aprendesse a lutar. Agora ia pagar por não lhe ter dado ouvidos. Luke quase me matou na primeira investida. Sua espada passou embaixo do meu braço, rasgando minha camisa e roçando minhas costelas. Pulei para trás, contra-ataquei com Contracorrente, mas Luke desviou minha lâmina com o escudo.
– Ora, Percy – caçoou – você está fora de forma.
Ele avançou de novo com um golpe na altura da minha cabeça. Eu me defendi e devolvi com uma estocada. Ele desviou facilmente para o lado. O corte nas minhas costelas doía. Meu coração estava disparado. Quando Luke investiu de novo, pulei para trás, para dentro da piscina, e senti uma explosão de força. Girei embaixo d'água, criando um turbilhão que emergiu da parte mais funda, explodindo diretamente na cara de Luke. A força da água o derrubou, o fez cuspir, sem enxergar. Mas, antes que eu pudesse atacar, ele rolou de lado e se pôs de pé novamente.
Ataquei e cortei fora a beira de seu escudo, mas aquilo não o intimidou. Ele se agachou e investiu contra as minhas pernas. De repente minha coxa ficou em fogo, com uma dor tão intensa que desabei. Meus jeans estavam rasgados acima do joelho. Eu estava ferido. Não sabia com que gravidade. Luke deu um golpe para baixo e eu rolei para trás de uma espreguiçadeira. Tentei me levantar, mas minha perna não suportava o peso.
– Perrrrrrcy! – baliu Grover.
Rolei de novo quando a espada de Luke partiu a espreguiçadeira ao meio, com os tubos de metal e tudo. Arrastei-me em direção à piscina, tentando desesperadamente não desmaiar. Eu nunca conseguiria. Luke sabia disso. Ele avançou devagar, sorrindo. O fio de sua espada estava tingido de vermelho.
– Uma coisa que eu quero que você veja antes de morrer, Percy.
Ele olhou para o homem-urso Oreios, que ainda estava segurando Annabeth e Grover pelo pescoço.
– Você pode comer o seu jantar agora, Oreios. Bon appetit.
– He-he! He-he!
O homem-urso ergueu meus amigos e mostrou os dentes. Foi quando o Hades inteiro foi libertado.
Zummm! Uma flecha com penas vermelhas brotou na boca de Oreios. Com uma expressão surpresa na cara peluda, ele desmoronou no convés.
– Irmão! – gemeu Agrio.
Ele afrouxou as rédeas do pégaso apenas por tempo suficiente para o corcel negro escoiceá-lo na cabeça e escapar voando, livre, sobre a baía de Miami. Por uma fração de segundo os guardas de Luke ficaram atordoados demais para fazer qualquer coisa a não ser olhar para os corpos dos gêmeos ursos se dissolvendo em fumaça. Então se ouviu um coro selvagem de brados de guerra e um estrépito de cascos contra metal. Uma dúzia de centauros irrompeu da escadaria principal.
– Pôneis! – exclamou Tyson, empolgado.
Minha cabeça teve dificuldade de processar tudo o que vi. Quíron estava no meio da multidão, mas seus parentes não pareciam quase nada com ele. Eram centauros com corpo de garanhões árabes, outros com pelo dourado de palomino, outros com manchas laranja e brancas como paint horses. Alguns usavam camisetas de cores vivas com letras fosforescentes que diziam PÔNEIS DE FESTA: DIVISÃO DO SUL DA FLORIDA. Alguns estavam armados com arcos, alguns com bastões de beisebol, alguns com pistolas de paintball. Um tinha a cara pintada como um guerreiro comanche e agitava uma enorme mão de isopor mostrando um grande Número 1. Outro estava de peito nu e inteiramente pintado de verde. Um terceiro usava óculos com olhos vesgos presos a molas, balançando para cima e para baixo, e um daqueles bonés de beisebol que têm latas de refrigerante com canudinhos penduradas dos dois lados.
Eles estouraram no convés com tamanha ferocidade e tanto colorido que por um momento até Luke ficou atordoado. Eu não sabia dizer se eles tinham chegado para comemorar ou atacar. Tudo levava a crer que as duas coisas. Enquanto Luke erguia sua espada para convocar as tropas, um centauro disparou uma flecha diferenciada, com uma luva de boxe na ponta. Ela atingiu Luke na cara e o mandou para dentro da piscina. Seus guerreiros se espalharam por todos os lados. Eu não podia culpá-los. Enfrentar os cascos de um garanhão empinado já é bastante assustador, mas sendo ele um centauro, armado com um arco e aos gritos, usando um chapéu com latas de refrigerante, até o mais bravo dos guerreiros bateria em retirada.
– Venham, acertem alguns! – gritou um dos pôneis de festa.
Eles mandaram ver com suas pistolas de paintball. Uma onda de azul e amarelo explodiu contra os guerreiros de Luke, cegando-os e emporcalhando-os da cabeça aos pés. Eles tentaram correr, apenas para escorregar e cair. Quíron galopou até Annabeth e Grover, pegou-os com facilidade do convés e os colocou nas costas. Tentei me levantar, mas minha perna ferida ainda parecia estar em fogo. Luke se arrastava para fora da piscina.
– Ataquem, seus idiotas! – ordenou às suas tropas.
Em algum lugar sob o convés um grande sino bateu. Eu sabia que a qualquer segundo seríamos esmagados pelos reforços de Luke. Seus guerreiros já estavam se recuperando da surpresa, avançando para os centauros com espadas e lanças erguidas.
Tyson jogou meia dúzia de lado com um tabefe, derrubando-os por cima da amurada na baía de Miami. Porém mais guerreiros vinham subindo pelas escadas.
– Irmãos, retirar! – disse Quíron.
– Você não vai escapar dessa impune, homem-cavalo! – berrou Luke.
Ele ergueu a espada, mas levou um murro na cara em outra flechada de luva de boxe, e caiu sentado numa espreguiçadeira. Um centauro palomino me içou para seu lombo.
– Cara, chame seu amigo grandalhão!
– Tyson! – gritei. – Venha!
Tyson largou os dois guerreiros que estava prestes a amarrar em um nó e correu atrás de nós. Ele pulou para o lombo do centauro.
– Cara! – gemeu o centauro, quase cedendo sob o peso de Tyson. – As palavras "dieta de baixo carboidrato" significam alguma coisa para você?
Os guerreiros de Luke estavam se organizando em uma falange. Mas quando estavam prontos para avançar os centauros já tinham galopado para a beirada do convés e pulado sem medo por cima da amurada, como se aquilo fosse uma corrida de obstáculos e não dez andares acima do chão. Tive certeza de que íamos morrer. Despencamos para o cais, mas os centauros atingiram o asfalto praticamente sem um solavanco sequer e saíram galopando, bradando entusiasmados e gritando provocações para o Princesa Andrômeda enquanto galopávamos para as ruas do centro de Miami.
Não tenho ideia do que os moradores de Miami pensaram quando passamos galopando. Ruas e edifícios começaram a se tornar indistintos enquanto os centauros ganhavam velocidade. A sensação era de que o espaço estava se compactando – como se cada passo de centauro nos levasse por quilômetros e quilômetros. Num piscar de olhos, deixamos a cidade para trás. Disparamos por campos pantanosos, capim alto, lagos e árvores anãs. Finalmente, estávamos em um acampamento de trailers à beira de um lago. Os trailers eram todos puxados por cavalos, incrementados com televisores, minigeladeiras e mosquiteiros. Era um acampamento de centauros.
– Cara! – disse um pônei de festa enquanto descarregava seu equipamento. – Você viu aquele sujeito urso? Parecia que estava dizendo: "Epa! Tem uma flecha na minha boca!"
O centauro com os óculos de olhos vesgos riu.
– Aquilo foi fantástico! Trombada de cabeça!
Os dois centauros investiram um contra o outro com força total e bateram as cabeças, depois saíram cambaleando um para cada lado, com sorrisos bobos na cara.
Quíron suspirou. Pôs Annabeth e Grover sobre uma toalha de piquenique ao meu lado.
– Preferiria que meus primos não batessem as cabeças. Eles não têm neurônios sobrando.
– Quíron – disse eu, ainda surpreso com o fato de ele estar ali. – Você nos salvou.
Ele me deu um sorriso seco.
– Bem, eu não poderia deixar que morressem, especialmente por terem limpado meu nome.
– Mas como sabia onde estávamos? – perguntou Annabeth.
– Planejamento avançado, minha querida. Eu calculei que vocês seriam trazidos pelas águas para perto de Miami, se conseguissem sair do Mar de Monstros vivos. Quase tudo o que é esquisito é trazido para Miami pelas águas.
– Puxa, obrigado – murmurou Grover.
– Não, não – disse Quíron. – Eu não quis dizer... Ah, não importa! Eu estou contente em vê-lo, meu jovem sátiro. A questão é que consegui bisbilhotar a mensagem de íris de Percy e rastrear o sinal. Íris e eu somos amigos há séculos. Pedia a ela que me alertasse sobre quaisquer comunicações importantes nesta área. Então não foi preciso grande esforço para convencer meus primos a vir em sua ajuda. Como vêem, nós, centauros, somos capazes de nos deslocar bem depressa quando queremos. Nossa noção de distância é diferente da dos seres humanos. Olhei para a fogueira, onde três pôneis de festa ensinavam Tyson a usar uma pistola de paintball. Torci para que soubessem no que estavam se metendo.
– Então, e agora? – perguntei a Quíron. – Simplesmente deixamos Luke ir embora? Ele está com Cronos a bordo daquele navio. Ou partes dele, de qualquer modo.
Quíron se ajoelhou, dobrando cuidadosamente as pernas dianteiras embaixo de si. Abriu a bolsa de remédios em seu cinto e começou a tratar meus ferimentos.
– Infelizmente, Percy, aconteceu hoje uma espécie de empate. Nós não tínhamos vantagem numérica para tomar aquele navio. E Luke não estava suficientemente organizado para nos perseguir. Ninguém venceu.
– Mas nós temos o Velocino! – disse Annabeth. – Clarisse está agora mesmo voltando com ele para o acampamento.
Quíron assentiu, embora ainda parecesse inquieto.
– Vocês todos são heróis de verdade. E assim que deixarmos Percy em condições, vocês devem voltar ao Acampamento Meio Sangue. Os centauros poderão levá-los.
– Você também vem? – perguntei.
– Ah, sim, Percy! Ficarei aliviado em ir para casa. Os meus irmãos aqui simplesmente não apreciam a música de Dean Martin. Além disso, preciso trocar algumas palavras com o senhor D. Temos o restante do verão para planejar. Muito treinamento para fazer. E eu quero ver... estou curioso a respeito do Velocino.
Eu não sabia exatamente o que ele queria dizer, mas aquilo me deixou preocupado com o que Luke dissera: Eu ia deixar você levar o Velocino... depois que eu tivesse terminado com ele. Ele estaria simplesmente mentindo? Eu aprendera com Cronos que sempre há um plano dentro de um plano. O senhor titã não era chamado de O Tortuoso à toa. Tinha meios de conseguir que as pessoas fizessem o que ele queria sem sequer se darem conta das verdadeiras intenções dele. Junto à fogueira, Tyson estava à vontade com sua pistola de paíntball. Um projétil azul explodiu contra um dos centauros, arremessando-o de costas para dentro do lago. O centauro saiu sorrindo, coberto de lama do pântano e tinta azul, e com as duas mãos fez sinal de positivo para Tyson.
– Annabeth – disse Quíron – quem sabe você e Grover poderiam ir tomar conta de Tyson e dos meus primos antes que eles, ahn, ensinem maus hábitos demais um ao outro?
Annabeth olhou-o nos olhos. Houve algum tipo de entendimento entre eles.
– Claro, Quíron – disse Annabeth. – Venha, garoto-bode.
– Mas eu não gosto de paintball.
– Sim, você gosta.
Ela pôs Grover sobre seus cascos e o levou em direção à fogueira. Quíron acabou de enfaixar minha perna.
– Percy, tive uma conversa com Annabeth a caminho daqui. Uma conversa sobre a profecia.
O-oh, pensei.
– Não foi culpa dela – disse eu. – Eu a fiz contar.
Seus olhos pestanejaram com irritação. Tinha certeza de que ele iria me dar uma bronca, mas então seu olhar demonstrou cansaço.
– Acho que não poderia mantê-la em segredo para sempre.
– Então sou mesmo eu na profecia?
Quíron enfiou as ataduras de volta na bolsa.
– Eu gostaria de saber, Percy. Você ainda não tem dezesseis anos. Por ora, devemos simplesmente treiná-lo o melhor possível, e deixar o futuro para as Parcas. As Parcas. Eu não pensava naquelas velhas senhoras fazia um bom tempo, mas assim que Quíron as mencionou, a ficha caiu em minha cabeça.
– É isso que aquilo significava.
Quíron franziu o cenho.
– É isso que o quê significava?
– No último verão. O agouro das Parcas quando as vi arrebentar a linha da vida de alguém. Pensei que significasse que eu ia morrer imediatamente, mas é pior que isso. Tem algo a ver com sua profecia. A morte que elas previram... vai acontecer quando eu tiver dezesseis anos.
A cauda de Quíron varreu nervosamente a grama.
– Meu menino, você não pode ter certeza disso. Nós nem sabemos se a profecia é sobre você.
– Mas não existe nenhum outro filho meio-sangue dos Três Grandes!
– Que nós saibamos.
– E Cronos está retornando. Ele vai destruir o Monte Olimpo!
– Ele vai tentar – concordou Quíron. – E a civilização ocidental junto, se não o detivermos. Mas nós vamos detê-lo. Você não estará sozinho nessa luta.
Eu sabia que ele estava tentando me fazer sentir melhor, mas me lembrei do que Annabeth contara. Caberia a um só herói. Uma decisão que iria salvar ou destruir o Ocidente. E eu tinha certeza de que as Parcas me deram algum tipo de aviso sobre isso. Algo terrível iria acontecer, ou para mim ou para alguém próximo de mim.
– Eu sou apenas uma criança, Quíron – disse eu, sem forças. – De que adianta um heroizinho de nada contra uma coisa como Cronos?
Quíron conseguiu sorrir.
– De que adianta um heroizinho de nada? Joshua Lawrence Chamberlain me disse algo parecido certa vez, pouco antes de, sozinho, mudar o curso da Guerra Civil.
Ele puxou uma flecha de sua aljava e girou a ponta afiada como navalha de um jeito que a fez brilhar à luz da fogueira.
– Bronze celestial, Percy. Uma arma imortal. O que aconteceria se você disparasse isto contra um ser humano?
– Nada – disse eu. – Passaria através dele.
– Certo – disse ele. – Os seres humanos não existem no mesmo nível que os imortais. Eles não podem nem mesmo ser feridos pelas nossas armas. Mas você, Percy... você é parte deus, parte humano. Vive em ambos os mundos. Pode ser ferido por ambos, e pode influenciar ambos. É isso que torna os heróis tão especiais. Você transporta as esperanças da humanidade para a esfera do eterno. Os monstros nunca morrem. Eles renascem do caos e do barbarismo que sempre fermentam embaixo da civilização, o próprio material que torna Cronos mais forte. Precisam ser derrotados de novo, e de novo, mantidos encurralados. Os heróis personificam essa luta. Você enfrenta as batalhas que a humanidade precisa vencer, a cada geração, a fim de continuar sendo humana. Entende?
– Eu... eu não sei.
– Você precisa tentar, Percy. Porque, seja você ou não a criança da profecia, Cronos acha que você pode ser. E, depois de hoje, ele finalmente desistirá de levá-lo para o lado dele. Essa é a única razão de ele ainda não tê-lo matado, você sabe. Assim que ele tiver certeza de que não poderá usá-lo, irá destruí-lo.
– Você fala como se o conhecesse.
Quíron franziu os lábios.
– Mas eu o conheço.
Olhei para ele. Eu às vezes me esquecia de como Quíron era velho.
– É por isso que o senhor D culpou você quando a árvore foi envenenada? Por isso disse que algumas pessoas não confiam em você?
– Sem dúvida.
– Mas, Quíron... Quer dizer, ora vamos! Por que eles haveriam de pensar que você iria trair o acampamento por Cronos?
Os olhos de Quíron eram de um castanho profundo, cheios de milhares de anos de tristeza.
– Percy, lembre-se de seu treinamento. Lembre-se dos estudos de mitologia. Qual é a minha conexão com o senhor titã?
Tentei pensar, mas minha mitologia sempre foi toda confusa Mesmo ali, quando ela era tão real, tão importante para minha vida, eu tinha problemas em guardar direito todos os nomes e os fatos. Sacudi a cabeça.
– Você, ahn, deve a Cronos algum favor ou coisa assim? Ele poupou sua vida?
– Percy – disse Quíron, a voz inimaginavelmente suave. – O titã Cronos é meu pai.

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