Curta a página oficial do blogger para receber as notificações direto em seu Facebook, além de novidades que serão apenas postadas lá.

Procurando por algo?

0

O Mar de Monstros - CAP. 14

.. domingo, 17 de março de 2013

Capítulo 14 - Nosso encontro com o carneiro da perdição

Quando a gente pensa em "ilha de monstros" imagina penhascos e ossos espalhados pela praia, como na ilha das sereias. A ilha do ciclope não tinha nada a ver com isso. Quer dizer, tudo bem, havia uma ponte de corda em cima de um precipício, o que não era bom sinal. É quase o mesmo que pendurar um cartaz dizendo: ALGO MALIGNO VIVE AQUI. Mas, com exceção disso, o lugar parecia um cartão-postal do Caribe. Tinha campos verdejantes, árvores de frutas tropicais e praias de areia branca. Enquanto navegávamos em direção à costa, Annabeth respirou fundo o ar perfumado.

– O Velocino – disse ela.
Eu assenti. Ainda não podia ver o Velocino, mas podia sentir sua força. Era possível acreditar que ele curaria qualquer coisa, até mesmo a árvore envenenada de Thalia.
– Se nós o levarmos embora, a ilha vai morrer?
Annabeth sacudiu a cabeça.
– Ela vai se esgotar. Voltar ao que seria normalmente, o que quer que fosse.
Eu me senti um pouco culpado por arruinar aquele paraíso, mas lembrei a mim mesmo que não tínhamos escolha. O Acampamento Meio-Sangue estava em dificuldades. E Tyson... Tyson ainda estaria conosco se não fosse por aquela missão. Na base da ravina várias dúzias de carneiros andavam em círculos. Pareciam bastante pacíficos, mas eram enormes – do tamanho de hipopótamos. Logo além deles havia um caminho que levava às colinas. No topo do caminho, perto da beira do cânion, estava o grandioso carvalho que eu vira em meus sonhos. Algo dourado brilhava em seus galhos.
– Isso está fácil demais – disse eu. – Podemos simplesmente subir até lá e pegá-lo?
Os olhos de Annabeth se estreitaram.
– Deveria haver um guardião. Um dragão ou...
Foi quando um cervo emergiu dos arbustos. Ele trotou para a campina, provavelmente em busca de grama para comer, quando os carneiros baliram todos de uma vez e assustaram o animal. Aconteceu tão depressa que o cervo tropeçou e se perdeu em um mar de lã e cascos batendo. Grama e tufos de pelo voavam pelo ar. Um segundo depois todos os carneiros se afastaram, de volta às suas pacificas perambulações. Onde estivera o cervo, havia agora uma pilha de ossos limpos e brancos. Annabeth e eu nos entreolhamos.
– Eles são como piranhas – disse ela. – Piranhas com lã. Como é que nós...
– Percy! – arfou Annabeth, agarrando meu braço. – Olhe.
Ela apontou para a praia, logo abaixo da campina dos carneiros, onde um pequeno bote fora arrastado para a terra... o outro bote salva-vidas do Birmingham.


Concluímos que não havia como passar pelos carneiros comedores de gente. Annabeth queria se esgueirar invisível pelo caminho acima e agarrar o Velocino, mas no fim eu a convenci de que alguma coisa iria dar errado. Os carneiros poderiam sentir seu cheiro. Outro guardião poderia aparecer. Alguma coisa. E se aquilo acontecesse eu estaria longe demais para ajudar. Além disso, nossa primeira obrigação era achar Grover e quem quer que tivesse chegado à costa naquele bote – supondo que tivesse conseguido passar pelos carneiros. Eu estava nervoso demais para falar sobre minha esperança secreta... de que Tyson ainda pudesse estar vivo.
Ancoramos o Vingança da Rainha Ana no lado de trás da ilha, onde as falésias subiam em linha reta uns bons sessenta metros. Imaginei que seria menos provável que vissem o navio ali. Escalar as falésias até parecia possível – com um grau de dificuldade mais ou menos igual ao da parede de lava no acampamento. Pelo menos não havia carneiros. Eu esperava que Polifemo não criasse também cabras montanhesas carnívoras. Remamos num bote salva-vidas até a base das rochas e começamos a subir, muito devagar. Annabeth foi primeiro porque escalava melhor. Ficamos perto de morrer umas seis ou sete vezes, o que considerei muito bom. Em certo momento deixei escapar uma das mãos e me vi pendurado por um braço numa saliência quinze metros acima da arrebentação rochosa. Mas achei outro ponto de apoio e continuei escalando. Um minuto depois Annabeth pisou em musgos escorregadios e seu pé deslizou. Felizmente, ela encontrou alguma outra coisa em que apoiá-lo. Por azar, tratava-se da minha cara.
– Desculpe – murmurou ela.
– Tudo bem – resmunguei, embora na verdade não quisesse saber qual era o sabor do tênis de Annabeth. Finalmente, quando meus dedos já pareciam chumbo derretido e os músculos do meu braço tremiam de exaustão, nos arrastamos sobre o topo da falésia e desmoronamos.
– Ugh – disse eu.
– Ai – gemeu Annabeth.
– Grrrr! – Urrou outra voz. Se eu não estivesse tão cansado teria pulado mais uns sessenta metros. Girei o corpo, mas não pude ver quem rosnara. Annabeth tampou minha boca com a mão. Ela apontou. A saliência sobre a qual estávamos sentados era mais estreita do que eu pensava. O lado oposto era um desfiladeiro, e era de lá que vinha a voz – logo abaixo de nós.
– Você é bem agressiva! – rugiu a voz profunda.
– Enfrente-me! – Era a voz de Clarisse, sem dúvida. – Devolva minha espada e lutarei com você!
O monstro riu estrondosamente.
Annabeth e eu nos arrastamos até a beirada. Estávamos logo acima da entrada da caverna do ciclope. Abaixo, estavam Polifemo e Grover, ainda de vestido de noiva. Clarisse estava amarrada, pendurada de cabeça para baixo acima de um caldeirão de água fervente. De certa forma, torcia para que Tyson também estivesse lá embaixo. Mesmo que ele estivesse em perigo, ao menos eu saberia que estava vivo. Mas não havia sinal dele.
– Hummm – ponderou Polifemo. – Comer a menina fanfarrona ou esperar o banquete de casamento? O que acha minha noiva?
Ele se voltou para Grover, que recuou e quase tropeçou cauda de seu vestido, terminada.
– Ah!, ahn, eu não estou com fome agora, querido. Talvez...
– Você disse noiva? – perguntou Clarisse. – Quem... Grover?
Ao meu lado Annabeth murmurou:
– Cale a boca. Ela tem de calar a boca.
Polifemo olhou enfurecido.
– Que "Grover"?
– O sátiro! – berrou Clarisse.
– Ah! – ganiu Grover. – Os miolos da pobrezinha estão fervendo por causa daquela água quente. Puxe-a para baixo, querido!
Os cílios de Polifemo se estreitaram sobre o maligno olho leitoso, como se ele tentasse enxergar Clarisse mais claramente. O ciclope era uma visão ainda mais horrível do que nos meus sonhos. Em parte, porque seu cheiro rançoso agora estava muito próximo. Em parte, porque ele vestia sua roupa de casamento – um saiote tosco e uma manta nos ombros, feitos de smokings azul-bebê costurados um no outro, como se ele tivesse despido uma festa de casamento inteira.
–Que sátiro? – perguntou Polifemo. – Sátiros são boa comida. Você me trouxe um sátiro?
– Não, seu grande idiota! – berrou Clarisse. – Aquele sátiro! Grover! Aquele de vestido de noiva!
Eu quis torcer o pescoço de Clarisse, mas era tarde demais. Tudo o que pude fazer foi olhar enquanto Polifemo se virava e arrancava o véu de noiva de Grover – revelando seu cabelo encaracolado, a barba desmazelada de adolescente, os pequenos chifres. Polifemo respirou pesadamente, tentando conter a raiva.
– Eu não enxergo muito bem – rosnou. – Desde muitos anos atrás, quando o outro herói me furou o olho. Mas VOCÊ...NÃO É... UMA DAMA... CICLOPE!
O ciclope agarrou o vestido de Grover e o arrancou. Embaixo, o velho Grover reapareceu, com seu jeans e sua camiseta. Ele gemeu e se abaixou quando o monstro desferiu um golpe que passou acima de sua cabeça.
– Pare! – implorou Grover. – Não me coma cru! Eu... eu tenho uma boa receita!
Estendi a mão para minha espada, mas Annabeth sussurrou:
– Espere!
Polifemo estava hesitando, uma grande pedra na mão, prestes a esmagar sua pretensa noiva.
– Receita? – perguntou a Grover. – Ah, s-sim! Você não pode me comer cru. Vai pegar uma infecção, e botulismo, e toda sorte de coisas horríveis. Vou ficar muito mais gostoso grelhado em fogo lento. Com chutney de manga! Você pode pegar algumas mangas agora mesmo, lá embaixo no bosque. Ficarei esperando aqui.
O monstro pensou naquilo. Meu coração martelava contra as costelas. Calculei que morreria se atacasse. Mas não poderia deixar que o monstro matasse Grover.
– Sátiro grelhado com chutney de manga – pensou Polifemo.
Ele olhou de novo para Clarisse, ainda pendurada acima do caldeirão de água fervente.
– Você também é um sátiro?
– Não, seu grande monte de esterco! – berrou ela. – Eu sou uma menina! Filha de Ares! Agora me desamarre para que eu possa arrancar seus braços!
– Arrancar os meus braços – repetiu Polifemo.
– E enfiá-los garganta abaixo!
– Você tem coragem.
– Ponha-me no chão!
Polifemo ergueu Grover como se ele fosse um cachorrinho desobediente.
– Agora tenho de pastorear carneiros. Casamento adiado para de noite. Então comeremos sátiro como prato principal!
– Mas... você ainda vai se casar? – Grover pareceu ofendido. – Quem é a noiva?
Polifemo olhou na direção do caldeirão fervente. Clarisse soltou um som estrangulado.
– Ah, não! Você não pode estar falando sério. Eu não sou...
Antes que Annabeth ou eu pudéssemos fazer alguma coisa, Polifemo a arrancou da corda como se ela fosse uma maçã madura e a jogou junto com Grover no fundo da caverna.
– Fiquem à vontade! Voltarei ao pôr do sol para o grande evento!
Então o ciclope assobiou e um rebanho misto de bodes e carneiros – menores que os comedores de gente – saiu da caverna, passando por seu amo. Enquanto eles seguiam para o pasto, Polifemo dava palmadinhas nas costas de alguns e os chamava pelo nome – Beltbuster, Tammany, Lockhart etc. Quando o último carneiro se afastou bamboleando, Polifemo rolou uma rocha na frente da entrada tão facilmente como se fechasse uma porta de geladeira, isolando o som dos gritos de Clarisse e Grover lá dentro.
– Mangas – resmungou Polifemo consigo mesmo. – O que são mangas?
Ele foi caminhando tranquilamente montanha abaixo em sua roupa de noivo azul-bebê, deixando-nos sozinhos com um caldeirão de água fervente e uma rocha de seis toneladas.


Tentamos pelo que nos pareceram horas, mas não adiantou. A rocha não se movia. Gritamos para dentro de fendas, batemos na pedra, fizemos tudo em que podíamos pensar para transmitir um sinal a Grover, mas, se ele nos ouviu, não podíamos saber. Mesmo se por algum milagre conseguíssemos matar Polifemo, não adiantaria. Grover e Clarisse morreriam dentro da caverna fechada. A única maneira de mover a rocha seria conseguir que o ciclope o fizesse. Em total frustração, golpeei Contracorrente contra a rocha. Voaram fagulhas, mas não aconteceu nada além disso. Uma grande rocha não é o tipo de inimigo que se possa combater com uma espada mágica. Annabeth e eu nos sentamos no cume, desesperados, e observamos a forma distante em azul-bebê do ciclope enquanto ele se movia entre seus rebanhos. Sabiamente, ele separara os animais comuns dos carneiros comedores de gente, colocando cada grupo de um lado da enorme fenda que dividia a ilha. O único meio de atravessar era a ponte de corda, e as tábuas eram separadas demais para cascos de carneiros. Observamos enquanto Polifemo visitava seu rebanho carnívoro, no lado mais distante. Infelizmente, eles não o comeram. Na verdade, nem ao menos pareciam incomodá-lo. Ele lhes deu pedaços de carne misteriosa de uma grande cesta de vime, o que apenas reforçou a sensação que eu tinha desde que Circe me transformara em porquinho-da-índia: talvez fosse hora de me juntar a Grover e me tornar vegetariano.
– Um truque – concluiu Annabeth. – Não podemos vencê-lo pela força, portanto teremos de usar um truque.
– Certo. Que truque?
– Ainda não resolvi essa parte.
– Beleza.
– Polifemo terá de mover a rocha para deixar os carneiros entrar.
– Ao pôr do sol – falei. – Que é quando ele vai se casar com Clarisse e jantar Grover. Ainda não decidi o que é mais nojento.
– Posso ficar invisível e entrar.
– E eu?
– Os carneiros – ponderou Annabeth.
Ela me deu um daqueles olhares travessos que sempre me deixavam desconfiado.
– Você gosta muito de carneiros?


– Só não se solte! – disse Annabeth, invisível em algum lugar à minha direita. Para ela, era fácil falar. Ela não estava pendurada de cabeça para baixo na barriga de um carneiro. Agora, admito que não fora tão difícil quanto eu pensara. Já tinha me arrastado para baixo de um carro antes, para trocar o óleo para minha mãe, e isso não era tão diferente. O carneiro não se importou. Até mesmo o menor dos carneiros do ciclope era bastante grande para suportar meu peso, e eles tinham uma lã espessa. Eu simplesmente a torci, formando alças para as minhas mãos, enganchei os pés nos ossos das coxas do carneiro e pronto: eu me sentia como um pequeno canguru, zanzando acomodado contra o peito do carneiro, tentando manter a lã longe da boca e do nariz. Caso você esteja intrigado, a parte de baixo de um carneiro não tem um cheiro assim tão bom. Imagine um suéter de inverno que foi arrastado pela lama e deixado no cesto de roupa suja por uma semana. É algo assim.
O sol estava se pondo. Nem bem fiquei em posição, o ciclope rugiu:
– Oi! Bodinhos! Carneirinhos!
O rebanho, obediente, começou a caminhar laboriosamente ladeiras acima, em direção à caverna.
– É isso aí! – sussurrou Annabeth. – Vou estar por perto. Não se preocupe.
Fiz uma promessa silenciosa aos deuses de que, se sobrevivêssemos àquilo, diria a Annabeth que ela é um gênio. O assustador era que eu sabia que os deuses iriam me cobrar. Meu táxi-carneiro começou a subir a colina. Depois de uma centena de metros, minhas mãos e meus pés começaram a doer. Agarrei a lã com mais força, e o animal fez um ruído inarticulado. Não o culpei. Eu mesmo não gostaria de alguém escalando por meus cabelos. Mas, se eu não me agarrasse, certamente cairia ali mesmo, bem na frente do monstro.
– Hasenpfeffer! – disse o ciclope, afagando um dos carneiros na minha frente. – Einstein! Widget... Ei, Widget!
Polifemo deu uns tapinhas no meu carneiro e quase me derrubou no chão.
– Ganhando um pouco de lã extra, hein? Epa, pensei, é agora. Mas Polifemo apenas riu e deu uma palmada no traseiro do carneiro, empurrando-nos para a frente.
– Vá andando, gorducho! Logo Polifemo irá comê-lo no café-da-manhã!
E, simples assim, eu estava dentro da caverna. Pude ver o último dos carneiros entrando. Se Annabeth não começasse logo a distraí-lo... O ciclope estava para rolar a rocha de volta a seu lugar quando de algum canto do lado de fora, Annabeth gritou:
– Olá, feioso!
Polifemo ficou rígido.
– Quem disse isso?
– Ninguém! – gritou Annabeth. Aquilo provocou exatamente a reação que ela esperava. A cara do monstro ficou vermelha de raiva.
– Ninguém! – Polifemo berrou de volta. – Eu me lembro de você!
– Você é estúpido demais para se lembrar de alguém – provocou Annabeth. – Muito menos de Ninguém.
Pedi aos deuses que ela já estivesse em movimento quando disse aquilo, porque Polifemo urrou furiosamente, agarrou a rocha mais próxima (que por acaso era sua porta da frente) e a atirou na direção do som da voz de Annabeth. Ouvi a pedra se despedaçar em mil fragmentos. Por um momento terrível fez-se silêncio. Então Annabeth gritou:
– Você também não aprendeu a atirar pedras melhor!
Polifemo uivou.
– Venha para cá! Deixe-me matar você, Ninguém!
– Você não pode matar Ninguém, seu imbecil estúpido – provocou ela. – Venha me achar!
Polifemo disparou colina abaixo na direção da voz dela. Essa coisa de "Ninguém" poderia não ter feito sentido para outras pessoas, mas Annabeth me explicara que era esse o nome que Ulisses usara para enganar Polifemo séculos atrás, antes que ele acertasse o olho do ciclope com uma grande estaca quente. Annabeth calculou que Polifemo ainda guardaria rancor daquele nome, e estava certa.
No frenesi para encontrar o velho inimigo, ele se esqueceu de fechar novamente a entrada da caverna. Parecia nem ter parado para pensar que a voz de Annabeth era feminina, enquanto o primeiro Ninguém era homem. Por outro lado, ele queria casar com Grover, portanto não era assim tão brilhante nessa questão de masculino/feminino. Eu só esperava que Annabeth pudesse permanecer viva e continuar distraindo o monstro por tempo suficiente para que eu encontrasse Grover e Clarisse.
Desci da minha carona, dei uma palmadinha na cabeça de Widget e pedi desculpas. Procurei na sala principal, mas não havia sinal de Grover e Clarisse. Forcei passagem por entre a multidão de carneiros e bodes, em direção ao fundo da caverna. Muito embora tivesse sonhado com aquele lugar, foi difícil encontrar meu caminho pelo labirinto. Desci corredores atulhados de ossos, passei por salas cheias de tapetes de pele de carneiro e carneiros de cimento em tamanho real, que reconheci como obra da Medusa. Havia coleções de camisetas de carneiro; grandes tonéis de creme de lanolina; casacos, meias de lã e chapéus de lã com chifres de carneiro.
Finalmente, encontrei a sala do tear, onde Grover estava agachado num canto, tentando cortar as amarras de Clarisse com uma tesoura.
– Não adianta – disse Clarisse. – Essa corda parece ferro!
– Só mais alguns minutos!
– Grover – gritou ela, exasperada. – Você está trabalhando nisso há horas!
E então ela me viu.
– Percy? – disse Clarisse. – Você devia ter sido explodido!
– Bom ver você também. Agora fique quieta enquanto eu...
– Perrrrrrrcy! – baliu Grover, e se atracou em mim com um abraço de bode. – Você me ouviu! Você veio!
– Sim, parceiro – falei. – É claro que eu vim.
– Onde está Annabeth?
– Lá fora – respondi. – Mas não temos tempo para conversa. Clarisse, fique parada.
Destampei Contracorrente e cortei as cordas. Ela se pôs em pé, rígida, esfregando os pulsos. Olhou-me com raiva por um momento, depois fitou o chão e murmurou:
– Obrigada.
– De nada – falei. – Então, havia mais alguém a bordo do seu bote salva-vidas?
Clarisse pareceu surpresa.
– Não. Só eu. Todos os outros a bordo do Birmingham... bem, eu nem sabia que vocês tinham escapado.
Uma explosão ecoou pela caverna, seguida por um grito que me fez perceber que poderia ser tarde demais. Era Annabeth gritando de medo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita. Que tal deixar um comentário?

Percyanaticos BR / baseado no Simple | por © Templates e Acessórios ©2013