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O Herói Perdido - CAP. 9

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo IX - Piper


PIPER SONHOU SOBRE SEU ÚLTIMO dia com o pai.
Eles estavam na praia perto de Big Sur, descansando do surfe. A manhã foi tão perfeita que Piper sabia que algo tinha que dar errado logo — uma multidão furiosa de paparazzi ou talvez um grande tubarão branco os atacasse. De jeito nenhum sua sorte poderia continuar.
Mas até agora, eles tinham excelentes ondas, um céu nublado, e dois quilômetros de mar só para eles. Seu pai encontrara aquele lugar escondido, alugara uma casa de campo com vista para o mar e também as propriedades vizinhas, e de algum jeito conseguira manter isso em segredo. Se ele ficasse ali muito tempo, Piper sabia que os fotógrafos o encontrariam. Eles sempre encontravam.
— Belo trabalho aqui, Pipes. — Ele lhe deu o sorriso pelo qual ele era famoso: dentes perfeitos, queixo com covinhas, uma piscadela nos seus olhos escuros que sempre causavam um grito nas mulheres e as faziam pedir-lhe para assinar seus corpos com tinta permanente. (Por que não mudam de suas vidas?, Piper pensava). Seu cabelo negro cortado a escovinha brilhava com água salgada. — Você está ficando melhor no hang-ten.
Piper corou em orgulho, embora ela suspeitasse que o pai só estivesse sendo simpático. Ela ainda passava a maior do tempo caindo. Parecia ter um talento especial para atropelar a si mesma com uma prancha de surfe. Seu pai era um surfista natural — o que não fazia nenhum sentido, já que ele tivera uma pobre infância em Oklahoma, a centenas de quilômetros do oceano — mas ele era incrível nas ondas. Piper teria desistido de surfar muito tempo atrás, se não fosse pelo fato de que, surfando, podia passar mais horas ao lado do pai. Não havia muitas maneiras para conseguir aquilo.
— Sanduíche? — O pai procurou na cesta de piquenique que seu chef, Arno, fizera. — Vamos ver: peito de peru, pasta de caranguejo com wasabi... ei, um especial da Piper. Manteiga de amendoim e geleia.
Ela pegou o sanduíche, embora seu estômago estivesse muito agitado para comer. Ela sempre pedia o mesmo. Em primeiro lugar, Piper era vegetariana. Desde o dia em que passaram dirigindo na frente de um matadouro em Chino e o cheiro do lugar quase a fizera vomitar. Mas havia outro motivo. Manteiga de amendoim e geleia era comida simples, do tipo que uma criança normal teria para almoço. Às vezes ela fingia que era seu pai quem o preparava, e não um personal chef francês que gostava de enrolar o sanduíche numa folha de ouro com um diamante brilhante ao invés de um palito de dente.
Por que nada podia ser simples? Era por isso que ela recusava as roupas caras que seu pai sempre oferecia, os sapatos de marca, as visitas ao salão. Ela cortava seu próprio cabelo com um par de tesouras de plásticos seguras do Garfield, deliberadamente o tornando desigual. Ela preferia usar tênis velhos, jeans, uma
camiseta, e sua antiga jaqueta de quando praticavam snowboard.
E ela odiava as escolas particulares esnobes que seu pai pensava que eram boas para ela. Ela continuava sendo expulsa. Ele continuou a encontrar mais escolas.
No dia anterior ela tinha realizado seu maior crime — dirigindo aquela BMW “emprestada” para fora da concessionária. Ela tinha que realizar uma proeza maior toda vez, porque estava ainda mais difícil conseguir a atenção do pai.
Agora ela lamentava. O pai ainda não sabia.
Ela queria contar-lhe ainda essa manhã. Ele a havia surpreendido com essa viagem, e ela não poderia arruinar isso. Era a primeira vez que eles teriam um dia juntos em três meses.
— Qual o problema? — Ele lhe passou um refrigerante.
— Pai, tem uma coisa...
— Espere, Pipes. Esse é um rosto sério. Pronta para Três Perguntas Básicas?
Eles estiveram jogando aquele jogo por anos — era o modo do seu pai de entrar em contato com ela rapidamente. Eles fazer três perguntar um para o outro. Nada fora dos limites, e você tinha que responder honestamente. O resto do tempo, o pai prometia ficar fora da vida dela — o que era fácil, desde que ele nunca estava por perto.
Piper sabia que a maioria das crianças acharia um jogo assim com os pais totalmente mortificante. Mas ela gostava. Era como surfar — não fácil, mas um jeito de sentir como se realmente tivesse um pai.
— Primeira pergunta — ela disse. — Mamãe.
Sem surpresa. Era sempre um dos seus tópicos.
Seu pai deu de ombros com resignação.
— O que você quer saber, Piper? Eu já lhe disse... ela desapareceu. Não sei por que ou para onde ela foi. Depois que você nasceu, ela simplesmente partiu. Eu nunca mais ouvi falar dela.
— Você acha que ela ainda está viva?
Não era uma pergunta muito boa. Seu pai poderia dizer que não sabia. Mas ela queria ouvir como ele responderia.
Ele olhou para as ondas.
— Seu avô Tom — ele disse finalmente — costumava me dizer que se você andar longe o bastante até o pôr do sol, você encontraria o País dos Fantasmas, onde se pode conversar com a morte. Ele disse que há muito tempo era possível trazer os mortos de volta, mas então os homens destruíram essa possibilidade. Bem, é uma longa historia.
— Como a Terra dos Mortos para os gregos — Piper lembrou. — Era no oeste, também. E Orfeu... que tentou trazer sua esposa de volta.
Seu pai assentiu. Um ano antes, ele tivera seu grande papel como um rei da Grécia Antiga. Piper havia lhe ajudado a pesquisar os mitos — todas aquelas histórias antigas sobre pessoas virando pedra e afundando em lagos de lava. Eles tiveram um tempo divertido lendo juntos, e isso fez a vida de Piper não parecer tão má. Por um instante ela se sentiu mais próxima do pai, mas como tudo que é bom, aquilo acabou.
— Há várias semelhanças entre os gregos e os Cherokees — o pai concordou. — Pense no que seu avô diria se nos visse agora, sentados no extremo oeste. Ele provavelmente pensaria que somos fantasmas.
— Então você está dizendo que acredita nessas histórias? Você acha que a mamãe está morta?
Os olhos do pai se encheram de lágrimas, e Piper viu a tristeza por trás deles. Ela entendeu o porquê das mulheres se sentirem tão atraídas por ele. À primeira vista, ele parecia confiante e forte, mas seus olhos guardavam muita tristeza. Elas queriam descobrir o por quê. Elas queriam confortá-lo, e nunca conseguiam. O pai contava a Piper que era coisa de Cherokees — todos eles tinham aquela tristeza interior, herança de gerações de dor e sofrimento. Mas Piper sempre imaginou que era mais que isso.
— Eu não acredito nas histórias — ele disse. — Elas são divertidas de contar, mas se eu realmente acreditasse em País dos Fantasmas, ou espíritos animais, ou deuses gregos... eu não acho que poderia dormir à noite. Eu sempre estaria procurando por alguém para acusar.
Alguém para acusar pela morte do vovô Tom de câncer de pulmão, Piper pensou, antes que seu pai ficasse famoso e tivesse dinheiro para ajudar. Por sua mãe — a única mulher que ele amara — e que o abandonou sem mesmo uma carta de adeus, deixando-o com uma garota recém-nascida pela qual ele não estava pronto para cuidar. Por ele ser um sucesso tão grande, e ainda infeliz.
— Eu não sei se ela está viva — ele disse. — Mas acho que ela também pode estar no País dos Fantasmas, Piper. Não há volta para ela. Se eu acreditasse no contrário... não sei se poderia aguentar, afinal.
Atrás deles, a porta de um carro abriu. Piper virou, e seu coração afundou. Jane estava marchando na direção deles no seu terno de trabalho, vacilando sobre a areia com seus saltos altos, seu palmtop na mão. O olhar em seu rosto estava em parte chateado, em parte triunfante, e Piper sabia que ela estivera em contato com a polícia.
Por favor caia, Piper rezou. Se há algum espírito animal ou deus grego que possa ajudar, faça com que Jane cai no chão. Não estou pedindo dano permanente, apenas eliminá-la pelo resto do dia, por favor.
Mas Jane continuou avançando.
— Pai — Piper disse rapidamente. — Uma coisa aconteceu ontem...
Mas ele viu Jane também. Ele já estava reconstruindo seu rosto de negócios.
Jane não estaria aqui se não fosse sério. Um diretor de estúdio chamava, ou um projeto foi arruinado, ou então Piper havia estragado tudo novamente.
— Vamos voltar a isso, Pipes — ele prometeu. — É melhor eu ver o que a Jane quer. Você sabe como ela é.
Sim, Piper sabia. O pai marchou pela areia para encontrá-la. Piper não podia ouvi-los conversando, mas ela não precisava. Ela era boa em leitura facial. Jane lhe deu os fatos sobre o carro roubado, ocasionalmente apontando para Piper como se ela fosse um animal repulsivo que silvava no carpete.
A energia e entusiasmo do pai drenaram. Ele gesticulou pra Jane esperar. Então ele voltou para Piper. Ela não podia olhar para o rosto dele... era como se ela tivesse traído sua confiança.
— Você me disse que ia tentar, Piper — ele disse.
— Pai, eu odeio aquela escola. Eu não posso fazer isso. Eu queria lhe dizer sobre a BMW, mas...
— Eles te expulsaram — ele disse. — Um carro, Piper? Você vai fazer dezesseis no próximo ano. Eu lhe compraria qualquer carro que quisesse. Como você pode...
— Você quer dizer que Jane me compraria um carro? — Piper exigiu. Ela não podia aguentar isso. Sua raiva só aumentava. — Pai, apenas ouça uma vez. Não me faça esperar por você para fazer suas estúpidas três perguntas. Eu quero ir para uma escola normal. Eu quero que você vá à reunião de pais, e não Jane.
Ou me eduque em casa! Eu aprendi tanto quando lemos sobre a Grécia juntos. Poderíamos fazer isso toda a hora! Poderíamos...
— Não faca isso comigo — seu pai disse. — Eu faço o melhor que posso, Piper. Já tivemos essa conversa.
Não, ela pensou. Você adiou essa conversa. Por anos.
Seu pai suspirou.
— Jane falou com a polícia, fechou um acordo. A concessionária não vai dar queixa, mas você tem que concordar em ir para um internato em Nevada. Eles são especialistas em problemas... em crianças com problemas difíceis.
— É o que eu sou para você. — Sua voz tremeu. — Um problema.
— Piper... você disse que tentaria. Você me desapontou. Eu não sei mais o que fazer.
— Faça qualquer coisa — ela disse. — Mas faca você mesmo! Não deixe Jane cuidar disso para você. Você não pode simplesmente me mandar para longe.
O pai olhou para a cesta de piquenique. Seu sanduíche estava intocado num pedaço de folha dourada. Eles planejaram uma tarde inteira no surfe. Agora isso estava arruinado. Piper não podia acreditar que ele realmente cedera aos desejos de Jane. Não dessa vez. Não quando o assunto era tão importante quanto um internato.
— Vá vê-la — papai disse. — Ela tem os detalhes.
— Pai...
Ele desviou o olhar, olhando para o oceano como se pudesse ver todo o caminho para o País dos Fantasmas. Piper prometeu a si mesma que não iria chorar. Ela foi em direção a Jane, que sorria friamente e segurava uma passagem de avião nas mãos. Como sempre, ela já arranjara tudo. Piper era só outro problema diário que Jane agora podia tirar da lista.

O sonho de Piper mudou.
Ela estava no topo de uma montanha, à noite, as luzes da cidade cintilando abaixo. Em frente a ela, uma fogueira reluzia. As chamas púrpuras pareciam fazer mais sombras que luz, mas o calor era tão intenso que suas roupas estavam quentes.
— Esse é o seu segundo aviso — uma voz ressoou, tão poderosa que sacudiu o mundo. Piper ouvira aquela voz antes nos seus sonhos. Tentou convencer-se que não era tão assustadora quanto ela lembrava, mas era pior.
Atrás da fogueira, um grande rosto aparecia indistintamente na escuridão. Parecia flutuar sobre as chamas, mas Piper sabia que devia estar conectado a um corpo enorme. As feições rudes deveriam ter sido esculpidas em rochas. O rosto dificilmente parecia vivo exceto pelos seus penetrantes olhos brancos, como diamantes novos, e seu horrível emaranhado de dreadlocks, trançados com ossos humanos. A figura sorriu, e Piper tremeu.
— Você fará o que lhe for dito — o gigante disse. — Você levará a missão adiante. Faça o que for preciso, e você talvez saia viva. Caso contrário...
Ele gesticulou para um lado do fogo. O pai de Piper estava pendurado inconsciente, amarrado num poste.
Ela tentou gritar. Ela queria chamar pelo seu pai, e exigir que o gigante o soltasse, mas sua voz não funcionou.
— Estarei observando — o gigante disse. — Sirva-me, e ambos vivem. Você tem a palavra de Encélado. Falhe e... bem, eu dormi por um milênio, jovem semideusa. Estou com muita fome. Falhe, e vou comer bem.
O gigante riu. A terra estremeceu. Uma fenda abriu-se nos pés de Piper, e ela caiu na escuridão.

Piper acordou como se tivesse sido pisoteada por uma multidão dançando o passo irlandês. Seu peito doía, e ela mal podia respirar. Abaixou-se e fechou a mão ao redor do punho da adaga que Annabeth lhe dera — Katoptris, a arma de Helena de Troia.
Então o Acampamento Meio-Sangue não foi um sonho.
— Como você está se sentindo? — alguém perguntou.
Piper tentou focar o olhar. Ela estava deitada numa cama com uma cortina branca num lado, como uma enfermaria. Aquela garota ruiva, Rachel Dare, sentava perto dela. Na parede havia um pôster com o desenho de um sátiro que parecia muito com o Treinador Hedge com um termômetro na boca. A legenda dizia: Não fique de bode por causa da doença!
— Onde... — A voz de Piper morreu quando ela viu o sujeito na porta. Ele parecia um surfista típico da Califórnia... bronzeado, cabelo loiro, vestindo um short e uma camiseta. Mas ele tinha centenas de olhos azuis sobre o corpo: ao longo dos braços, pernas e em todo o rosto. Até seus pés tinham olhos, olhando
para ela por entre as tiras das sandálias.
— Esse é Argos — Rachel disse — nosso chefe da segurança. Ele só esta dando uma olhada nas coisas... por assim dizer.
Argos assentiu. O olho no seu queixo piscou.
— Onde...? — Piper tentou novamente, mas sentia como se estivesse falando através de um bocado de algodão.
— Você está na Casa Grande — Rachel disse. — Na administração do acampamento. Trouxemos você aqui quando desmaiou.
— Você me agarrou — Piper lembrou. — A voz de Hera...
— Me perdoe por aquilo — Rachel disse. — Acredite em mim, não foi minha ideia ser possuída. Quíron lhe curou com um pouco de néctar...
— Néctar?
— A bebida dos deuses. Em pequenas quantidades, cura semideuses... se não for assim... hã... você vira cinzas.
— Ah. Divertido.
Rachel sentou-se mais para frente.
— Você se lembra da sua visão?
Piper teve um momento de medo, pensando que ela dizia sobre o sonho com o gigante. Então ela percebeu que Rachel estava falando sobre o que aconteceu no chalé de Hera.
— Tem algo de errado com a deusa — Piper disse. — Me disse para libertá-la, como se estivesse presa. Ela mencionou a terra nos engolindo, e algo sobre o solstício.
No canto da sala, Argos fez um som retumbante com seu peito. Todos seus olhos agitaram-se de uma vez.
— Hera criou Argos — Rachel explicou. — Ele na verdade é bastante sensível quanto à segurança dela. Estamos tentando impedi-lo de chorar, porque da última vez que isso aconteceu... bem, causou uma bela inundação.
Argos fungou. Ele pegou um punhado de lenços do criado-mudo e começou a esfregar todos os olhos do corpo.
— Então... — Piper tentou não olhar enquanto Argos limpava as lágrimas dos cotovelos. — O que aconteceu com Hera?
— Não temos certeza — Rachel disse. — Annabeth e Jason estiveram aqui para ver você, a propósito. Jason não queria te deixar, mas Annabeth teve uma ideia... algo que pode restaurar a memoria dele.
— Isso é... isso é legal.
Jason estivera aqui por ela? Ela queria estar consciente para isso. Se ele conseguisse sua memória de volta, aquilo seria uma coisa boa? Ela ainda tinha esperanças de que os dois realmente se conhecessem. Ela não queria que o relacionamento deles fosse só um truque da Névoa.
Recomponha-se, ela pensou. Se ela ia salvar seu pai, não importava se Jason gostava dela ou não. Ele a odiaria no fim. Todos aqui odiariam.
Ele olhou para a adaga cerimonial amarrada ao seu lado. Annabeth disse que era uma marca de poder e status, mas não era normalmente usada em batalha. Tudo de amostra e nenhuma matéria. Uma farsa, assim como Piper. E seu nome era Katoptris, espelho. Ela não ousou desembainhá-la novamente, porque ela não queria ver seu próprio reflexo nela.
— Não se preocupe — Rachel apertou sua mão. — Jason parece ser um cara bom. Ele teve uma visão também, muito parecida com a sua. O que quer que esteja acontecendo com Hera... acho que vocês dois deverão trabalhar juntos.
Rachel sorriu como se fosse uma boa noticia, mas Piper ficou mais nervosa ainda. Ela pensou que essa missão — fosse ela qual fosse — envolveria muita gente. Agora Rachel estava basicamente lhe dizendo: Boas notícias! Não só seu pai é será sequestrado por um gigante canibal, mas você também conseguirá trair o cara que você gosta! Isso não é incrível?
— Ei — Rachel disse. — Não precisa chorar. Você vai compreender.
Piper secou os olhos, tentando controlar-se. Essa não era ela. Ela devia ser resistente — uma ladra de carros endurecida, a aflição das escolas particulares de L.A. Aqui estava ela, chorando como um bebê.
— Como você pode saber o que estou encarando?
Rachel deu de ombros.
— Eu sei que é uma escolha difícil, e suas opções não são perfeitas. Como disse, eu tenho intuições às vezes. Mas você será reclamada na fogueira. Tenho quase certeza. Quando você souber quem é sua parente olimpiana, as coisas podem ficar mais claras.
Mais claras, Piper pensou. Não necessariamente melhores.
Ela sentou na cama. Sua testa doía como se alguém tivesse fincado um prego entre seus olhos. Não há como trazer sua mãe de volta, seu pai lhe dissera. Mas aparentemente, à noite, sua mãe a reclamaria. Pela primeira vez, Piper não tinha certeza se queria isso.
— Espero que seja Atena. — Ela ergueu os olhos, com medo que Rachel pudesse tirar sarro dela, mas a oráculo só sorriu.
— Piper, não lhe censuro. Sinceramente? Acho que Annabeth esta esperando isso também. Vocês tem muito em comum.
A comparação fez Piper se sentir mais culpada ainda.
— Outra intuição? Você não sabe nada sobre mim.
— Você se surpreenderia.
— Você só está falando isso porque é um oraculo, certo? Você devia soar toda misteriosa.
Rachel riu.
— Não vou ficar contando meus segredos por aí, Piper. E não se preocupe. As coisas vão terminar bem... embora talvez não do jeito que você planeja.
— Não está me fazendo sentir melhor.
Em algum lugar distante, uma trombeta de concha soou. Argos rosnou e abriu a porta.
— Jantar? — perguntou Piper.
— Você dormiu durante o jantar — Rachel disse. — Hora da fogueira. Vamos descobrir quem você é.

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