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O Herói Perdido - CAP. 55

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo LV - Jason

JASON ESPEROU SOZINHO NO CHALÉ 1.
Annabeth e Rachel chegariam a qualquer minuto para a reunião dos conselheiros-chefe, e Jason precisava de tempo para pensar.
Seus sonhos na noite passada foram tão ruins que ele não queria compartilhá-los... nem com Piper. Sua memória ainda estava nebulosa, mas pequenas memórias estavam voltando. A noite que Lupa o testara na Casa do Lobo, para decidir se ele seria um pupilo ou alimento para os demais. Depois, a longa viagem ao sul para... Ele não conseguia lembrar, mas tinha lampejos da sua antiga vida. O dia que ele conseguiu sua tatuagem. O dia que ele foi erguido num escudo e proclamado pretor. O rosto dos seus amigos: Dakota, Gwendolyn, Hazel, Bobby. E Reyna. Definitivamente havia uma garota chamada Reyna. Ele não tinha certeza do que ela significava para ele, mas a memória o fez se questionar sobre o que sentia por Piper, e quis saber se estava fazendo algo errado. O problema era que ele gostava muito de Piper.
Jason levou suas coisas para a alcova onde sua irmã uma vez dormira. Ele colocou a fotografia de Thalia de volta na parede para que não se sentisse sozinho. Olhou para a estátua carrancuda de Zeus, poderoso e orgulhoso, mas a estatua não o assustava mais. Ela só o fazia se sentir triste.
— Eu sei que pode me ouvir — Jason disse para a estátua.
A estatua não disse nada. Seus olhos pintados pareciam olhar para Jason.
— Eu queria poder conversar com o senhor pessoalmente — Jason continuou — mas entendo que não possa fazer isso. Os deuses romanos não gostam de interagir muito com mortais e... bem, o senhor é o rei. Tem que dar o exemplo.
Mais silêncio. Jason esperou por alguma coisa... um trovão mais retumbante que o normal, uma luz forte, um sorriso. Não, não esqueça. Um sorriso teria sido assustador.
— Lembro-me de algumas coisas — disse. Quanto mais falava, menos ele se sentia constrangido. — Eu lembro que é difícil ser um filho de Júpiter. Todos estão sempre olhando para mim esperando que eu seja um líder, mas sempre me sinto sozinho. Imagino que o senhor sinta o mesmo aí em cima, no Olimpo. Os outros deuses questionam suas decisões. Às vezes o senhor tem que fazer escolhas difíceis, e os outros o criticam. O senhor não pode vir ao meu auxílio como os outros deuses fazem. Tem que manter distância
para que não pareça que está escolhendo favoritos. Acho que eu só queria dizer...
Jason respirou profundamente.
— Eu entendo tudo isso. Está tudo bem. Vou tentar fazer o meu melhor. Vou deixar-lhe orgulhoso. Mas algum apoio seria realmente bom, pai. Se há algo que posso fazer... me ajude a ajudar meus amigos. Tenho medo de levá-los à morte. Eu não sei como protegê-los.
A nuca de Jason ficou arrepiada. Ele percebeu que alguém estava de pé atrás dele. Se virou e encontrou uma mulher vestindo túnicas negras, com uma capa de pele de cabra sobre os ombros e uma espada romana embainhada — um gladius — nas mãos.
— Hera — ele disse.
Ela tirou seu capuz.
— Para você, sempre fui Juno. E seu pai já lhe mandou seu auxílio, Jason. Ele lhe mandou Piper e Leo. Eles não são só sua responsabilidade. Eles também são seus amigos. Ouça-os, e você terá sucesso.
— Júpiter lhe mandou aqui para me dizer isso?
— Ninguém me manda para lugar nenhum, herói — ela disse. — Não sou uma mensageira.
— Mas você me colocou nessa. Por que me mandou para esse acampamento?
— Acho que você sabe — disse Juno. — Uma troca de líderes foi necessária. Foi o único modo de construir uma ponte onde não havia nenhuma.
— Eu não concordei com isso.
— Não. Mas Júpiter deu sua vida a mim, e eu estou ajudando-lhe a cumprir seu destino.
Jason tentou controlar sua raiva. Ele olhou para sua camisa laranja do acampamento e as tatuagens no braço, e soube que essas coisas não deveriam ficar juntas. Ele se tornara uma contradição — uma mistura tão perigosa quanto qualquer coisa que Medeia pudesse preparar.
— A senhora não vai me dar todas as minhas memórias — disse. — Mesmo que tenha prometido.
— A maioria voltará no seu devido tempo — disse Juno. — Mas deve encontrar seu próprio caminho de volta. Você precisa desses próximos meses com seus novos amigos, sua nova casa. Estará ganhando a confiança deles. Na hora que velejar no navio, será um líder nesse acampamento. E estará pronto para trazer a paz entre dois grandes poderes.
— E se você estiver mentindo? — perguntou. — E se você estiver fazendo isso para causar outra guerra civil?
A expressão de Juno era impossível de se ler — Deleito? Desdém? Afeição?
Possivelmente todos os três. Por mais que ela parecesse humana, Jason sabia que ela não era. Ele ainda podia ver aquela luz cegante — a verdadeira forma da deusa que queimara o seu cérebro. Ela era Juno e Hera. Existia em vários lugares ao mesmo tempo. Seus motivos para fazer algo nunca eram simples.
— Eu sou a deusa da família — ela disse. — Minha família foi dividida por muito tempo.
— Eles nos dividiram para que não matemos uns aos outros — disse Jason. — Parece um motivo muito bom.
— A profecia demanda que mudemos. Os gigantes se erguerão. E só podem ser mortos por um deus e semideus trabalhando juntos. E tais semideuses devem ser os sete mais destacados de sua época. E eles estão divididos em dois lugares. Se permanecermos divididos, não venceremos. Gaia está contando com isso. Você deve unir os heróis do Olimpo e navegar junto com eles para encontrar os gigantes nos antigos campos de batalha da Grécia. Só então os deuses serão convencidos a se juntarem a você. Será a missão mais perigosa, a viagem mais importante, nunca tentada pelos filhos dos deuses.
Jason olhou novamente para a estátua mal-humorada do pai.
— Não é justo — disse Jason. — Eu poderia arruinar tudo.
— Você poderia — concordou Juno. — Mas deuses precisam de heróis. Sempre precisamos.
— Até você? Pensei que odiasse semideuses.
A deusa lhe deu um sorriso seco.
— Eu tenho essa fama. Mas se você quer a verdade, Jason, na maioria das vezes invejo os filhos mortais dos outros deuses. Vocês, semideuses, podem se estender por ambos os mundos. Acho que isso ajuda seus parentes divinos — até Júpiter, maldito seja — a entender o mundo mortal melhor que eu.
Juno suspirou tão tristemente que apesar de sua raiva, Jason quase teve pena dela.
— Eu sou a deusa do casamento — ela disse. — Não é da minha natureza ser infiel. Só tenho dois filhos divinos: Marte e Vulcano... ambos desapontamentos. Não tenho heróis mortais para fazerem a minha vontade, e por isso sou geralmente severa para com semideuses... Hércules, Eneias, todos eles. Mas tambem por isso ajudei o primeiro Jason, um mortal puro, que não tinha parentes divinos para guiá-lo. E por
isso estou feliz por Júpiter ter entregado você para mim. Você será meu campeão, Jason. Será o maior dos heróis, e trará união aos semideuses, e assim ao Olimpo.
Suas palavras assentaram sobre ele, mais pesadas que sacos de areia. Dois dias atrás, ele estaria aterrorizado pela ideia de liderar semideuses numa Grande Profecia, navegando para batalhar com os gigantes e salvar o mundo.
Ele ainda estava aterrorizado, mas algo mudara. Ele não se sentia mais sozinho. Tinha amigos agora, e um lar pela qual lutar. Tinha até mesmo uma deusa que olhava por ele, o que deveria contar alguma coisa, mesmo que ela parecesse um pouco indigna de confiança.
Jason tinha que se levantar e aceitar seu destino, assim como fizera quando encarou Porfírion de mãos vazias. Certo, parecia impossível. Ele podia morrer. Mas seus amigos estavam contando com ele.
— E se eu falhar? — perguntou.
— Uma grande vitória exige um grande risco — ela admitiu. — Falhe, e haverá derramamento de sangue como nunca foi visto. Os semideuses destruirão uns aos outros. Os gigantes tomarão o Olimpo. Gaia acordará e a terra destruirá tudo o que construímos por mais de cinco milênios. Será o fim de todos nós.
— Incrível. Simplesmente incrível.
Alguém bateu na porta do chalé.
Juno puxou seu capuz de volta sobre o rosto. Então ofereceu o gládio embainhado para Jason.
— Fique com essa arma no lugar da espada que você perdeu. Falaremos novamente. Goste você ou não, Jason, eu sou sua madrinha, sua conexão com o Olimpo. Precisamos um do outro.
A deusa sumiu enquanto as portas se abriam e Piper entrou.
— Annabeth e Rachel estão aqui — ela disse. — Quíron convocou o conselho.

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