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O Herói Perdido - CAP. 53

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo LIII - Leo


LEO NÃO TINHA SE SENTIA TÃO ANIMADO desde que ofereceu hambúrgueres aos lobisomens. Quando chegou ao penhasco na floresta, se virou para o grupo e sorriu nervosamente.
— Aqui vamos nós.
Ele desejou que suas mãos pegassem fogo e encostou-as contra a porta.
Seus companheiros de chalé ofegaram.
— Leo! — Nyssa gritou. — Você é um manipulador de fogo!
— Sim, obrigado — disse. — Eu sei.
Jake Mason, já sem o seu gesso, porém ainda de muletas, disse:
— Por Hefesto! Isso significa... é tão raro que...
A porta de pedra maciça se abriu e todos ficaram de queixo caído. A mão flamejante de Leo parecia insignificante agora. Até mesmo Piper e Jason pareciam atordoados, e eles tinham visto muitas coisas incríveis ultimamente.
Somente Quíron não parecia surpreso. O centauro franziu as espessas sobrancelhas e alisou a barba, como se o grupo estivesse prestes a atravessar um campo minado.
Isto fez com que Leo ficasse ainda mais nervoso, mas ele não poderia mudar sua opinião agora. Seus instintos lhe diziam que deveria mostrar este lugar... pelo menos para o chalé de Hefesto... e ele não podia esconder aquilo de Quíron ou de seus dois melhores amigos.
— Bem vindos ao bunker 9 — disse com tanta confiança quanto podia. — Vamos para dentro.

O grupo ficou em silêncio enquanto percorriam as instalações. Tudo estava como Leo havia deixado — máquinas gigantes, mesas de trabalho, mapas e esquemas antigos. Só uma coisa havia mudado. A cabeça de Festus estava apoiada na mesa central, ainda com os arranhões e amassados de sua queda final em Omaha.
Leo foi até ele, com um gosto amargo na boca, e acariciou a testa do dragão.
— Me desculpe, Festus. Nunca te esquecerei.
Jason pôs a mão no ombro de Leo.
— Hefesto trouxe ele para você?
Leo fez que sim.
— Mas você não pode consertá-lo — adivinhou Jason.
— De jeito nenhum — disse Leo. — Mas a cabeça vai ser reutilizada, Festus virá conosco.
Piper se aproximou e fez uma careta.
— O que você quer dizer?
Antes que Leo pudesse responder, Nyssa gritou:
— Pessoal, olhem isso!
Ela estava parada em uma das mesas, folheando um caderno de esboços — diagramas para centenas de máquinas e armas diferentes.
— Eu nunca vi nada como isto — disse Nyssa. — Há ideias mais surpreendentes aqui do que na Oficina de Dédalo. Ele levaria um século apenas para desenvolver todas elas.
— Quem construiu este lugar? — Jake Mason disse. — E por quê?
Quíron ficou em silêncio, mas Leo focou no mapa da parede que tinha visto durante sua primeira visita. Ele mostrava o Acampamento Meio-Sangue cheios de galeões na água, catapultas montadas nas colinas em torno do vale, trincheiras e locais de emboscada.
— É um centro de comando para tempos de guerra — disse Leo. — O acampamento foi atacado uma vez, não foi?
— Na Guerra dos Titãs? — perguntou Piper.
Nyssa balançou a cabeça.
— Não. Além disso, esse mapa é muito antigo. A data... aqui diz 1864.
Todos se viraram para Quíron.
A calda do centauro balançou aflita.
— Este acampamento foi atacado várias vezes — admitiu. — Este mapa é da última Guerra Civil.
Aparentemente, Leo não era o único confuso. Os outros campistas de Hefesto se olharam e franziram a testa.
— Guerra Civil... — disse Piper. — Você quer dizer a Guerra Civil americana de cento e cinquenta anos atrás?
— Sim e não — disse Quíron. — Os dois conflitos... de mortais e semideuses... espelharam-se um no outro, como geralmente acontece na história ocidental. Olhe para qualquer guerra civil ou revolução desde a queda de Roma: elas sempre marcam um momento em que os semideuses lutaram entre si. Mas essa guerra civil foi particularmente horrível. Para os mortais americanos, ainda foi o seu conflito mais sangrento de todos os tempos... pior que as perda das duas Guerras Mundiais. Para os semideuses, foi igualmente devastadora. Mesmo naquela época, este vale era o Acampamento Meio-Sangue. Houve uma batalha horrível nessas florestas que durou dias, com terríveis perdas para ambos os lados.
— Ambos os lados? — disse Leo. — Você quer dizer que o acampamento se dividiu?
— Não — Jason falou. — Ele quer dizer dois grupos diferentes. O Acampamento Meio-Sangue estava em um dos lados na guerra.
Leo não tinha certeza se queria uma resposta, mas perguntou:
— Quem era o outro?
Quíron olhou para a bandeira esfarrapada do bunker 9, como se lembrasse do dia em que foi feita.
— A resposta é perigosa — alertou. — É algo que jurei pelo Rio Estige nunca mais falar. Após a Guerra Civil americana, os deuses estavam tão horrorizados com a tragédia que assolou sobre seus filhos que juraram que aquilo nunca aconteceria novamente. Os dois grupos foram separados. Os deuses roubaram deles toda a vontade e deixaram a Névoa o mais espessa quanto puderam para certificar-se de que os inimigos não se lembrariam uns dos outros, nunca se encontrariam em missões, de modo que conflitos pudessem ser evitados. Este mapa é do final dos dias sombrios de 1864, a última vez que os dois grupos lutaram. Já estivemos muito perto de novos problemas desde então. Os anos de 1960 foram particularmente arriscados. Mas conseguimos evitar uma nova guerra civil, pelo menos até agora. Assim como Leo adivinhou, este abrigo era o centro de comando do chalé de Hefesto. No século passado, foi reaberto algumas vezes, geralmente como esconderijo em tempos de grande inquietação. Mas vir aqui é perigoso. Faz renascer memórias antigas, desperta antigos conflitos. Mesmo quando os Titãs nos ameaçaram no ano
passado, não achei que valeria a pena o risco de usar este lugar.
De repente, o sentimento de triunfo de Leo transformou-se em culpa.
— Ei, olhe, este lugar me encontrou. Era pra acontecer. É uma coisa boa.
— Espero que você esteja certo — disse Quíron.
— Eu estou! — Leo tirou o antigo desenho do bolso e colocou-o sobre a mesa para que todos vissem.
— Aqui está — disse ele com orgulho. — Éolo foi quem me devolveu. Eu o desenhei quando tinha cinco anos. Esse é o meu destino.
Nyssa franziu a testa.
— Leo, é um desenho de giz de cera de um barco.
— Olhem — ele apontou para o maior diagrama que havia na parede: a planta que mostrava uma trirreme grega.
Lentamente, seus companheiros de chalé foram arregalando seus olhos quando compararam os dois projetos. O número de mastros e remos, até mesmo a decoração nos escudos e velas eram as mesmas do desenho de Leo.
— Isso é impossível — disse Nyssa. — Esse projeto deve ter pelo menos um século!
— Profecia... confusa... voo — Jake Mason leu as notas sobre o projeto. — É o diagrama de um navio voador. Olhem, este é o trem de pouso. Por Hefestos! Balesta giratória, arcos de montaria, chapeamento de bronze celestial. Esta coisa seria uma violenta máquina de guerra. Ela já foi construída?
— Ainda não — disse Leo. — Olhe para a figura da proa.
Não havia dúvida, a figura na parte da frente do navio era a cabeça de um dragão. Um dragão muito especial.
— Festus — Piper disse.
Todo mundo se virou e olhou para a cabeça do dragão em cima da mesa.
— Ele está destinado a ser o nosso mastro — disse Leo. — Nosso amuleto de boa sorte, nossos olhos no mar. Eu tenho que construir esse barco. E vou chamá-lo de Argo II. E, gente, vou precisar da ajuda de vocês.
— Argo II — Piper sorriu. — Em homenagem ao navio de Jasão.
Jason parecia um pouco desconfortável, mas assentiu.
— Leo está certo. Este navio é o que precisamos para a nossa viagem.
— Que viagem? — Nyssa disse. — Vocês acabaram de voltar!
Piper correu os dedos sobre o velho desenho de giz de cera.
— Temos que enfrentar Porfírion, o rei gigante. Ele disse que iria destruir os deuses em suas raízes.
— De fato — disse Quíron. — grande parte da Grande Profecia de Rachel ainda é um mistério para mim, mas uma coisa é clara. Vocês três... Jason, Piper e Leo... estão entre os sete semideuses que devem assumir essa missão. Precisam enfrentar os gigantes em sua terra natal, onde eles são mais fortes. Devem pará-los antes que possam acordar Gaia totalmente, antes que destruam o Monte Olimpo.
— Hum — Nyssa mudou. — Você não quer dizer Manhattan, não é?
— Não — disse Leo. — O Monte Olimpo original. Temos que navegar até a Grécia.

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