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O Herói Perdido - CAP. 50

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo L - Jason

UM LOBO SE LANÇOU CONTRA JASON. Ele recuou e acertou a besta no focinho com um estalo satisfatório. Talvez apenas prata pudesse matá-lo, mas uma boa e velha tábua poderia causar uma grande dor de cabeça.
Ele se virou na direção do som de cascos e viu um espírito da tempestade na forma de cavalo vindo em sua direção. Jason concentrou-se e convocou os ventos. Pouco antes de o espírito atropelá-lo, Jason lançou-se no ar, agarrou o pescoço esfumaçado do cavalo e montou em suas costas.
O espírito da tempestade tentou derrubar Jason e em seguida tentou dissolver-se em névoa para derrubá-lo, porém de alguma forma Jason continuou montado. Ele desejou que o cavalo permanecesse em sua forma sólida, e o cavalo foi incapaz de recusar. Jason podia sentir o espírito lutando contra ele de novo, podia sentir seus pensamentos enfurecidos — totalmente caóticos esforçando-se para se libertar. Tomou toda a força de vontade de Jason impor seu desejo e conseguir controlar o cavalo. Jason pensou em Éolo, supervisionando milhões e milhões de espíritos como esse, muito piores. Não admirava que o Mestre dos Ventos tenha ficado meio louco depois de séculos de tanta pressão. Mas Jason tinha um único espirito para dominar e tinha que vencer.
— Você é meu agora — Jason disse.
O cavalo deu um coice, mas Jason se segurou rapidamente. Sua crina soltava faíscas enquanto ele rodeava a piscina vazia, seus cascos causando pequenas trovoadas onde quer que tocassem.
— Tempestade? — Jason disse. — Esse é o seu nome?
O cavalo espírito da tempestade balançou sua crina, feliz por ter sido reconhecido.
— Bom — Jason disse. — Agora, vamos lutar.
Ele voltou para batalha, balançando seu pedaço de madeira congelado, batendo em lobos e mergulhando direto através de outros venti. Tempestade era um espírito forte e sempre que passava por um de seus irmãos, descarregava muita eletricidade, os outros espíritos vaporizavam numa inofensiva nuvem de fumaça.
No meio do caos, Jason captou vislumbres de seus amigos. Piper estava cercada por Nascidos da Terra, mas parecia estar se virando bem. Era tão impressionante observá-la lutando, quase brilhando com sua beleza, que os Nascidos da Terra olharam para ela admirados, esquecendo que deviam matá-la. Eles diminuíram os golpes para ver, surpresos e emudecidos, enquanto ela sorria e desafiava-lhes. Eles sorriram de volta... até que ela os cortava em fatias com Katoptris, formando um monte derretido de lama.
Leo ficou enfrentando a própria Quione. Lutar contra um deus deveria ser suicídio, porém Leo era o homem certo para isso. A deusa convocava punhais de gelo lançando-os contra Leo, rajadas de ar gelado e tornados de neve. Leo queimou tudo.Todo seu corpo brilhava com labaredas vermelhas, como se tivesse sido encharcado de gasolina. Ele avançou para cima da deusa, usando dois martelos de prata com pontas esféricas para esmagar qualquer monstro que atravessasse seu caminho.
Jason percebeu que Leo era quem os mantinha vivos. Sua aura ardente esquentava o pátio inteiro, contrariando a magia gélida de Quione. Sem ele, todos teriam congelado como as Caçadoras há muito tempo. Em qualquer lugar que Leo passasse, o gelo derretia. Até mesmo Thalia descongelara um pouco quando Leo passou perto.
Quione começou a recuar. Sua expressão era de raiva e meio chocada de pânico enquanto Leo se aproximava.
Jason estava ficando sem inimigos. Lobos derrubavam-se em montes atordoados. Alguns fugiam para fora das ruínas, ganindo por causa de suas feridas. Piper apunhalou o último Nascido da Terra, que caiu no chão em um monte de lama. Jason cavalgou com Tempestade em direção do último ventus, transformando-o em vapor. Então olhou ao redor e viu Leo caindo sobre a deusa da neve.
— Você está atrasado demais — Quione rugiu. — Ele acordou! E não pense que você ganhou alguma coisa aqui, semideus. O plano de Hera nunca funcionará. Você será engolido antes disso, não pode nos deter.
Leo tornou seus martelos flamejantes e jogou-os na deusa, mas ela se transformou em neve, uma imagem dela mesma em pó branco. Os martelos bateram na deusa-de-neve, quebrando-a em um monte fumegante.
Piper respirava com dificuldade, mas sorriu para Jason.
— Belo cavalo — Piper comentou.
Tempestade empinou sobre as patas traseiras, arcos de eletricidade atravessando seus cascos. Um completo exibido.
Em seguida, Jason ouviu um estalo atrás dele. O gelo estava derretendo na cela de Hera, e a deusa disse:
— Ah, não se preocupem comigo, sou apenas a rainha dos céus, morrendo aqui!
Jason desmontou e disse a Tempestade que esperasse parado. Os três semideuses pularam na piscina e correram para a torre.
Leo fez uma careta.
— Ahn, Tía Calida, você está encolhendo?
— Não, seu idiota! A terra está me reclamando. Depressa!
Por mais que Jason não gostasse de Hera, o que viu dentro da gaiola o alarmou. Hera não estava apenas afundando, mas a terra subia em volta dela também. Barro já tinha coberto suas canelas.
— O gigante está acordando! — Hera avisou. — Vocês só tem alguns segundos!
— Sobre isso... — disse Leo. — Preciso de sua ajuda, Piper. Fale com a gaiola.
— O quê? — ela disse.
— Fale com a prisão. Use tudo que você tem. Convença Gaia a dormir. Iluda-a, os tentáculos rochosos se enfraquecerão  apenas atrase-a, tente fazê-la solta Hera enquanto eu...
— Certo! — Piper pigarreou e começou: — Ei, Gaia. Bela noite, hein? Nossa, como estou cansada. E você? Pronta para dormir?
Quanto mais ela falava, mais confiante parecia estar. Jason reparou que seus próprios olhos estavam ficando pesados e teve que se esforçar para não prestar atenção nela. Parecia estar fazendo efeito na gaiola. A lama subia mais devagar. Os tentáculos pareciam amolecer um pouco, tornando-se mais raízes de arvore do que
pedra. Leo pegou uma serra circular de seu cinto de ferramentas. Como aquilo cabia ali, Jason não tinha ideia.
Em seguida, Leo olhou para o cabo e grunhiu de frustração.
— Eu não tenho nenhum lugar para ligar isso!
Tempestade pulou no poço e relinchou.
— Sério? — Jason perguntou.
Tempestade abaixou a cabeça e trotou até Leo. Leo olhou duvidoso, mas levantou o cabo e conectou no flanco do cavalo. Raios conectaram o animal à tomada, e a serra circular ganhou vida.
— Legal! — Leo sorriu. — Seu cavalo vem com tomada embutida!
O bom humor deles não durou muito tempo. Do outro lado da piscina, a espiral do gigante balançou, como uma árvore sendo cortada ao meio. Seu revestimento externo de galhos explodiu de cima a baixo, chovendo cacos de pedra e madeira com o gigante balançando livre e levantando-se da terra.
Jason pensou que nada poderia assustá-lo mais que Encélado. Ele estava errado.
Porfírion era muito mais alto e mais violento. Ele não irradiava calor nem se quer mostrou sinal de que exalava fogo, mas algo ainda mais terrível existia sobre ele — um tipo de força, mesmo magnetismo como se fosse tão grande e denso que tinha seu próprio campo gravitacional.
Assim como Encélado, o rei gigante era humanoide da cintura pra cima, vestido com uma armadura de bronze e da cintura pra baixo possuía escamosas pernas de dragão, mas sua pele era da cor de feijão-de-lima. Seu cabelo era verde como folhas de verão, trançado em madeixas e decorado com armas, punhais, machados e espadas de tamanho real, algumas delas entortadas e ensanguentadas, talvez troféus de semideuses derrotados éons atrás. Quando o gigante abriu os olhos, eles estavam brancos como mármore polido. Ele respirou fundo.
— Estou vivo! — berrou. — Graças a Gaia!
Jason fez um pequeno choramingo heroico e esperava que seus amigos não tivessem ouvido. Ele estava certo de que semideuses não teriam chances sozinhos com esse cara. Porfírion poderia levantar montanhas. Ele poderia esmagar Jason com apenas um dedo.
— Leo — Jason disse.
— Hein? — A boca de Leo estava bem aberta. Até mesmo Piper parecia estupefata. — Continuem trabalhando, vocês dois — disse Jason. — Libertem Hera!
— O que você vai fazer? — Piper perguntou. — Você não pode pensar seriamente em...
— Distrair um gigante? — Jason disse. — Não tenho escolha.

— Excelente! — O gigante rugiu quando Jason se aproximou. — Um aperitivo! É filho de quem? Hermes? Ares?
Jason pensou em não revelar de quem era filho, mas algo lhe disse para não fazer isso.
— Eu sou Jason Grace — disse — filho de Júpiter.
Os olhos do gigante o perfuraram. Atrás dele, o zumbido da serra circular de Leo e Piper falando com a gaiola em tons suaves, tentando tirar o medo de sua voz. Porfírion jogou a cabeça pra cima e riu.
— Excelente! — Ele olhou para o céu nublado. — Então, Zeus, você sacrificou seu filho por mim? Aprecio seu gesto, mas não irá salvá-lo.
O céu não fez nenhum estrondo. Sem ajuda do céu. Jason estava por conta própria.
Largou sua espada improvisada. Suas mãos estavam cobertas de lascas, mas isso não importava agora. Ele tinha que arranjar mais tempo para Piper e Leo, e não podia fazer isso sem uma arma adequada.
Era hora de agir com muito mais confiança do que realmente sentia.
— Se você soubesse quem sou — Jason gritou de volta — você estaria preocupado comigo, não com meu pai. Espero que você tenha gostado dos seus dois segundos e meio de renascimento, gigante, porque estou prestes a te mandar de volta ao Tártaro!
Os olhos de Porfírion se estreitaram. Ele plantou um pé fora da piscina e se agachou para obter uma visão melhor de seu oponente.
— Então... vamos começar nos vangloriando, certo? Como nos velhos tempos! Muito bem, semideus. Eu sou Porfírion, rei dos gigantes, filho de Gaia. Nos tempo antigos, eu me levantei do Tártaro, o abismo do meu pai, para desafiar os deuses e iniciar a guerra, e roubei a rainha de Zeus. — Ele sorriu para a gaiola da deusa. — Olá, Hera.
— Meu marido destruiu você uma vez, monstro! — Hera falou. — Ele fará isso de novo!
— Mas não ira, querida! Zeus não era poderoso o bastante para me matar. Ele teve que confiar em um semideus medíocre para ajudá-lo e mesmo assim, quase ganhamos. Desta vez, vamos completar o que começamos. Gaia está acordando. Ela tem nos fornecido muitos servos. Nossos exércitos vão abalar a terra... e destruir suas raízes.
— Você não ousaria — Hera disse, mas ela estava enfraquecida. Jason podia ouvir a dificuldade crescendo em sua voz. Piper continuava sussurrando para a gaiola e Leo continuava serrando, mas a terra ainda subia dentro da prisão de Hera, agora cobrindo atá sua cintura.
— Ah, sim — disse o gigante. — Os Titãs tentaram atacar sua nova casa em Nova York. Ousado, mas ineficiente. Gaia é mais inteligente e paciente. E nós, seus melhores filhos, somos muito, muito mais poderosos que Cronos. Sabemos como matar vocês olimpianos de uma vez por todas. Vocês devem ser arrancados completamente como árvores podres, suas velhas raízes arrancadas e queimadas.
O gigante franziu o cenho para Piper e Leo, como se acabasse de perceber que eles trabalhavam na gaiola. Jason adiantou-se e gritou para atrair a atenção de Porfírion.
— Você disse que um semideus te matou — ele gritou. — Como? Se somos tão insignificantes?
— Ah! Você acha mesmo que vou explicar a você? Fui criado para substituir Zeus, nasci para destruir o Lorde dos Céus. Devo tomar seu trono. Devo pegar a esposa dele... ou se ela não me aceitas, deixarei a terra consumir sua força de vida. O que você vê, filho, é apenas minha forma enfraquecida. Minha força crescerá a cada momento, até eu me tornar invencível. Mas já sou bem capaz de esmagar você!
Ele levantou até sua altura máxima e estendeu a mão, e uma lança de seis metros surgiu do chão. Ele a pegou e em seguida, pisou duro o chão com seus pés de dragão. As ruínas tremeram. Em volta do pátio, monstros começaram a se reerguer, espíritos da tempestade, lobos e Nascidos da Terra, todos  respondendo ao chamado do rei gigante.
— Ótimo — Leo murmurou. — Era do que precisávamos, mais inimigos.
— Rápido — Hera disse.
— Eu sei! — Leo vociferou.
— Vá dormir, gaiola — Piper disse. — Ótimo, durma gaiola sonolenta. Sim, estou falando com um monte de tentáculos de barro. Isso não é totalmente estranho.
Porfírion remexeu sua lança no topo das ruínas, destruindo a chaminé e jogando madeira e pedras por todo o pátio.
— Então, filho de Zeus! Eu terminei minha apresentação. Agora é a sua vez. O que você dizia sobre a minha destruição?
Jason olhou para o amontoado de monstros, esperando impaciente a ordem de seu mestre para rasgá-los em pedaços. A serra de Leo continuava zumbindo e Piper continuava falando, mas parecia impossivel. Quase toda a gaiola fora preenchida de terra.
— Sou filho de Júpiter! — gritou Jason. E apenas para ter um efeito, convocou os ventos, subindo alguns metros do chão. — Sou um filho de Roma, cônsul dos semideuses, protetor da Primeira Legião — Jason não sabia exatamente o que dizia, mas ressaltou as palavras como se ele já as houvesse dito antes. Ele estendeu seu braço, mostrando a tatuagem de uma águia e escrito SPQR, para sua surpresa, o gigante pareceu reconhecer o simbolo.
Por um momento, Porfírion realmente pareceu desconfortável.
— Eu matei o monstro marinho de Troia — Jason continuou. — Derrubei o trono negro de Cronos e destruí o Titã Crio com minhas próprias mãos. E agora vou destruir você  Porfírion, e alimentar seus lobos com seus restos.
— Nossa, cara — Leo murmurou. — Você tem comido carne vermelha ultimamente?
Jason lançou-se em direção ao gigante, decidido a rasgá-lo.

A ideia de lutar com as mãos vazias contra um imortal de nove metros era tão ridícula que atá mesmo Porfírion pareceu surpreso. Meio voando, meio pulando, Jason pousou no joelho escamoso do gigante e escalou até o braco dele antes que Porfírion sequer percebesse o que aconteceu.
— Como você ousa? — o gigante urrou.
Jason alcançou o ombro dele e pegou uma espada das tranças do gigante. O semideus gritou:
— Por Roma! — e foi em direção ao alvo mais próximo, a gigantesca orelha do gigante.
Um raio riscou o céu e explodiu na espada de Jason, derrubando-o. Ele rolou quando bateu no chão. Quando olhou para cima, o gigante estava cambaleando, seu cabelo em chamas, e o lado de seu rosto enegrecido pelo raio. A espada estava fragmentada na orelha do gigante. Icor dourado escorria pelo seu rosto. As outras armas estavam faiscando e em combustão em suas tranças.
Porfírion quase caiu. O círculo de monstros soltou um grunhido coletivo e avançou. Lobos e ogros fixaram os olhos em Jason.
— NÃO! — Porfírion berrou. Ele recuperou o equilíbrio e olhou o semideus. — Vou matá-lo eu mesmo!
O gigante pegou sua lança que começou a crescer.
— Você quer brincar com relâmpagos, garoto? Se esqueceu que sou a ruína de Zeus? Fui criado para
destruir seu pai, o que significa que sei exatamente o que te matara.
Alguma coisa na voz de Porfírion disse a Jason que ele não estava blefando.
Jason e seus amigos tinham feito tudo muito bem. Os três tinham feito coisas incríveis. Sim, foram coisas heroicas mesmo. Mas quando o gigante levantou a lança, Jason sabia que não tinha nenhum jeito de esquivar desse ataque.
Este era o fim.
— Agora! — Leo gritou.
— Durmam! — disse Piper, com tanta força, que os lobos mais próximos começaram a cair no chão e dormir.
A gaiola de pedra e madeira desintegrou-se. Leo tinha serrado a base do tentáculo mais denso e aparentemente cortou a conexão da gaiola com Gaia. Os tentáculos viraram pó  A lama em volta de Hera se desintegrou. A deusa cresceu, aumentando seu poder.
— Sim! — a deusa disse.
Ela tirou seu manto preto revelando um vestido branco, com os braços enfeitados de joias de ouro. Seu rosto era lindo e terrível, uma coroa dourada brilhava em seus cabelos longos e negros.
— Agora, terei minha vingança!
O gigante Porfírion recuou. Ele não disse nada, mas direcionou um olhar de ódio a Jason. Sua mensagem era clara: Ainda nos veremos. Em seguida, ele bateu sua lança na terra de novo, e o gigante desapareceu no chão como se tivesse escorrido por um ralo.
Ao redor do pátio, monstros entraram em pânico e recuaram, mas não tinha escapatória para eles. Hera brilhou com mais intensidade e gritou:
— Cubram seus olhos, meus heróis!
Mas Jason estava muito atordoado e entendeu tarde demais.
Ele viu Hera revelar sua verdadeira forma, explodindo em um anel de força que vaporizou todos os monstros instantaneamente. Jason caiu, uma luz extremamente forte preencheu sua mente, e seu último pensamento foi que seu corpo estava queimando.

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