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O Herói Perdido - CAP. 5

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo V - Leo


O TOUR DE LEO ESTAVA SENDO ÓTIMO ATÉ ele descobrir sobre o dragão.
O arqueiro, Will Solace, parecia bastante legal. Tudo que ele mostrava para Leo era tao incrível, só podia ser ilegal. Verdadeiros navios de guerra gregos ancorados na praia que às vezes eram usados para lutas com flechas em chamas e explosivos? Ótimo! Aulas de artes & ofícios onde você pode fazer esculturas com motosserras e maçaricos? Leo estava, tipo, Me inscreva! A floresta era cheia de monstros perigosos, e ninguém deveria entrar lá sozinho? Perfeito! E o acampamento estava inundado de garotas bonitas. Leo não entendeu muito bem a história de parentes de deuses, mas esperou que não significasse que ele era primo de todas aquelas meninas. Isso seria péssimo. No mínimo, ele queria olhar aquelas garotas submersas no lago novamente. Elas eram definitivamente algo pelo que valia a pena se afogar.
Will mostrou os chalés, o pavilhão de jantar, e a arena de espadas.
— Vou ter uma espada? — Leo perguntou.
Will olhou para ele como se achasse a ideia perturbadora.
— Você provavelmente fará a sua própria, já que está no Chalé 9.
— Sim, o que tem lá? Vulcano?
— Geralmente não chamamos os deuses pelos seus nomes romanos — Will disse. — Os nomes originais são gregos. Seu pai é Hefesto.
— Festo? — Leo ouvira alguém dizer aquilo antes, mas ele ainda estava desanimado. — Parece o deus dos cowboys.
— He-festo — Will corrigiu. — Deus dos ferreiros e do fogo.
Leo também ouvira aquilo, mas estava tentando não pensar sobre isso. O deus do fogo... sério? Considerando o que aconteceu com a sua mãe, aquilo parecia uma brincadeira sem graça.
— Então o martelo flamejante sobre minha cabeça — Leo disse. — Coisa boa, ou coisa má?
Will demorou um pouco para responder.
— Você foi reclamado quase imediatamente. Isso geralmente é bom.
— Mas aquele cara do arco-iris e dos pôneis, Butch, mencionou uma maldição.
— Ah... olhe, não é nada. Desde que o último conselheiro do Chalé 9 morreu...
— Morreu? Tipo, dolorosamente?
— Eu devo deixar seus companheiros de chalé lhe falar sobre isso.
— Sim, onde estão meus companheiros de chalé? O conselheiro deles não deveria estar me dando um tour VIP?
— Ele, hã, não pode. Você verá por quê — Will o impeliu para frente antes que Leo pudesse fazer mais perguntas.
— Maldições e morte — Leo disse para si. — Isso fica cada vez melhor.

Leo estava na metade do caminho através do campo quando ele localizou sua antiga babá. E ela não era o tipo de pessoa que ele esperava ver num acampamento de semideuses.
Leo congelou no caminho.
— Qual é o problema? — Will perguntou.
Tía Callida — Tiazita Callida. Era como ela chamava a si mesma, mas Leo não a via desde que ele tinha cinco anos de idade. Ela estava simplesmente parada ali, na sombra de um grande chalé branco no fim do campo, observando-o. Ela usava seu vestido de viúva de linho preto, com um xale preto colocado sobre sua cabeça. Seu rosto não mudou — pele parecendo couro, olhos negros penetrantes. Suas mãos secas eram como garras. Ela parecia velha, mas não havia nenhuma diferença que Leo notasse.
— Aquela velhinha... — Leo disse. — O que ela esta fazendo aqui?
Will seguiu o seu olhar.
— Que velhinha?
— Cara, a única velhinha. A vestida de preto. Quantas velhinhas você vê por aqui?
Will franziu a testa.
— Acho que você teve um longo dia, Leo. A Névoa ainda pode estar fazendo truques na sua mente. Que tal se formos direto para seu chalé agora?
Leo queria protestar, mas quando olhou de volta para o grande chalé branco, Tía Callida havia partido. Ele tinha certeza que ela estava ali, quase como se pensar em sua mãe houvesse convocado Callida de volta do passado. E aquilo não era bom, pois Tía Callida tentara matá-lo.
— Só brincando com você, cara — Leo puxou algumas engrenagens e alavancas dos bolsos e começou a remexê-las para acalmar os nervos. Ele não podia ter todos no acampamento pensando que ele era louco. Pelo menos, não mais louco do que ele realmente era.
— Vamos ver o Chalé 9 — ele disse. — Estou com ânimo para uma boa maldição.

Do lado de fora, o chale de Hefesto parecia um grande trailer com reluzentes paredes de metal e janelas com lâminas de metal. A entrada era tipo uma porta de cofre, circular com alguns metros de espessura. Abriu com várias engrenagens girando e êmbolos hidráulicos soprando fumaça.
Leo assobiou.
— Eles conseguiram um tema bem legal, hein?
Dentro, o chalé parecia deserto. Beliches de aço estavam dobrados nas paredes como camas high-tech. Cada um tinha um painel de controle digital, luzes LED piscando, lâmpadas brilhantes e engrenagens interligadas. Leo deduziu que cada campista tinha sua própria combinação para liberar sua cama, e provavelmente tinha uma câmara de armazenamento atrás, talvez algumas armadilhas para afastar visitantes indesejados. Pelo menos seria assim que Leo teria desenhado. Um mastro descia do segundo andar, ainda que o chalé nao parecesse ter um segundo andar olhando pelo lado de fora. Uma escadaria circular descia para algum tipo de porão. As paredes estavam alinhadas com todo o tipo de instrumento de poder que Leo podia imaginar, mais uma grande variedade de facas, espadas, e outras ferramentas de destruição. Uma grande banca transbordava de sobras de metal — parafusos, pinos, arruelas, pregos, rebites e um milhão de outros pedaços de máquina. Leo teve um grande impulso para enfiar tudo nos bolsos do seu casaco. Ele amava aquele tipo de coisa. Mas ele precisaria de mais cem casacos para guardar tudo.
Olhando ao redor, ele podia quase imaginar que estava de volta à loja de ferragens da sua mãe. Não pelas armas, claro... mas pelas ferramentas, as pilhas de sucatas, o cheiro de graxa e metal e motores quentes. Ela teria amado esse lugar.
Ele repeliu aquele pensamento. Ele não gostava de memórias dolorosas. Siga em frente — esse era seu lema. Não insista nas coisas. Não fique em um lugar por muito tempo. Era o único jeito de enfrentar a tristeza.
Ele pegou um instrumento comprido da parede.
— Um cortador de grama? O que o deus do fogo faria com um cortador de grama?
Uma voz nas sombras falou:
— Você se surpreenderia.
No fundo do quarto, um dos beliches estava ocupado. Uma cortina escura de material de camuflagem foi recolhida, e Leo pode ver o rapaz que estava invisível a um segundo atrás. Era difícil dizer como ele era, porque estava coberto de gesso no corpo. Sua cabeça estava toda enfaixada, exceto o rosto, que estava inchado e ferido. Ele parecia um boneco de gesso depois de uma luta.
— Eu sou Jake Mason — o rapaz disse. — Eu apertaria sua mão, mas...
— Sim — Leo disse. — Não levante.
O garoto abriu um sorriso, então estremeceu, como se mexer o rosto doesse. Leo queria saber o que aconteceu com ele, mas teve medo de perguntar.
— Bem-vindo ao Chalé 9 — Jake disse. — Faz muito tempo desde que tivemos novas pessoas. Eu sou o conselheiro por enquanto.
— Por enquanto? — Leo perguntou.
Will Solace limpou a garganta.
— Então onde está todo o mundo, Jake?
— Embaixo, nas forjas — Jake disse saudosamente. — Eles estão trabalhando no... você sabe, aquele problema.
— Ah — Will mudou o assunto. — Então, você conseguiu uma cama extra para Leo?
Jake estudou Leo, calculando sua altura.
— Você acredita em maldições, Leo? Ou fantasmas?
Eu acabei de ver minha babá do mal, Tía Callida, Leo pensou. Ela tinha que estar morta depois de todos esses anos. E eu não posso ficar um dia sem lembrar minha mãe no incêndio naquela loja de ferragens. Não fale para mim sobre fantasmas, soldado.
Mas em voz alta, ele respondeu:
— Fantasmas? Aha. Não. Eu sou tranquilo. Um espírito da tempestade me atirou no Grand Canyon essa manhã, mas você sabe, tudo num dia de trabalho, certo?
Jake assentiu.
— Que bom. Porque eu vou lhe dar a melhor cama no chalé: a de Beckendorf.
— Uau, Jake — Will disse. — Tem certeza?
Jake gritou:
— Beliche 1-A, por favor.
Todo o chale tremeu. Uma sessão circular do chão espiralou-se e abriu como a lente de uma câmera, e uma cama enorme apareceu repentinamente. A armação de bronze tinha uma estação de jogo embutido no pé, um sistema estéreo na cabeceira, um refrigerador com porta de vidro montado na base, e um grupo inteiro de painéis de controle funcionado no lado.
Leo pulou na cama e deitou-se com os braços embaixo da cabeça.
— Acho que posso aguentar.
— Quando desce, ela se transforma em um quarto privado — Jake disse.
— Ah, hum, ok — Leo disse. — Até mais tarde então. Vou estar lá na Caverna do Leo. Que botão eu aperto?
— Pera aí — Will Solace protestou. — Vocês tem quartos privados subterrâneos?
Jake provavelmente teria sorrido se não doesse tanto.
— Nós temos vários segredos, Will. Vocês de Apolo não podem ter toda a diversão. Nossos campistas estiveram escavando um sistema de túneis sob o Chalé 9 por quase um século. Ainda nem encontramos o fim. Aliás, Leo, se você não se importa em dormir na cama de um homem morto, ela é sua.
Subitamente, Leo não quis mais ficar deitado. Ele sentou-se, tomando cuidado para não tocar em nenhum dos botões.
— O conselheiro-chefe que morreu? Essa era sua cama?
— Sim — Jake disse. — Charles Beckendorf.
Leo imaginou serrotes vindo pelo colchão, ou talvez uma granada costurada dentro dos travesseiros.
— Ele não, tipo, morreu nesta cama, morreu?
— Nao — Jake disse. — Ele morreu na Guerra dos Titãs, no último verão.
— A Guerra dos Titas — Leo repetiu — que não tem nada a ver com essa cama superlegal?
— Os Titãs — Will disse, como se Leo fosse um idiota. — Os caras mais poderosos que governavam o mundo antes dos deuses. Eles tentaram fazer um retorno no último verão. O líder deles, Cronos, construiu um novo palácio no topo do Monte Tam na California. Seus exércitos vieram para Nova York e quase destruíram o Monte Olimpo. Vários semideuses morreram tentando pará-los.
— E suponho que isso não estava nos noticiários? — Leo disse.
Parecia como uma pergunta limpa, mas Will sacudiu a cabeça em descrença.
— Você não ouviu sobre o Monte Santa Helena em erupção ou as esquisitas tempestades atravessando o país ou aquele colapso da construção em St. Louis?
Leo deu de ombros. No último verão, ele estivera fugindo de outra família adotiva. Então um policial o pegou no Novo México, e a justiça o enviou ao reformatório mais próximo — a Escola da Vida Selvagem.
— Acho que estava ocupado na época.
— Não importa — Jake disse. — Você teve sorte de perder isso. A coisa é, Beckendorf foi uma das primeiras baixas, e desde então...
— Seu chalé foi amaldiçoado — Leo adivinhou.
Jake não respondeu. Mas seu corpo estava completamente engessado. Aquela era uma resposta. Leo começou a notar pequenas coisas que ele não vira antes — uma marca de explosão na parede, uma mancha no chão que podia ser óleo... ou sangue. Espadas quebradas e máquinas esmagadas jaziam nos cantos do quarto, talvez fora de funcionamento. O lugar se sentia infeliz.
Jake suspirou demoradamente.
— Bem, eu devia descansar um pouco. Espero que você goste daqui, Leo. Costumava ser... realmente legal.
Ele fechou os olhos, e a cortina de camuflagem caiu sobre a cama.
— Vamos lá, Leo — Will disse. — Vou te levar nas forjas.
Enquanto eles iam, Leo olhou de volta para sua nova cama, e ele quase podia imaginar um conselheiro morto sentando ali — outro fantasma que não deixaria Leo sozinho.

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