Curta a página oficial do blogger para receber as notificações direto em seu Facebook, além de novidades que serão apenas postadas lá.

Procurando por algo?

0

O Herói Perdido - CAP. 46

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo XLVI - Piper


O CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO NÃO QUERIA deixar que um helicóptero não programado pousasse no Aeroporto de Oakland, até Piper ir para o rádio. Em seguida, ele pousou sem nenhum problema.
Eles desembarcaram no asfalto, e todos olharam para Piper.
— E agora? — Jason perguntou para ela.
Ela se sentia desconfortável. Não queria ser responsável, mas pelo seu pai, tinha que parecer confiante. Ela não tinha nenhum plano. Tinha acabado de se lembrar que ele tinha voado até Oakland, o que significava que seu jato particular poderia estar ali. Mas hoje era o solstício. Eles tinham que salvar Hera. Não tinham
ideia para onde ir ou se chegariam tarde demais. E como ela poderia abandonar seu pai naquela condição?
— Primeiro... — ela disse. — Eu... eu tenho que levar meu pai para casa. Me desculpem, rapazes.
A expressão deles foi de desânimo.
— Ah — Leo disse. — Quer dizer, claro. Ele precisa de você agora. Nós podemos seguir sozinhos a partir daqui.
— Pipes, não. — Seu pai estava sentado na porta do helicóptero, com um cobertor sobre seus ombros. — Você tem uma missão. Uma busca. Eu não posso...
— Eu vou cuidar dele — disse o Treinador Hedge.
Piper olhou para ele. O sátiro era a última pessoa que ela esperava que fosse se oferecer.
— Você? — ela perguntou.
— Sou um protetor — Gleeson disse. — O meu trabalho é esse, e não lutar.
Ele parecia um pouco cabisbaixo, e Piper percebeu que talvez ela não devesse ter contado como ele ficou inconsciente durante a última batalha. Ao seu jeito, talvez o sátiro fosse tão sensível quando o pai dela.
Então Hedge enrubesceu, e seu maxilar contraiu.
— Claro, eu sou bom em uma luta, também. — Ele olhou para todos, desafiando-os a discordar.
— Sim — Jason disse.
— Aterrorizante — Leo concordou.
O treinador grunhiu.
— Mas eu sou um protetor, e posso fazer isso. Seu pai tem razão, Piper. Você precisa continuar com a missão.
— Mas... — Os olhos de Piper ardiam, como se ela estivesse de volta ao incêndio na floresta. — Pai...
Ele estendeu os braços, e ela o abraçou. Ele estava frágil, trêmulo, e isso a assustou.
— Vamos dar um minuto a eles — Jason disse, e levaram a piloto a poucos metros abaixo no asfalto.
— Eu não posso acreditar nisso — seu pai disse. — Eu falhei com você.
— Não, pai!
— As coisas que eles fizeram, Piper, as visões que me mostraram...
— Pai, escute. — Ela pegou o frasco de seu bolso. — Afrodite me deu isso, pra você. Isso vai apagar suas memórias recentes. Será como se nada disso tivesse acontecido.
Ele olhou pasmo para ela, como se estivesse traduzindo suas palavras de uma língua estrangeira.
— Mas você é uma heroína. Eu vou esquecer isso?
— Sim — Piper sussurrou. Ela forçou um tom confiante em sua voz. — Sim, você vai. Vai ser como... como antes.
Ele fechou seus olhos e respirou profundamente.
— Eu te amo, Piper. E sempre amei. Eu... eu te enviei para longe porque não queria você exposta à minha vida. Não do jeito que eu cresci... na pobreza, na desesperança. Não na loucura de Hollywood. Pensei... pensei que estava protegendo você. — Ele conseguiu dar um sorriso frágil. — Como se sua vida sem mim fosse melhor, ou mais segura.
Piper pegou sua mão. Ela já tinha o ouvido falar sobre protegê-la antes, mas nunca acreditava nisso. Sempre pensou que ele estava apenas brincando. Seu pai parecia tão confiante e tranquilo, como se sua vida fosse um passeio na felicidade. Como podia afirmar que ela precisava de proteção desse jeito?
Finalmente Piper entendeu que ele estava agindo pelo benefício dela, tentando não mostrar seu medo e insegurança. E naquele momento sua habilidade de lidar com suas fraquezas estava destruída.
Ela ofereceu o frasco para ele.
— Pegue isso. Talvez um dia estejamos prontos para falar sobre isso novamente. Quando você estiver pronto.
— Quando eu estiver pronto — ele murmurou. — Você faz isso soar como... como se eu fosse o adolescente aqui. Eu devia ser o pai. — Ele pegou o frasco. Seu olhos brilhavam com uma pequena expectativa desesperada. — Eu te amo, Pipes.
— Te amo também, pai.
Ele bebeu o líquido rosa. Seus olhos reviraram e ele caiu para frente. Piper o pegou, e seus amigos correram para ajudar.
— Eu pego ele — Hedge disse. O sátiro tropeçou, mas ele era forte o suficiente para segurar Tristan McLean de pé. — Já pedi para que trouxessem seu jato particular. Está a caminho agora. Endereço de casa?
Piper estava prestes a lhe dizer. Então uma ideia lhe ocorreu. Ela vasculhou o bolso do pai, e BlackBerry dele ainda estava lá. Parecia estranho ele ter algo tão normal no bolso depois do que tinha passado, mas supôs que Encélado não tinha visto nenhum motivo para pegá-lo.
— Está tudo aqui — Piper disse. — Endereço, número do chofer. Apenas preste atenção em Jane.
Os olhos de Hedge se iluminaram, como se pressentisse uma possível luta.
— Quem é Jane?
Quando Piper terminou de explicar, o lustroso Gulfstream branco parou próximo ao helicóptero.
Hedge e a comissária de bordo conseguiram colocar o senhor McLean a bordo. Então o treinador desceu pela última vez para dizer adeus. Ele deu a Piper um abraço e olhou para Jason e Leo.
— Vocês, cupcakes, vão cuidar dessa garota, ouviram? Ou vou obrigar vocês a fazerem flexões.
— Claro, treinador — Leo disse, puxando um sorriso na boca.
— Sem flexões — Jason prometeu.
Piper deu ao velho sátiro mais um abraço.
— Obrigada, Gleeson. Cuide bem dele, por favor.
— Vou fazer isso, McLean — ele sussurrou para ela. — Eles tem cerveja e enchiladas vegetarianas nesse voo, além de guardanapos de linho, delícia! Eu poderia me acostumar com isso.
Trotando na escada, ele perdeu um sapato, e seu casco ficou visível por apenas um segundo. Os olhos da comissária de bordo se alargaram, mas ela olhou em volta e fingiu que nada estava errado. Piper imaginou que ela já deveria ter visto muitas coisas estranhas trabalhando para Tristan McLean.
Quando o jato estava subindo, Piper começou a chorar. Ela estava se segurando há muito tempo e não aguentou mais. Antes que ela percebesse, Jason a estava abraçando, e Leo estava desconfortavelmente perto, puxando Kleenex de seu cinto de ferramentas.
— Seu pai está em boas mãos — Jason disse. — Você foi incrível.
Ela chorou em sua camisa, e permitiu-se ficar nos braços dele enquanto respirava fundo seis vezes.  Sete. Mas teve que se recompor. Eles precisavam dela. A pilota do helicóptero estava pronta parecendo desconfortável, como se estivesse começando a se perguntar por que tinha voado até ali.
— Obrigada, rapazes — Piper falou. — Eu...
Ela queria dizer a eles o quando significavam para ela. Eles sacrificaram tudo, talvez até mesmo a missão para ajudá-la. Ela não poderia reembolsá-los, nem mesmo colocar a gratidão em palavras. Mas a expressão de seus amigos diziam para ela que eles entendiam.
Então, ao lado de Jason, o ar começou a brilhar. Piper pensou que fosse o calor da pista ou talvez fumaça do gás do helicóptero, mas ela tinha visto algo assim antes na fonte de Medeia. Era uma mensagem de Íris. Uma imagem apareceu no ar com uma menina de cabelos escuros usando uma tiara de prata camuflada em seu cabelo, segurando um arco.
Jason cambaleou para trás, surpreso.
— Thalia!
— Graças aos deuses — disse a Caçadora.
A cena atrás dela era difícil de descrever, mas Piper ouviu gritos, metal colidindo com metal, e explosões.
— Nós a encontramos — Thalia disse. — Onde você está?
— Oakland — ele disse. E você?
— Na Casa do Lobo! Oakland... vocês não estão muito longe. Estamos impedindo os comparsas do gigante, mas não podemos aguentar por muito tempo. Cheguem aqui antes do pôr do sol ou estará tudo acabado.
— Então não estamos muito atrasados? — perguntou Piper. A esperança surgiu nela, mas a expressão de Thalia rapidamente escureceu.
— Ainda não — disse Thalia. — Mas Jason... é pior do que pensei. Porfírion está se erguendo. E rápido.
— Mas onde fica a Casa do Lobo?
— Nossa última viagem — disse Thalia, sua imagem começando a desaparecer. — O parque. Jack London. Lembra?
Aquilo não fazia sentido para Piper, mas Jason parecia ter entendido. Ele cambaleou, seu rosto pálido, e a mensagem desapareceu.
— Cara, você está bem? — Leo perguntou. — Você sabe onde ela está?
— Sim — Jason disse. — Sonoma Valley. Não é muito longe. Não pelo ar.
Piper voltou-se para a guarda-florestal piloto, que vinha assistido tudo com a expressão cada vez mais intrigada.
— Senhora — Piper disse com seu melhor sorriso. — Você não se importaria em nos ajudar mais uma vez, não é?
— Eu não me importo — a pilota disse concordando.
— Não podemos levar um mortal para a batalha — Jason disse. — É muito perigoso. — Virou-se para Leo. — Você acha que poderia pilotar aquela coisa?
— Hã...
A expressão de Leo não estava exatamente tranquilizando Piper. Mas então ele colocou sua mão ao lado do helicóptero, muito concentrado, como se estivesse ouvindo a máquina.
— Helicóptero utilitário Bell 412HP — Leo disse. — Composto por 4 hélices no centro do rotor, na velocidade de um cruzeiro de vinte e dois nós, teto de voo de vinte mil pés. O tanque está quase cheio. Claro, eu posso pilotar isso.
Piper sorriu para a guarda-florestal novamente.
— Algum problema se um menor de idade não licenciado pegar emprestado o seu helicóptero? Nós vamos devolvê-lo, claro.
— Eu... — A pilota quase se engasgou com as palavras, mas concordou: — Eu não tenho problema com isso.
Leo sorriu.
— Pulem para dentro, crianças. Tio Leo vai levá-los para um passeio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita. Que tal deixar um comentário?

Percyanaticos BR / baseado no Simple | por © Templates e Acessórios ©2013