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O Herói Perdido - CAP. 45

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo XLV - Piper


PEGAR EMPRESTADO O HELICÓPTERO FOI FÁCIL... Colocar seu pai a bordo é que foi difícil.
Piper precisou apenas de algumas palavras através do megafone improvisado de Leo para convencer a pilota a pousar no monte. O helicóptero do parque era grande o suficiente para evacuações médicas ou busca e salvamento, e quando Piper disse para simpática senhora guarda-florestal que seria uma ótima ideia voarem até o Aeroporto de Oakland, ela rapidamente concordou.
— Não — seu pai murmurou, assim que o pegaram do chão. — Piper, o quê... havia monstros... havia monstros...
Ela precisou da ajuda de Leo e Jason para segurá-lo, enquanto o treinador Hedge reunia os suprimentos deles. Felizmente Hedge colocou suas calças e sapatos de volta, então Piper não teve que explicar sobre as pernas de bode.
Partia o coração de Piper ver seu pai assim, empurrado para além do limite, chorando como um garotinho. Ela não sabia exatamente o que o gigante fez com ele, como os monstros tinham destruído seu espirito, mas não achava que poderia ficar para descobrir.
— Vai ficar tudo bem, pai — ela disse, fazendo sua voz soar tão calma quanto possível. Ela não queria usar charme em seu próprio pai, mas parecia o único jeito. — Essas pessoas são minhas amigas. Nós vamos te ajudar. Você está seguro agora.
Ele piscou e olhou para os rotores do helicóptero.
— Lâminas. Eles tem uma máquina com tantas lâminas. Eles tem seis braços...
Quando se aproximaram, a pilota veio para ajudar.
— O que há de errado com ele? — ela perguntou.
— Inalação de fumaça — Jason sugeriu. — Ou talvez esteja exausto por causa do calor.
— Nós temos que levá-lo a um hospital — a pilota disse.
— Está tudo bem — Piper disse. — O aeroporto basta.
— Sim, o aeroporto basta — a pilota concordou imediatamente. Então franziu o cenho, como se não tivesse certeza do por que de ter mudado de ideia. — Esse não é Tristan McLean, a estrela de cinema?
— Não — Piper disse. — Apenas se parece com ele. Esqueça isso.
— Sim — a pilota disse. — Apenas se parece com ele. Eu... — Ela pestanejou, confusa. — Esqueci o que estava dizendo. Vamos continuar.
Jason ergueu as sobrancelhas para Piper, obviamente impressionado, mas Piper se sentia miserável. Ela não queria bagunçar as mentes das pessoas, convencendo-as a fazer coisas que não acreditavam. Se sentia tão arrogante, tão errada... como Drew no acampamento ou Medeia em seu shopping demoníaco.
E como ela poderia ajudar seu pai? Não poderia convencê-lo que estava tudo bem, ou que isso nunca aconteceu. Seu trauma foi muito profundo. Finalmente o tinham a bordo e o helicóptero decolou. A pilota não parava de receber perguntas em seu rádio, perguntavam onde estava indo, mas ela ignorava. Eles se afastaram do monte ardente e foram em direção a Berkeley Hills.
— Piper. — Seu pai agarrou sua mão e a segurou como se tivesse medo de cair. — É voce? Eles me falaram... eles me falaram que você seria morta. Eles disseram... coisas horríveis do que iria acontecer.
— Sou eu, pai. — Ela usou toda a sua força de vontade para não chorar. Tinha que ser forte para ele. — Tudo vai ficar bem.
— Eles eram monstros — ele disse. — Monstros reais. Espíritos da terra, exatamente como as histórias de seu avô Tom... e a Mãe-Terra está com raiva de mim. E o gigante, Tsul’kälu, cuspia fogo... — Ele focalizou Piper novamente, seus olhos refletindo uma luz estranha. — Eles disseram que você era uma semideusa. Que sua mãe era...
— Afrodite — Piper disse. — A deusa do amor.
— Eu... eu... — Ele tomou fôlego, então pareceu se esquecer como exalar.
Os amigos de Piper tiveram o cuidado de não assistir. Leo brincava com um parafuso tirado de seu cinto de ferramentas. Jason olhava para o vale abaixo — os carros dos mortais parados nas estradas olhando para a montanha ardendo em chamas. Gleeson mastigava o topo de seu cravo, e pela primeira vez o sátiro não olhava com vontade de gritar ou se vangloriar-se.
Tristan McLean não deveria ser visto ali. Ele era uma estrela. Era confiante, elegante e suave, sempre no controle. Essa era a imagem pública que projetava. Piper já tinha visto essa imagem vacilar antes. Mas aquilo era diferente. Agora ele estava quebrado, desesperado.
— Eu não sabia sobre a mamãe — Piper falou para ele. — Não até você ser raptado. Quando descobrimos onde você estava, viemos imediatamente. Meus amigos me ajudaram. Ninguém vai te machucar outra vez.
Seu pai não conseguia parar de tremer.
— Vocês são heróis... você e seus amigos. Eu não posso acreditar. Você é uma heroína verdadeira, não como eu. Não interpreta um papel. Estou muito orgulhoso de você, Pipes. — Mas as palavras foram murmuradas indiferentes, como em um semi-transe.
Ele olhou para o vale abaixo, e seu aperto na mão de Piper diminuiu.
— Sua mão nunca me disse.
— Ela pensou que era o melhor. — Parecia imperfeito, mesmo para Piper, e nenhuma quantidade de encantamento poderia mudar isso. Mas ela não falou para seu pai do que Afrodite realmente se preocupava: Se ele tiver que passar o resto de sua vida com essas lembranças, sabendo que deuses e espíritos andam na terra, isso irá despedaçá-lo.
Piper sentiu algo dentro de seu bolso, o frasco estava lá, se aquecendo ao seu toque.
Mas como ela poderia apagar a memória dele? Seu pai finalmente sabia o que ela era. Estava orgulhoso dela, e pela primeira vez ela era uma heroína, não o contrário. Ele nunca mandaria de volta agora. Eles compartilhariam um segredo.
Como ela poderia voltar para o jeito que as coisas eram?
Ela segurou sua mão, falando para ele sobre coisas pequenas — seu tempo na Escola da Vida Selvagem, seu chalé no Acampamento Meio-Sangue. Ela contou sobre como o treinador Hedge comia cravos e fora nocauteado no Monte Diablo, como Leo domesticou um dragão e que Jason tinha feito lobos se retirarem falando em latim. Seus amigos sorriram com relutância, ao relatar suas aventuras. Seu pai parecia relaxar enquanto ela falava, mas não sorria. Piper não tinha certeza se ele a escutava.
Enquanto passavam sobre as colinas de East Bay, Jason ficou tenso. Ele se inclinou para tão perto da porta que Piper teve medo de ele cair.
Ele apontou.
— O que é aquilo?
Piper olhou para baixo, mas não viu nada de interessante — apenas colinas, florestas, casas, pequenas estradas que serpenteavam através dos desfiladeiros. Uma rodovia atravessava um túnel nas montanhas, ligando East Bay com as cidades do interior.
— Onde? — Piper perguntou.
— Essa estrada — ele disse. — A única que atravessa as colinas.
Piper pegou o capacete que a piloto havia lhe dado e transmitiu uma pergunta. A resposta não foi muito emocionante.
— Ela disse que essa é a Rodovia 24 — Piper reportou. — Aquele é o túnel Caldecott. Por quê?
Jason olhou fixamente para a entrada do túnel, mas não disse nada. O túnel desapareceu de vista enquanto voaram para Oakland, mas Jason continuou olhando à distância, sua expressão tão confusa quanto a do pai de Piper.
— Monstros — o pai dela disse, uma lágrima caindo sobre sua bochecha. — Eu vivo em um mundo cheio de monstros.

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