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O Herói Perdido - CAP. 37

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo XXXVII - Jason


JASON ENCONTROU SUA IRMÃ e a perdeu em menos de uma hora. Enquanto escalavam os rochedos da ilha flutuante, continuou olhando para trás, mas Thalia havia partido.
Apesar do que ela dissera sobre encontrá-lo novamente, Jason ficou se questionando. Ela encontrara uma nova família com as Caçadoras, e uma nova mãe em Ártemis. Parecia tão confiante e confortável com a vida que Jason não tinha certeza se ele um dia seria parte dela. E ela parecia tão decidida em encontrar seu amigo Percy. Ela já procurara por Jason daquele jeito?
Não é justo, ele falou para si. Ela pensava que eu estava morto.
Ele mal podia tolerar o que ela dissera sobre sua mãe. Era quase como se Thalia tivesse lhe passado um bebê — um bebê realmente barulhento e feio — e dito, Aqui, isso é seu. Carregue. Ele não queria carregá-lo. Não queria olhar para ele ou lhe sustentar. Não queria saber que tinha uma mãe instável que havia se desfeito dele para satisfazer uma deusa. Não era de admirar que Thalia fugira.
Então ele se lembrou do chalé de Zeus no Acampamento Meio-Sangue, aquela alcova minúscula que Thalia usara como beliche, fora da vista da estátua carrancuda do deus do céu. O pai deles também não devia ser muita coisa. Jason entendeu porque Thalia renunciara aquela parte da sua vida também, mas ainda
estava ressentido. Ele não podia fazer o mesmo. Ele foi deixado para segurar o fardo, literalmente.
A mochila dourada dos ventos estava nas suas costas. Quanto mais perto chegavam do palácio de Éolo, mais pesada a mala ficava. Os ventos lutavam, bramindo e colidindo.
O único que parecia estar num bom ânimo era o Treinador Hedge. Ele continuava subindo a escadaria escorregadia e trotando de volta para baixo.
— Vamos, cupcakes! Só mais uns cem degraus!
Enquanto subiam, Leo e Piper deixaram Jason em silêncio. Talvez eles pudessem sentir sua má disposição. Piper continuava a olhar para trás, preocupada, como se tivesse sido ele que quase morreu de hipotermia e não ela. Ou talvez ela estivesse pensando sobre a ideia de Thalia. Eles contaram o que Thalia dissera na ponte — como eles poderiam salvar seu pai e Hera — mas Jason realmente não entendia como eles iriam fazer isso, e ele não tinha certeza se a possibilidade deixara Piper mais esperançosa ou só mais ansiosa.
Leo continuou batendo nas próprias pernas, procurando sinais de que suas calças estavam pegando fogo. Ele não estava mais fumegando, mas o incidente na ponte de gelo realmente alucinara Jason. Leo não pareceu perceber que tinha fumaça saindo dos ouvidos e chamas dançando no seu cabelo. Se Leo começasse espontaneamente a entrar em combustão toda vez que ficava animado, seria desagradável levá-lo para algum lugar. Jason imaginou tentar pegar comida num restaurante. Eu quero um cheesebúrguer e... Ahhh! Meu amigo está pegando fogo! Dê-me um balde!
Na maioria das vezes, porém, Jason se preocupava sobre o que Leo disse. Jason não queria ser uma ponte, ou uma troca, ou qualquer coisa. Ele só queria saber de onde viera. E Thalia pareceu tão nervosa quando Leo mencionou a casa arruinada nos seus sonhos — o lugar que a loba Lupa lhe contara que era seu ponto de partida. Como Thalia conhecia aquele lugar, e por que ela assumiu que Jason poderia encontrá-lo?
A resposta parecia perto. Mas quanto mais perto Jason chegava, menos isso cooperava, como os ventos nas suas costas.
Finalmente eles chegaram ao topo da ilha. Paredes de bronze cercavam a fortaleza, embora Jason não pudesse imaginar quem possivelmente atacaria esse lugar. Portões altos de seis metros se abriram para eles, e uma estrada de pedra polida lilás levava atá a cidadela principal — uma rotunda de colunas brancas, estilo grego, como um dos monumentos em Washington, DC — exceto pelo grupo de antenas de satélite e torres de rádio no telhado.
— É bizarro — Piper disse.
— Acho que não tem TV a cabo numa ilha flutuante — Leo disse. — Diabos, olhem o jardim de entrada desse cara.
A rotunda ocupava o centro de um circulo de quatrocentos metros. A área era incrível de um jeito assustador. Era dividida em quatro seções, como grandes pedaços de pizza, cada um representando uma estacão.
A seção à direita deles era um deserto de gelo, com árvores desfolhadas e um lago congelado. Bonecos de neve rolavam na paisagem enquanto o vento soprava, então Jason não tinha certeza se eles eram decoração ou se estavam vivos.
À esquerda deles estava um parque de outono com árvores douradas e rubras. Montes de folhas sopravam em padrões — deuses, pessoas, animais que corriam um atrás do outro antes de se espalharem de volta em folhas.
À distância, Jason podia ver mais duas áreas atrás da rotatória. Uma parecia um pasto verde com carneiros fingidos de nuvens. A última seção era um deserto onde ervas rabiscavam formas estranhas na areia como letras gregas, rostos sorridentes, e uma grande propaganda que se lia: assista Éolo à noite!
— Uma seção para cada um dos quatro deuses do vento — Jason supôs. — Quatro pontos cardeais.
— Estou amando aquele pasto. — O Treinador Hedge lambeu os beiços. — Vocês se importam...
— Vá em frente — Jason disse.
Ele estava realmente aliviado de ter o sátiro longe por um tempo. Seria suficientemente difícil despertar o lado bom de Éolo sem o Treinador Hedge brandir sua clava e gritar, “Morra!”
Enquanto o sátiro corria para a seção da primavera, Jason, Leo e Piper desceram a estrada para as escadas do palácio. Eles atravessaram as portas da frente num saguão branco de mármore decorado com estandartes roxos onde se liam: Canal do Tempo Olimpiano e CTO!
— Olá! — Uma mulher flutuou para eles.
Literalmente flutuou. Ela era linda naquela forma élfica que Jason associou com os espíritos da natureza no Acampamento Meio-Sangue — pequena, orelhas levemente pontudas e um rosto sem idade que poderia ter dezesseis ou trinta. Seus olhos castanhos brilhavam alegremente. Mesmo que não houvesse vento, seu cabelo soprava num movimento lento, no estilo de comercial de xampu. Seu vestido branco se elevava em volta dela como material de paraquedas. Jason não podia dizer se ela tinha pés, mas se tivesse, eles não tocavam o chão. Ela tinha um tablet branco na mão.
— Vocês vêm em nome do Lorde Zeus? — perguntou. — Estávamos te esperando.
Jason tentou responder, mas era um pouco difícil pensar claramente, porque ele percebeu que podia ver através da mulher. Sua forma ficava forte e fraca como se fosse feita de névoa.
— Você é um fantasma? — ele perguntou.
Imediatamente ele soube que a insultou. O sorriso transformou-se em uma carranca.
— Eu sou uma aura, senhor. Uma ninfa do vento, como você poderia esperar, trabalhando para o senhor dos ventos. Meu nome e Mellie. Nos não temos fantasmas.
Piper foi ao resgate.
— Não, é claro que não! Meu amigo simplesmente te confundiu com Helena de Troia, a mortal mais bonita de todos os tempos. É um erro comum.
Uau, ela era boa nisso. O elogio pareceu um pouco fora do limite, mas a aura Mellie corou.
— Ah... entendi. Então você é de Zeus?
— Er... Jason disse — sou o filho de Zeus, sim.
— Excelente! Por favor, por aqui. — Ela os levou por algumas portas de segurança para outro saguão, consultando seu tablet enquanto flutuava. Ela não olhava para onde estava indo, mas aparentemente não importava, pois passou direto por uma coluna de mármore sem problemas. — Não estamos em horário nobre agora, o que é bom — ela refletiu. — Posso encaixar vocês antes da entrada dele, às 11:12.
— Hã, ok — Jason disse.
O saguão era um lugar bastante distrativo. Ventos explodiam ao redor deles, assim Jason sentiu como se estivesse sendo empurrando numa multidão invisível. As portas sopraram, abrindo, e bateram sozinhas.
As coisas que Jason via eram mais bizarras ainda. Aviões de papel de todos os tamanhos e formas aceleravam em volta, e as outras ninfas do vento, auras, ocasionalmente os arrancavam do ar, os desdobravam e liam, então os jogavam de volta no ar, onde os aviões se redobravam e continuavam voando.
Uma criatura feia passou flutuando. Ela parecia a mistura de uma velha e uma galinha criada com esteroides. Ela tinha um rosto enrugado com cabelo preto amarrado numa touca, braços humanos com asas de galinha e um corpo gordo emplumado com garras no lugar dos pés. Era incrível que ela também pudesse voar. Ela
continuava andando ao redor e se chocando em coisas como um balão de gás.
— Isso não é uma aura, certo? — Jason perguntou para Mellie enquanto a criatura se agitava.
Mellie riu.
— É uma harpia. Nossas... meias-irmãs feiosas, acho que vocês diriam. Vocês não tem harpias no Olimpo? Elas são espíritos de rajadas de vento violentas, diferentes das auras. Somos todas brisas gentis.
Ela piscou os olhos para Jason.
— Claro que são — ele disse.
— Então — Piper sugeriu — você estava nos levando para ver Éolo?
Mellie os levou por um conjunto de portas como uma câmara de compressão. Sobre a porta interior, uma luz verde piscou.
— Temos alguns minutos antes de ele começar — Mellie disse alegremente. — Ele provavelmente não matara vocês se entrarmos agora. Venham comigo!

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