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O Herói Perdido - CAP. 33

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo XXXIII - Piper


PIPER ACORDOU TREMENDO DE FRIO.
Ela teve um pesadelo sobre um velho com orelhas de burro correndo atrás dela e gritando, Você é isso!
— Ah, deus. — Seus dentes batiam. — Ele me transformou em ouro!
— Você está bem agora — Jason inclinou-se e passou um cobertor quente em torno dela, mas ela ainda se sentia fria como uma boréada.
Ela piscou, tentando entender onde estavam. Perto dela, uma fogueira ardia, tornando o ar cortante com a fumaça. A luz do fogo cintilava nas paredes de rocha. Eles estavam em uma pequena caverna, mas ela não lhes oferecia muita proteção. Do lado de fora, o vendo assobiava. Neve soprava de um lado para outro. Poderia ser dia ou noite. A tempestade estava escura demais para dizer.
— L-L-Leo? — Piper tentou.
— Presente e desdourado — Leo também estava envolto em cobertores. Ele não parecia ótimo, mas melhor do que Piper se sentia. — Eu ganhei o tratamento de metal precioso também — falou — mas voltei ao normal mais facilmente. Não sei porque. Tivemos que afundar você no rio para te trazer de volta completamente. Tentei secar você, mas... está muito, muito frio.
— Você estava com hipotermia — Jason falou. — Nós arriscamos tanto néctar quanto podíamos. O Treinador Hedge também fez uma magia da natureza...
— Remédio para atletas — a cara feia do treinador pairava sobre ela. — É uma especie de hobby meu. Talvez você fique com hálito de cogumelos selvagens e Gatorade por alguns dias, mas vai passar. Provavelmente você não vai morrer. Provavelmente.
— Obrigada — Piper disse, fraca. — Como vocês venceram Midas?
Jason a contou a história, jogando a culpa na sorte.
Treinador bufou.
— O garoto está sendo modesto. Você deveria ter visto ele. Ihah! Fatiou! Explodiu com um raio!
— Treinador, você nem viu — Jason falou. — Você estava do lado de fora comendo o gramado.
Mas o sátiro só estava se aquecendo.
— Então eu cheguei com a minha clava e nos dominamos a sala! Depois, falei pra ele, ‘Garoto, estou orgulho de você! Se pudesse apenas dar alguma atenção a força dos membros superiores...
— Treinador — Jason chamou.
— Sim?
— Cale a boca, por favor.
— Claro. — O treinador se sentou junto ao fogo e começou a mastigar sua clava.
Jason colocou sua mão sobre a testa de Piper e mediu sua temperatura.
— Leo, você pode atiçar o fogo?
— Lá vai — Leo convocou um amontoado de chamas do tamanho de bolas de beisebol e as arremessou na fogueira.
— Eu pareço assim tão mal? — Piper tremeu.
— Que nada — Jason disse.
— Você é um péssimo mentiroso — ela falou. — Onde estamos?
— Pikes Peak — Jason respondeu. — Colorado.
— Mas isso fica a oitocentos quilômetros de Omaha.
— Por aí — Jason concordou. — Eu fiz os espíritos da tempestade nos trazer até aqui. Eles não gostaram muito... foi um pouco mais rápido do que eu queria, quase nos esmagaram contra a montanha antes que eu conseguisse colocá-los de volta na mochila. Não vou tentar isso de novo.
— E porque estamos aqui?
Leo fungou.
— Isso foi o que eu perguntei a ele.
Jason encarou a tempestade como se estivesse esperando por algo.
— Aquela trilha de vento brilhante que vimos ontem, lembram? Ainda estava no céu, mesmo que tenha se apagado bastante. Eu a segui até que não pude ver mais. Então, honestamente não estou certo. Eu só senti que este era o lugar certo para parar.
— É claro que é — Treinador Hedge cuspiu algumas lascas da clava. — O palácio flutuante de Éolo deve estar ancorado acima de nós, bem no pico. Este é um de seus pontos favoritos para atracar.
— Pode ter sido isso — Jason franziu as sobrancelhas. — Eu não sei. Alguma outra coisa, também...
— As Caçadoras se dirigiam para o oeste — Piper lembrou. — Você acha que elas estão por aqui?
Jason esfregou seu antebraço, como se as tatuagens o estivessem incomodando.
— Eu não vejo como alguém poderia sobreviver na montanha agora. A tempestade esté muito feia. Já é a noite antes do solstício, mas não tivemos outra escolha a não ser esperar a tempestade passar. Tivemos que dar a você algum tempo para descansar antes que tentássemos nos mover.
Ele não precisava convencê-la. O vento assobiando no lado de fora da caverna a assustava, e ela não conseguia parar de tremer.
— Nós precisamos te aquecer — Jason sentou perto dela e estendeu os braços um pouco sem jeito. — Hã, você se importa se eu...
— Acho que não. — Ela tentou parecer desinteressada.
Ele passou os braços ao seu redor e a segurou. Eles chegaram mais perto do fogo. Treinador Hedge mastigava pedaços do seu bastão e cuspia as lascas no fogo. Leo pegou alguns suprimentos de cozinha e começou a fritar hambúrgueres em uma frigideira de ferro.
— Então, gente, já que vocês estão aninhados para hora da história... Tem algo que eu preciso contar a vocês. No caminho pra Omaha, eu tive esse sonho. Um pouco difícil de entender com a estática e a Roda da Fortuna interrompendo...
— Roda da Fortuna? — Piper achou que Leo estava brincando, mas quando ele levantou os olhos dos hambúrgueres sua expressão estava mortalmente séria.
— O negócio é que — ele falou — meu pai Hefesto falou comigo.
Leo contou a eles sobre seu sonho. Na luz do fogo, com o vento assobiando, a história era ainda mais assustadora. Piper podia imaginar a voz cheia de estática do deus avisando sobre os gigantes que eram filhos de Tártaro, e sobre Leo perdendo alguns amigos no caminho.
Ela tentou se concentrar em algo bom: os braços de Jason em volta dela, o calor lentamente se espalhando por seu corpo... mas ela estava aterrorizada.
— Eu não entendo. Se semideuses e deuses tem que trabalhar juntos para matar os gigantes, por que os deuses ficariam em silêncio? Se eles precisam da gente...
— Rá — falou o Treinador Hedge. — Os deuses odeiam precisar de humanos. Eles gostam de ser clamados por humanos, mas não o contrário. As coisas devem ficar bem piores antes que Zeus admita que cometeu um erro fechando o Olimpo.
— Treinador — falou Piper — esse foi quase um comentário inteligente.
Hedge bufou.
— O quê? Eu sou inteligente! Eu não estou surpreso que vocês, cupcakes, não tenham ouvido falar da Guerra dos Gigantes. Os deuses não gostam de falar sobre isso. É propaganda negativa admitir que você precisou de mortais para ajudar a vencer um inimigo. É simplesmente embaraçoso.
— No entanto, há mais — disse Jason. — Quando sonhei com Hera em sua prisão, ela falou que Zeus estava anormalmente paranoico. E Hera falou que foi para aquelas ruínas porque uma voz estava falando em sua cabeça. E se alguém estiver manipulando os deuses, como Medeia estava nos manipulando?
Piper estremeceu. Ela teve um pensamento parecido — que alguma força invisível estava manipulando a situação, ajudando os gigantes. Talvez a mesma força estivesse mantendo Encélado informado sobre seus movimentos, e até mesmo tenha derrubado o dragão em Detroit. Talvez a Mulher de poeira adormecida de Leo, ou outro servo dela...
Leo colocou alguns pães de hambúrguer na frigideira para torrar.
— E, Hefesto falou algo parecido, como se Zeus estivesse agindo mais estranho que o normal. Mas o que me incomodou foi o que meu pai não falou. Como se em algumas vezes ele estivesse falando sobre os semideuses e como ele tinha tantos filhos e tudo mais. Eu não sei. Ele agiu como se juntar os maiores semideuses fosse quase impossível, como Hera está tentando, e que era uma coisa estúpida de se fazer, e tinha algum segredo que Hefesto não deveria me contar.
Jason se mexeu. Piper podia sentir a tensão em seus braços.
— Quíron agiu da mesma forma no acampamento — ele falou. — Ele mencionou um juramento secreto sobre não falar... alguma coisa. Treinador, você sabe alguma coisa sobre isso?
— Nah. Eu sou só um sátiro. Eles não nos contam as coisas suculentas. Especialmente para um velho... — Ele parou.
— Um velho como você? — Piper perguntou. — Mas você não é assim tao velho, é?
— Cento e seis anos — o treinador murmurou.
Leo tossiu.
— Como é que é?
— Não brinque com fogo, Valdez. São só 53 anos humanos. Ainda assim, fiz alguns inimigos no Conselho dos Anciãos de Casco Fendido. Fui protetor por um longo tempo. Mas eles começaram a dizer que eu estava ficando imprevisível. Muito violento. Podem acreditar?
— Nossa — Piper tentou não olhar para seus amigos. — Essa é difícil de acreditar.
O treinador fez uma careta.
— Sim, então nós conseguimos uma boa guerra com os titãs, e eles me colocaram na frente de batalha? Não! Me mandaram para o mais longe possivel: na fronteira canadense, dá pra acreditar? Então depois da guerra, eles me colocaram no pasto. Escola da Vida Selvagem. Bah! Como se eu fosse velho demais para
ajudar só porque gosto de alguma ação. Todos aqueles colhedores de flores do Conselho, falando sobre natureza...
— Pensei que sátiros gostavam de natureza — Piper arriscou.
— Na mosca, eu amo natureza — disse Hedge. — Natureza significa coisas grandes matando e comendo coisas pequenas! E quando você é... você sabe... um sátiro verticalmente afetado como eu, você fica em boa forma, carrega um bom bastão e não leva desaforo pra casa. Isso é natureza — Hedge bufou indignado. — Colhedores de flores. De qualquer forma, espero que tenham comida vegetariana, Valdez. Eu não como carne.
— Sim, treinador, não coma seu bastão. Eu tenho alguns hambúrgueres de tofu. Piper também é vegetariana. Vou fritá-los em um segundo.
O cheiro de hambúrguer encheu o ar. Piper normalmente odiava o cheiro de carne sendo cozida, mas seu estômago roncou como se fosse fazer um motim. Estou perdendo a cabeça  ela pensou. Pense em brócolis  Cenouras. Lentilha.
Seu estômago não era a única coisa se rebelando. Deitada perto do fogo, com Jason a segurando, a consciência de Piper parecia uma bala recém-disparada fazendo seu caminho até o coração. Toda a culpa que estava sentindo pela última semana, desde que o gigante Encélado lhe mandara o sonho pela primeira vez, estava prestes a matá-la.
Seus amigos queriam ajudá-la. Jason falou que até mesmo cairia em uma armadilha pra salvar seu pai. E Piper os calou. Até onde sabia, já tinha condenado seu pai quando atacou Medeia.
Ela sufocou um soluço. Talvez tivesse feito a coisa certa em Chicago, salvando seus amigos, mas apenas retardou o problema. Ela nunca poderia trair seus amigos, mas seu lado egoísta estava desesperado o bastante para pensar, E se eu fizesse?
Ela tentou imaginar o que seu pai diria. Ei, pai, se alguma vez você fosse acorrentado por um gigante canibal e eu tivesse que trair alguns amigos para te salvar, o que deveria fazer?
Engraçado, ela nunca tinha pensado naquilo quando jogavam Três Perguntas. Seu pai nunca levaria a pergunta a sério, é claro. Ele provavelmente contaria alguma velha historia de seu avô Tom — algo com ouriços brilhantes e pássaros falantes — e, em seguida, riria como se o conselho fosse bobo.
Piper desejou lembrar-se melhor de seu avô. Algumas vezes sonhava com aquela pequena casa de dois cômodos em Oklahoma. Ela se perguntava como seria crescer por lá.
Seu pai pensaria que era loucura. Ele tinha passado toda sua vida fugindo daquele lugar, se distanciando do resto, fazendo qualquer papel menos o de um índio americano. Sempre falava para Piper como ela era sortuda por crescer rica e bem cuidada, em uma boa casa na Califórnia.
Piper aprendeu a se sentir vagamente desconfortável sobre seus ancestrais — como as fotos antigas de seu pai, dos anos oitenta, quando ele tinha um cabelo horrível e roupas estranhas. Você acredita que eu um dia me vesti assim? ele diria. Ser Cherokee funcionava do mesmo jeito pra ele — algo engraçado e levemente embaraçoso.
Mas o que mais eles eram? O pai parecia não saber. Talvez fosse por isso que ele estava sempre tão infeliz, mudando de papel o tempo todo. Talvez seja por isso que Piper começara a roubar coisas, procurando por algo que seu pai não poderia lhe dar.
Leo colocou os hambúrgueres de tofu na frigideira. O vento continuava furioso. Piper pensou em uma antiga história que seu pai havia lhe contado... uma que talvez respondesse mesmo algumas de suas dúvidas.

Um dia, quando estava na segunda série, ela chegou em casa chorando e perguntando porque seu pai a tinha dado o nome de Piper. As crianças zoavam ela porque Piper Cherokee era o nome de uma avião.
Seu pai riu, como se nunca tivesse pensado naquilo.
— Não, Pipes. É um belo avião. Mas não foi por causa disseo que a chamei assim. Foi o vovô Tom que escolheu seu nome. A primeira vez que ele a ouviu chorar, falou que você tinha uma voz poderosa, melhor
que qualquer flautista doce. Piper é flautista em inglês. Ele falou que você aprenderia a cantar as mais difíceis canções Cherokee, até mesmo a canção da cobra.
— Canção da cobra?
E o pai contou a lenda a ela — como um dia uma Cherokee viu uma cobra brincando perto de seus filhos e matou-a com uma pedra, sem perceber que era o Rei das Cascavéis  As cobras se prepararam para uma guerra contra os humanos, mas o marido daquela mulher tentou a paz. Ele prometeu que faria qualquer coisa para recompensar as cascavéis. As cobras o fizeram cumprir a promessa. Elas falaram para que ele levasse sua mulher ao sacrifício, de maneira que as cobras pudessem picá-la e levar sua vida em troca. O homem estava com o coração partido, mas fez o que lhe pediram. Depois, as cobras ficaram impressionadas com o homem por ele ter desistido de tanto e mantido sua promessa. Elas o ensinaram a cancão da cobra para que todos os Cherokee a usassem. Dali em diante, se algum Cherokee encontrasse uma cobra e cantasse aquela canção, a cobra o reconheceria como um amigo, e não o picaria.
— Isso é horrível! — Piper falou. — Ele deixou sua mulher morrer?
Seu pai abriu as mãos.
— Foi um grande sacrifício. Mas uma vida trouxe paz por gerações entre cobras e Cherokees. Vovô Tom acreditava que as canções Cherokee podiam resolver quase todos os problemas. Ele pensou que você aprenderia várias canções, e seria a quase musicista da família. Por isso seu nome é Piper.
Um grande sacrifício. Sera que seu avô havia previsto algo sobre ela, mesmo quando era apenas um bebê? Será que ele sentira que ela era uma filha de Afrodite? Seu pai provavelmente diria que era loucura. Vovô Tom não era um oraculo.
Mas ainda assim... ela prometeu ajudar nessa missão. Seus amigos contavam com ela. Eles a salvaram quando Midas a transformou em ouro. Eles a trouxeram de volta a vida. Ela não poderia recompensá-los com mentiras.

Gradualmente, ela começou a se sentir mais quente. Parou de tremer e se sentou contra o peito de Jason. Leo lhe entregou a comida. Piper não queria se mexer, falar ou fazer qualquer coisa para quebrar o momento. Mas ela precisava fazer isso.
— Precisamos conversar. — Ela se sentou de maneira a olhar para Jason. — Eu não quero esconder mais nada de vocês.
Eles a olharam com suas bocas cheias de hambúrguer. Tarde demais para mudar de ideia agora.
— Três noites antes da ida ao Grand Canyon — ela falou — eu tive um sonho... um gigante me disse que meu pai havia sido sequestrado. Ele me disse que eu deveria cooperar, ou meu pai seria morto.
As chamas crepitaram.
Finalmente, Jason perguntou:
— Encélado? Você mencionou esse nome antes.
Treinador Hedge se virou.
— Grande gigante. Cospe fogo. Não gostaria de estar perto dele.
Jason mandou-lhe um olhar de cala a boca.
— Piper, continue. O que aconteceu depois?
— Eu... eu tentei falar com meu pai, mas tudo o que eu consegui foi sua assistente pessoal, e ela me disse para não me preocupar.
— Jane? — Leo lembrou. — Medeia não falou algo sobre controlá-la?
Piper concordou com um aceno.
— Para ter meu pai de volta, eu deveria sabotar esta missão  Eu não tinha pensado que seriamos nós três  Então depois que começamos a missão  Encélado me mandou outro aviso: Ele me falou que queria vocês dois mortos. Ele queria que eu os levasse até uma montanha. Não sei qual exatamente, mas era em Bay Area... eu podia ver a ponte Golden Gate do cume. Eu deveria estar lá ao anoitecer do solstício, amanhã. Seria uma troca.
Ela não podia encarara seus amigos nos olhos. Ela esperou que gritassem com ela, que lhe virassem as costas ou que a jogassem na tempestade de neve.
Ao invés disso, Jason se aproximou dela e a envolveu com seus braços novamente.
— Deuses, Piper. Eu sinto muito.
Leo concordou.
— Sem sacanagem. Você esteve carregando isso por quase uma semana? Piper, nos poderíamos ajudar.
Ela olhou para eles.
— Por que vocês não gritam comigo ou algo do tipo? Me mandaram matar vocês!
— Ah, qual é — disse Jason. — Você salvou a nós dois nessa missão. Eu colocaria minha vida em suas mãos a qualquer hora.
— Idem — Leo falou. — Posso ganhar um abraço também?
— Vocês não entendem! — Piper falou. — Eu provavelmente matei meu pai contando isso a vocês!
— Duvido. — O Treinador Hedge arrotou. Ele estava comendo seu hambúrguer de tofu embrulhado no prato de papel, mastigando como um taco. — O gigante ainda não conseguiu o que queria, então ainda precisa do seu pai para chantagem. Ele vai esperar até que o seu prazo se esgote, ver se você aparece. Ele quer que você desvie a missão para essa montanha, certo?
Piper confirmou, incerta.
— Então isso significa que Hera está presa em outro lugar — Hedge argumentou. — E ela tem que ser salva no mesmo dia. Então você tem que escolher: resgatar seu pai ou resgatar Hera. Se for atrás de Hera, então Encélado cuida do seu pai. Além disso, Encélado nunca te deixaria ir mesmo que você cooperasse. Obviamente você é uma dos sete na Grande Profecia.
Um dos sete. Ela falou sobre isso antes com Jason e Leo, e supôs que deveria ser verdade, mas ainda tinha problemas em acreditar nisso. Ela não se sentia tão importante. Ela era só uma estúpida filha de Afrodite. Como poderia valer a pena enganá-la e matá-la?
— Então nós não temos escolha — ela falou miseravelmente. — Temos que salvar Hera, ou o Rei dos Gigantes será libertado. Essa é a nossa missão. O mundo depende disso. E Encélado parece ter meios de me vigiar. Ele não é burro. Ele vai saber se mudarmos o curso e formos na direção errada. Ele vai matar meu pai.
— Ele não vai matar seu pai — Leo falou. — Nós vamos salvá-lo.
— Não temos tempo! — choramingou Piper. — Além disso, é uma armadilha.
— Nós somos seu amigos, rainha da beleza — disse Leo. — Não vamos deixar seu pai morrer. Só temos que bolar um plano.
Treinador Hedge resmungou.
— Ajudaria se soubéssemos onde é esse monte. Talvez Éolo possa dizer. Bay Area tem uma má reputação para os semideuses. Antigo lar dos Titãs, Monte Otris, fica acima do Monte Tam, onde Atlas segura o céu nas costas. Espero que esse não seja o monte que você viu.
Piper tentou lembrar-se da vista em seu sonho.
— Eu acho que não. Era no continente
Jason franziu o cenho para o fogo, como se estivesse tentando lembrar-se de algo.
— Má reputação... isso não parece certo. Bay Area...
— Acha que já esteve lá? — Piper perguntou.
— Eu... — Ele parecia estar se aproximando de uma importante descoberta. Então a angústia voltou a seus olhos. — Eu não sei. Hedge, o que aconteceu no Monte Otris?
Hedge mordeu novamente papel e hambúrguer.
— Bom, Cronos construiu um novo castelo lá no último verão  Lugar bem desagradável, era para ser o novo quartel-general de seu novo reino e tudo mais. No entanto, não tiverem muitas batalhas lá. Cronos marchou por Manhattan, tentou tomar o Olimpo. Se eu me lembro bem, deixou alguns outros titãs cuidando do palácio, mas depois que Cronos foi derrotado em Manhattan, o lugar todo simplesmente desabou.
— Não — Jason falou.
Todos olharam para ele.
— Como assim, ‘Não’? — Leo perguntou.
— Não foi isso que aconteceu. Eu... — Ele se retraiu, olhando para fora da caverna.
— Ouviram isso?
Por um segundo, Piper não ouviu nada. Então Piper escutou: uivos cortando a noite.

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