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O Herói Perdido - CAP. 29

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo XXIX - Leo

LEO CONTINUOU OLHANDO PARA TRÁS. Esperava ver aqueles dragões de sol desagradáveis puxando uma carruagem voadora com uma vendedora mágica jogando poções, mas nada os seguiu.
Ele guiou o dragão para o sudoeste. Finalmente, a fumaça do shopping flamejante enfraqueceu na distância, mas Leo não relaxou até que os subúrbios de Chicago deram lugar a campos nevados, e o sol começou a se pôr.
— Bom trabalho, Festus. — Ele deu um soco de leve na pele de metal do dragão. — Você foi incrível.
O dragão estremeceu. Engrenagens estalaram e clicaram no seu pescoço. Leo franziu a testa. Ele não gostava daqueles barulhos. Se o disco de controle estivesse falhando de novo... não, concerteza era algo menos sério. Algo que ele pudesse consertar.
— Eu vou dar uma geral em você na próxima vez que pousarmos — Leo prometeu. — Você merece algum óleo de motor com molho de pimenta.
Festus girou os dentes, mas até aquilo parecia fraco. Ele voava tranquilamente, suas grandes asas se curvando em ângulo para empurrar o vento, mas ele estava levando uma carga pesada. Duas gaiolas nas garras e três pessoas nas costas — quanto mais Leo pensava sobre isso, mais preocupado ele ficava. Até dragões de metal tinham limites.
— Leo — Piper bateu no seu ombro. — Você está se sentindo ok?
— Sim... nada mal para um zumbi passado por lavagem cerebral. — Ele esperou que não parecesse tão embaraçado como se sentia. — Obrigado por nos salvar lá, rainha da beleza. Se você não tivesse me influenciado a sair daquele feitiço...
— Não se preocupe com isso — Piper disse.
Mas Leo se preocupava muito. Ele se sentia horrível por ter sido manipulado tão facilmente por Medeia contra seu melhor amigo. E aquele sentimento não vinha do nada... era fruto do seu ressentimento por Jason sempre estar debaixo dos holofotes e parecer não precisar dele. Leo às vezes sentia aquilo, mesmo que não tivesse orgulho disso.
O que mais o incomodava era a notícia sobre sua mãe. Medeia vira o futuro no Mundo Inferior. Foi por isso que a sua patrona, a mulher de negro em roupas feitas de terra, viera a oficina mecânica sete anos depois para assustá-lo, arruinar a sua vida. Foi por isso que sua mãe morrera — por causa de algo que Leo poderia fazer algum dia. Então de um modo esquisito, mesmo que ele não pudesse culpar seus poderes com o fogo, a morte da mãe ainda era sua culpa.
Quando deixaram Medeia naquela loja explosiva, Leo se sentiu um pouco melhor. Ele esperou que ela não escapasse, e fosse direto para os Campos da Punição, o lugar a que ela pertencia. Esses sentimentos também não o orgulhavam.
Se as almas estivessem voltando do Mundo Inferior... era possível que a mãe de Leo pudesse ser trazida de volta?
Ele tentava colocar a ideia de lado. Aquele era o pensamento de Frankenstein. Não era natural. Não era certo. Medeia podia ser trazida de volta a vida, mas ela não parecia exatamente humana, com as unhas em forma de garras, a cabeça brilhante e não se sabe o que mais.
Não, a mãe de Leo passou adiante. Pensar de outra maneira só iria levar Leo a loucura. Ainda assim, o pensamento continuava lhe cutucando, como um eco da voz de Medeia.
— Vamos ter que descer logo — ele avisou os amigos. — Mais algumas horas, talvez, para termos certeza de que Medeia não está nos seguindo. Não acho que Festus possa voar muito mais que isso.
— Sim — Piper concordou. — O Treinador Hedge provavelmente quer sair da sua gaiola de canário, também. A pergunta é: para onde estamos indo?
— Bay Area — Leo chutou. Suas memorias do shopping eram vagas, mas ele pareceu se lembrar de ouvir aquilo. — Medeia não disse algo sobre Oakland?
Piper não respondeu por tanto tempo que Leo se perguntou se ele falou algo errado.
— O pai de Piper — Jason interviu. — Algo aconteceu com o seu pai, certo? Ele foi atraído para algum tipo de armadilha.
Piper soltou uma respiração trêmula.
— Olhem, Medeia disse que vocês morreriam em Bay Area. E além disso... mesmo se fôssemos até lá, Bay Area é enorme! Primeiro precisamos encontrar Éolo e despachar os espíritos da tempestade. Bóreas disse que Éolo era o único que podia nos dizer exatamente onde ir.
Leo grunhiu.
— Então como encontramos Éolo?
Jason se inclinou para frente.
— Está dizendo que você não vê? — Ele apontou para a frente deles, mas Leo não viu nada exceto nuvens e as luzes de algumas cidades brilhando no crepúsculo.
— O quê? — Leo perguntou.
— Aquele... o que quer que seja — Jason disse. — No ar.
Leo olhou para trás. Piper parecia mais confusa que ele.
— Certo — disse Leo. — Você poderia ser mais específico na parte do ‘o-que-quer-que-seja’?
— Como uma trilha de vapor — Jason disse. — Exceto que está brilhando. Realmente fraca, mas está definitivamente ali. Estivemos seguindo-a desde Chicago, então pensei que tivessem visto.
Leo balançou a cabeça.
— Talvez Festus possa senti-la. Você acha que Éolo fez isso?
— Bem, é uma trilha mágica no vento — Jason disse. — Éolo é o deus do vento. Acho que ele sabe que temos prisioneiros para ele. Ele está nos dizendo para onde voar.
— Ou é outra armadilha — Piper disse.
O seu tom preocupou Leo. Ela não soava apenas nervosa. Ela soava desesperada, como se eles já tivessem os seus destinos selados, e como se fosse culpa dela.
— Pips, você tá bem? — ele perguntou.
— Não me chame assim.
— Ok, certo. Você não gosta de nenhum apelido que eu crio para você. Mas se seu pai está em perigo e nós podemos ajudar...
— Vocês não podem — ela disse, sua voz vacilando. — Olhe, estou cansada. Se vocês não se importam...
Ela se encostou em Jason e fechou os olhos.
Tudo bem, Leo pensou — um sinal bastante claro que ela não queria conversar.
Eles voaram em silêncio por um tempo. Festus parecia saber para onde estava indo. Ele mantece o ritmo, gentilmente curvando para o sudoeste e esperançosamente para a fortaleza de Éolo. Outro deus do vento para visitar, outra loucura para enfrentar... Ah, cara, Leo não podia esperar.
Ele estivera com muita coisa na cabeça para dormir, mas agora que estava fora de perigo, seu corpo tinha ideias diferentes. Sua energia se extinguia. A batida monótona das asas do dragão fazia seus olhos se sentirem pesados. Sua cabeça começou a cair.
— Durma um pouco — Jason disse. — Está tranquilo. Me dê as rédeas.
— Não, estou bem...
— Leo — Jason disse — você não é uma maquina. Além disso, eu sou o único que pode ver a trilha no ar. Vou fazer com que fiquemos no curso.
Os olhos de Leo começaram a se fechar sozinhos.
— Tudo bem. Talvez só...
Ele não completou a frase ate de cair para frente sobre o pescoço quente do dragão.

No seu sonho, ele ouviu uma voz cheia de estática, como um radio AM ruim:
— Alô? Esta coisa está funcionando?
A visão de Leo entrou em foco — um pouco. Tudo estava nebuloso e cinza, com interferências. Ele nunca sonhara com uma má conexão antes.
Ele parecia estar numa oficina. No canto dos seus olhos ele viu uma serra de banco, tornos mecânicos de metal e ferramentas. Uma forja brilhava vivamente numa parede.
Não era a forja do acampamento... era grande demais. Não era o bunker 9... era mais quente e mais confortável, e obviamente não estava abandonado.
Então Leo percebeu que algo estava bloqueando o meio da sua visão — algo grande e indistinto, e tão perto que Leo tinha de ficar vesgo para vê-la propriamente. Era um rosto grande e feio.
— Santa mãe! — ele gritou.
O rosto se afastou e entrou em foco. Olhando para ele estava um homem barbudo em macacões azuis e sujos. Seu rosto era granuloso e coberto de machucados, como se houvesse sido picado por um milhão de abelhas, ou arrastado em cascalho. Possivelmente os dois.
— Umpf — o homem disse. — Santo pai, garoto. Eu pensei que você conheceria a diferença.
Leo pestanejou.
— Hefesto?
Estar na presença do pai pela primeira vez, Leo provavelmente ficaria mudo ou intimidado ou alguma coisa parecida. Mas depois do que ele passou nos últimos dias, com ciclopes, uma feiticeira e um rosto no esgoto químico, tudo que Leo sentia era uma onda de aborrecimento completo.
— Agora você aparece? — perguntou. — Depois de quinze anos? Que pai maravilhoso, Rosto Peludo. Como conseguiu colocar seu nariz horrível nos meus sonhos?
O deus levantou uma sobrancelha. Uma pequena fagulha surgiu na sua barba. Então ele afastou sua cabeça e ria tão alto que as ferramentas chocalharam nas bancadas.
— Você parece a sua mãe — Hefesto disse. — Sinto falta de Esperanza.
— Ela morreu há sete anos. — A voz de Leo vacilou. — Não que você se importe.
— Mas eu me importo, garoto. Com vocês dois.
— Certo... deve ser por isso que nunca vi você antes de hoje.
O deus fez um som retumbante na sua garganta, mas pareceu mais desconfortável que irritado. Ele puxou um motor em miniatura do seu bolso e começou a mexer distraidamente nos êmbolos — o mesmo que Leo fazia quando ficava nervoso.
— Eu não sou bom com crianças — o deus confessou. — Ou pessoas. Bem, com nenhuma forma de vida orgânica, na verdade. Pensei em falar com você no funeral da sua mãe. E de novo quando você estava na quarta série... aquele projeto de ciências que você fez, o cacarejador de galinhas movido a fumaça. Muito impressionante.
— Você viu aquilo?
Hefesto apontou para a mesa de trabalho mais próximo, onde um espelho lustroso de bronze mostrava uma imagem nebulosa de Leo adormecido nas costas do dragão.
— Sou eu? — Leo perguntou. — Tipo... sou eu agora, tendo esse sonho... olhando para mim enquanto durmo?
Hefesto cocou a barba.
— Agora você me confundiu. Mas sim, é você. Estou sempre dando uma olhada em você, Leo. Mas falar com você é, hã... diferente.
— Você está assustado — Leo disse.
— Pelas engrenagens! — o deus gritou. — É claro que não!
— Sim, você está assustado. — Mas a raiva de Leo passou. Ele gastou anos pensando no que diria ao pai se um dia o encontrasse, como Leo iria censurá-lo por não participar de sua vida. Agora, olhando para aquele espelho de bronze, Leo pensou em seu pai observando o seu progresso pelos anos, atá seus estúpidos experimentos de ciências.
Talvez Hefesto não fosse mesmo um idiota, mas Leo meio que entendeu de onde vinha. Leo conhecia bem a sensação de querer fugir das pessoas, não se encaixar. Ele sabia se esconder em oficinas melhor do que tentar lidar com formas orgânicas de vida.
— Então — disse Leo — você fica olhando todas as suas crianças? Tem umas vinte no acampamento. Como consegue... não importa. Eu não quero saber.
Hefesto deve ter corado, mas seu rosto já era muito avermelhado, era difícil dizer.
— Deuses são diferentes de mortais, garoto. Podemos estar em vários lugares ao mesmo tempo... em qualquer lugar que as pessoas nos chamarem, em qualquer lugar que nossa esfera de influência seja forte. Na verdade, é raro que nossa essência esteja por completo em um só lugar... a nossa verdadeira forma. É perigoso, poderoso o bastante para destruir qualquer mortal que olhar para nós. Então, sim... muitas crianças. Acrescentando nossos aspectos diferentes, gregos e romanos... — Ele congelou os dedos no seu projeto de motor. — Er, ser um deus é complicado. E sim, eu tento dar uma olhada em todas as minhas crianças, mas especialmente você.
Leo tinha bastante certeza que Hefesto havia quase escorregado e dito algo importante, mas ele não tinha certeza do que era.
— Por que me contatar agora? — Leo perguntou. — Pensei que os deuses estivessem em silencio.
— Estamos — Hefesto se irritou. — Ordens de Zeus. Muito estranhas, até para ele. Ele bloqueou todas as visões, sonhos, e mensagens de Íris de e para o Olimpo. Hermes fica o tempo todo chateado, perdendo a cabeça porque não pode entregar mensagens. Felizmente, fiquei com o meu antigo equipamento de transmissão pirata.
Hefesto deu uma tapinha numa máquina da mesa. Parecia uma combinação de pratos de satélite, motor V-6 e máquina de café expresso. Sempre que Hefesto encostava na máquina, o sonho de Leo tremeluzia e mudava de cor.
— Usei esse na Guerra Fria — o deus disse cordialmente. — Rádio Livre Hefesto. Que dias foram aqueles!
Eu o mantenho por perto para pay-per-view, na maioria, ou fazer videos virais de cérebro...
— Vídeos virais de cérebro?
— Mas agora está acessível novamente. Se Zeus souber que estou entrando em contato com você, ele iria querer minha cabeça.
— Por que Zeus está sendo tão ignorante?
— Humpf. Ele é famoso por isso, garoto — Hefesto o chamou de garoto como se Leo fosse parte de uma máquina irritante... uma peça sobressalente, talvez, que não tinha propósito claro, mas que Hefesto não queria jogá-la fora por medo de precisar dela algum dia.
Isso não era exatamente agradável. E mais uma vez, Leo não tinha certeza se queria ser chamado de “filho.” Leo não iria começar a chamar esse cara feio, grande e desajeitado de “pai.”
Hefesto se cansou da sua engrenagem e a jogou sobre o ombro. Antes que pudesse bater no chão, a peça criou hélices de helicóptero e voou numa lixeira.
— Foi a segunda Guerra dos Titãs, suponho — Hefesto disse — o que deixou Zeus tão chateado. Nós deuses ficamos... bem, embaraçados. Não acho que há outro modo de dizer isso.
— Mas vocês ganharam — Leo disse.
O deus grunhiu.
— Ganhamos porque os semideuses do... — novamente ele hesitou, como se sempre escorregasse — do Acampamento Meio-Sangue tomaram a dianteira. Ganhamos porque nossos filhos lutaram por nós, mais inteligentes do que fomos. Se nós tivéssemos confiado no plano de Zeus, teríamos caído para o Tártaro lutando com o tempestuoso gigante Tifão, e Cronos teria ganho. Já era ruim o bastante que mortais ganharam nossa guerra por nós, mas então aquele jovem arrogante, Percy Jackson...
— O cara que está desaparecido.
— Humpf. Sim. Ele. Ele teve a ousadia de rejeitar a nossa oferta de imortalidade e falar para prestarmos mais atenção aos nossos filhos. Er, sem ofensas.
— Ah, como eu poderia me ofender? Por favor, continue me ignorando.
— Muito compreensível da sua parte... — Hefesto franziu a testa, então suspirou, exausto. — Foi sarcasmo, não foi? Máquinas não usam sarcasmo, geralmente. Mas como estava dizendo, os deuses se sentiram humilhados, envergonhados por mortais. A princípio, naturalmente, estávamos gratos. Mas depois de alguns meses, os sentimentos ficaram amargos. Somos deuses, afinal. Precisamos ser admirados, procurados, temidos e admirados.
— Mesmo se estiverem errados?
— Especialmente! E Jackson ter negado nosso presente, como se ser mortal fosse de algum jeito melhor que ser um deus... bem, foi um golpe duro para Zeus. Ele disse que o tempo de voltar aos valores tradicionais passou. Deuses existem para serem respeitados. Nossos filhos devem ser vigiados, não visitados. O Olimpo foi fechado. Pelo menos aquilo era parte do seu raciocínio. E, é claro, começamos a ouvir falar de coisas más se agitando sob a terra.
— Os gigantes, você quer dizer. Monstros se reformando instantaneamente. Os mortos se erguendo de novo. Coisas assim?
— É, garoto...
Hefesto virou um botão na sua velha máquina de transmissão pirata. O sonho de Leo ficou colorido, mas o rosto do deus estava um tumulto grande de machucados vermelhos e contusões preto e amarela que Leo desejou que voltasse para preto e branca.
— Zeus acha que pode reverter a maré — o deus disse — acalmar a terra para ela voltar a dormir contanto que fiquemos quietos. Nenhum de nós realmente acredita nisso. E eu não me importo em dizer, não estamos em forma para lutar em outra guerra. Mal sobrevivemos aos titãs. Se vamos repetir o padrão antigo, o que vem depois é ainda pior.
— Os gigantes — Leo disse. — Hera disse que semideuses e deuses tinham que unir forças para derrotá-los. É verdade?
— Sabe... Odeio concordar com a minha mãe em algo, mas sim. Aqueles gigantes são duros de matar, garoto. Eles são de uma raça diferente.
— Raça? Você os faz parecer cavalos de corrida.
— Ha! — o deus disse. — São mais como cachorros de guerra. Lá no início, entende, tudo na criação se originou dos mesmos pais: Gaia e Urano, Terra e Céu. Eles tinham seus grupos diferentes de filhos: titãs, ciclopes anciões e assim por diante. Então Cronos, o líder titã... bem, você provavelmente já ouviu como ele matou seu pai Urano com uma foice e tomou o mundo. Então os deuses vieram, filhos dos titãs, e derrubaram eles. Mas aquele não foi o fim. A terra trouxe um novo grupo de filhos, exceto que foram procriados por Tártaro, o espirito do abismo eterno, o lugar mais maligno e obscuro do Mundo Inferior. Aqueles filhos, os gigantes, foram produzidos com um propósit: se vingar de nós pela queda dos titãs. Eles se ergueram para destruir o Olimpo, e chegaram tremendamente perto.
A barba de Hefesto começou a entrar em combustão. Ele distraidamente esmagou as chamas.
— O que a minha maldita mãe Hera esta fazendo agora... ela é uma tola intrometida jogando um jogo perigoso, mas tem razão sobre uma coisa: vocês semideuses tem que se unir. É o único jeito de abrir os olhos de Zeus, convencer os olimpianos que eles devem aceitar a ajuda de vocês. E é o único modo de vencer o que está vindo. Você é parte importante nisso, Leo.
O olhar do deus pareceu muito longe. Leo se perguntou se realmente poderia se dividir em partes diferentes — onde mais ele estava agora? Talvez seu lado grego estivesse consertando um carro ou indo num encontro, enquanto seu lado romano estava assistindo um jogo de bola e pedindo pizza. Leo tentou imaginar o que devia ser ter múltiplas personalidades. Ele esperou que não fosse hereditário.
— Por que eu? — ele perguntou, e assim que disse isso, mais perguntas inundaram. — Por que me reclamar agora? Por que não quando eu tinha treze, como você devia? Ou você podia me reclamar quando eu tinha sete, antes da minha mãe morrer! Por que você não me encontrou mais cedo? Por que não me alertou sobre isso?
A mão de Leo rompeu em chamas.
Hefesto o olhou tristemente.
— Essa é a parte mais difícil, garoto. Deixar meus filhos trilharem seus próprios caminhos. Interferir não funciona. As Parcas se asseguram disso. Quanto à reclamação, você é um caso especial, garoto. O tempo teve que ser certo. Eu não posso explicar muito mais, porém...
O sonho de Leo ficou vago. Por um momento, transformou-se numa reprise da Roda da Fortuna. Então Hefesto voltou a foco.
— Droga! — ele disse. — Eu não posso falar mais. Zeus está sentindo um sonho ilegal. Ele é o senhor do ar, afinal, o que inclui as ondas que navegam pelo ar. Apenas ouça, garoto: você tem um papel a cumprir. Seu amigo Jason tem razão, o fogo é um dom, não uma maldição. Não dou essa bênção para qualquer um. Eles nunca derrubarão os gigantes sem você, muito menos a mestra a quem eles servem. Ela é pior do que qualquer deus ou titã.
— Quem? — Leo exigiu.
Hefesto franziu a testa, sua imagem ficando mais vaga.
— Eu já te disse. Sim, tenho certeza que disse. Mas fique atento: ao longo do caminho, você perderá alguns amigos e ferramentas valiosas. Mas não é sua culpa, Leo. Nada dura para sempre, nem as melhores máquinas. E tudo pode ser reutilizado.
— O que você quer dizer? Não gosto como isso soa.
— Não, você não deveria mesmo. — A imagem de Hefesto estava pouco visível agora, só uma bolha na estática. — Só tome cuidado com...
O sonho de Leo virou a Roda da Fortuna, bem no momento em que a roda parou em "perde tudo" e a
audiência fez “Ahhhhhhh!”
Então Leo acordou com Jason e Piper gritando.

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