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O Herói Perdido - CAP. 27

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo XXVII - Piper


PIPER QUERIA CORRER PARA O ELEVADOR.
Sua segunda escolha: atacar a princesa estranha agora, pois ela tinha certeza de que uma luta estava vindo. O jeito que o rosto da senhora brilhou quando ela ouvira o nome de Jason fora ruim o bastante. Agora Vossa Alteza estava sorrindo como se nada tivesse acontecido, e Jason e Leo não pareciam achar que havia algo errado.
A princesa gesticulou para o balcão de cosméticos.
— Devemos começar com poções?
— Legal — Jason disse.
— Gente — Piper interrompeu — estamos aqui para pegar os espíritos da tempestade e o Treinador Hedge. Se essa... princesa é realmente nossa amiga...
— Ah, eu sou melhor que uma amiga, minha querida — Vossa Alteza disse. — Eu sou uma vendedora. — Seus diamantes faiscaram, e seus olhos brilharam como os de uma cobra: frios e obscuros. — Não se preocupe. Vamos descer para o primeiro andar, viu?
Leo assentiu ansiosamente.
— Claro! Parece uma boa ideia. Certo, Piper?
Piper lançou o seu melhor olhar cortante: Não, não parece!
— É claro que está certo. — Vossa Alteza colocou suas mãos nos ombros de Leo e Jason e os guiou para os cosméticos. — Vamos, garotos.
Piper não teve muitas escolhas a não ser segui-los.
Ela odiava shoppings — especialmente porque ela era pega roubando vários deles. Bem, não exatamente pega, e não exatamente roubando. Ela falava para os vendedores lhe darem computadores, botas novas, anéis de ouro, uma vez até um cortador de grama, embora ela não tivesse ideia por que queria um. Ela nunca ficava com as coisas. Ela só fazia isso para chamar a atenção do pai. Geralmente falava para o entregador do bairro devolver tudo, mas naturalmente os vendedores notavam o que tinha feito e logo chamavam a polícia, que encontrava Piper.
Seja lá como fosse, ela não estava animada para voltar a um shopping — especialmente um dirigido por uma princesa louca que brilhava no escuro.
— E aqui — a princesa disse — poderão encontrar a melhor seleção de misturas mágicas do mundo.
O balcão estava abarrotado com béqueres borbulhantes e frascos fumegantes em tripés. Alinhando as prateleiras de exposição havia cantis de cristal — alguns com forma de cisnes ou de ursos. Os líquidos dentro deles eram de todas as cores, de branco brilhante a bolinhas. E os cheiros — ugh! Alguns eram agradáveis, como biscoitos recém-cozidos ou rosas, mas eram misturados com aromas de pneu queimado, spray de gambá e armários de ginásio.
A princesa apontou para um frasco vermelho como sangue — um simples tubo de ensaio com uma rolha de cortiça.
— Esse cura qualquer doença.
— Até câncer? — Leo perguntou. — Lepra? Unha encravada?
— Qualquer doença, doçura. E esse frasco... — ela apontou para um recipiente em forma de cisne com liquido azul dentro — vai lhe matar muito dolorosamente.
— Incrível — Jason disse. Sua voz soava ofuscada e sonolenta.
— Jason — Piper disse. — Temos um trabalho a fazer. Lembra?
Ela tentou colocar força nas suas palavras, envolver Jason com seu charme e tirá-lo do transe, mas sua voz soava trêmula até mesmo para ela. A princesa a assustara demais, fez a sua confiança se desintegrar, do mesmo jeito que ela se sentiu no chalé de Afrodite com Drew.
— Trabalho a fazer — Jason murmurou. — Certo. Mas compras primeiro, ok?
A princesa sorriu radiante para ele.
— Então temos poções para resistir ao fogo...
— Disso eu não preciso — Leo disse.
— Mesmo? — A princesa fitou o rosto de Leo mais de perto. — Você não parece estar usando meu filtro solar de marca registrada… mas não importa. Também temos poções que causam cegueira, insanidade, sono e...
— Espere — Piper ainda estava fitando o frasco vermelho. — Essa poção pode curar memória perdida?
A princesa estreitou os olhos.
— Possivelmente. Sim. Por que, minha querida? Você se esqueceu de algo importante?
Piper tentou manter sua expressão neutra, mas se aquele frasco pudesse curar a memória de Jason...
Eu realmente quero isso? ela se perguntou.
Se Jason descobrisse quem ele era, poderia não ser mais seu amigo. Hera tirara suas memórias por um motivo. Ela lhe dissera que era o único jeito de ele sobreviver ao Acampamento Meio-Sangue. E se Jason descobrisse que ele era o inimigo deles, ou algo parecido? Ele poderia sair da sua amnésia e decidir que odiava Piper. Poderia ter uma namorada de onde quer que ele viesse.
Não importa, ela decidiu, o que meio que a surpreendeu.
Jason sempre parecia tão aflito quando tentava lembrar-se das coisas. Piper odiava vê-lo daquela maneira. Ela queria ajudá-lo porque se importava com ele, mesmo se aquilo significasse perdê-lo. E talvez isso fizesse a viagem pelo shopping da Vossa Loucura lucrativa.
— Quanto custa? — Piper perguntou.
A princesa teve um olhar distante nos seus olhos.
— Bem, agora... O preço é sempre algo relativo. Eu amo ajudar as pessoas. Honestamente, amo. E tento manter minhas ofertas, mas às vezes as pessoas me enganam. — Seu olhar caiu em Jason. — Uma vez, por exemplo, eu conheci um jovem bonito que queria um tesouro do reino de meu pai. Fizemos um trato, e prometi ajudá-lo a roubar.
— Do seu próprio pai? — Jason ainda parecia ter sua metade num transe, mas a ideia pareceu incomodá-lo.
— Ah, não se preocupe — a princesa disse. — Eu pedi um preço alto. O jovem tinha que me levar embora com ele. Ele era bastante bonito, elegante, forte... — Ela olhou para Piper. — Tenho certeza, minha querida, que você entende como uma pessoa pode ser atraída para um herói assim, e querer ajudá-lo.
Piper tentou controlar suas emoções, mas ela provavelmente corou. Teve a sensação arrepiante de que a princesa podia ler seus pensamentos.
Também achou a história da princesa perturbadoramente familiar. Peças dos mitos antigos que ela lera com seu pai começavam a se juntar, mas essa mulher não podia ser a que ela estava pensando.
— De qualquer forma — Vossa Alteza continuou — meu herói tinha que fazer várias tarefas impossíveis, e eu não estou me gabando quando digo que ele não poderia ter feito-as sem mim. Eu traí minha própria família ajudar o herói, mas ainda assim ele trapaceou com o meu pagamento.
— Trapaceou? — Jason franziu o cenho, como se tentasse lembrar-se de algo importante.
— Que confusão — Leo disse.
Vossa Alteza deu uma tapinha na sua bochecha afetuosamente.
— Tenho certeza de que você não precisa se preocupar, Leo. Você parece honesto. Você sempre pagaria um preço justo, não pagaria?
Leo assentiu.
— O que estávamos comprando mesmo? Vou levar dois.
Piper interrompeu.
— Então, o frasco, Vossa Alteza. Quanto custa?
A princesa avaliou as roupas de Piper, seu rosto, sua postura, como se colocasse uma etiqueta de preço num semideus levemente usado.
— Você daria qualquer coisa por ele, minha querida? — a princesa perguntou. — Eu acho que sim.
As palavras atingiram Piper como uma onda enorme. A força da sugestão quase a fez cair. Ela queria pagar qualquer preço. Ela queria dizer sim.
Então seu estômago se torceu. Piper percebeu que ela estava sendo encantada. Ela sentira algo assim antes, quando Drew falou na fogueira, mas isso era um milhão de vezes mais potente. Por isso que seus amigos estavam daquela maneira. Era isso que as pessoas sentiam quando Piper usava seu charme? Uma sensação de culpa se assentou sobre ela.
Ela chamou toda a sua força de vontade.
— Não, eu não vou pagar qualquer preço. Mas um preço justo, talvez. Depois disso, precisamos partir. Certo, garotos?
— Partir? — Jason disse.
— Você diz… depois das compras? — Leo perguntou.
Piper queria gritar, mas a princesa abaixou sua cabeça, examinando Piper com respeito recém-encontrado.
— Impressionante — a princesa disse. — Não são muitas as pessoas que resistem as minhas sugestões. Você é filha de Afrodite, minha querida? Ah, sim, eu devia ter percebido. Não importa. Talvez devêssemos ver um pouco mais antes de decidirem o que comprar, né?
— Mas o frasco...
— Agora, garotos — Ela virou para Jason e Leo. Sua voz era muito mais poderosa do que a de Piper, tão cheia de confiança que Piper não teria a mínima chance. — Vocês gostariam de ver mais?
— Claro — Jason disse.
— Ok — Leo disse.
— Excelente — a princesa disse. — Vocês precisarão de toda a ajuda que conseguirem se forem para Bay Area.
As mãos de Piper se moveram para a sua adaga. Ela pensou sobre seu sonho no topo do Monte — a cena que Encélado lhe mostrara, um lugar que ela conhecia, onde devia trair seus amigos em dois dias.
— Bay Area? — Piper disse. — Por que Bay Area?
A princesa sorriu.
— Bem, é onde eles morrerão, não é?
Então ela os levou para as escadas rolantes, Jason e Leo ainda parecendo animados para comprar.

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