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O Herói Perdido - CAP. 19

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo XIX - Jason

JASON NÃO QUERIA DEIXAR LEO sozinho, mas ele começou a pensar que ficar com o
maníaco do hóquei Cal era a opção menos perigosa nesse lugar.
Enquanto eles subiam a escadaria congelada, Zetes ficava atrás dele, espada na mão. O rapaz podia parecer um dançarino de disco, mas não havia nada engraçado naquela espada. Jason calculou que um golpe daquela coisa provavelmente iria lhe transformar em picolé.
E então havia a princesa do gelo. De vez em quando ela virava e dava a Jason um sorriso, mas não havia calor na sua expressão. Ela julgou Jason como se ele fosse um espécime científico especialmente interessante — um que ela mal podia esperar para dissecar.
Se essas eram as crianças de Bóreas, ele não estava certo se queria encontrar o pai. Annabeth disse para ele que Bóreas era o mais amigável dos deuses do vento. Aparentemente aquilo significava que ele não matava heróis tão rápido quanto os outros faziam.
Jason começou a desconfiar que tinha levado seus amigos para uma armadilha. Se as coisas ficassem ruins, ele não sabia se poderia tirá-los vivos. Sem pensar sobre isso, ele pegou a mão de Piper para reassegurar-se.
Ela levantou as sobrancelhas, mas não soltou.
— Ficará tudo bem — ela prometeu. — É só uma conversa, certo?
No topo da escada, a princesa do gelo olhou para trás e notou-os de mãos dadas. Seu sorriso sumiu. Subitamente a mão de Jason na de Piper virou gelo frio — frio ardente. Ele soltou, e seus dedos estavam fumegando com gelo. A de Piper também.
— Calor não é uma boa ideia aqui — a princesa avisou — especialmente quando eu sou sua melhor chance de ficarem vivos. Por favor, por aqui.
Piper franziu para ele, nervosa. O que foi isso?
Jason não tinha uma resposta. Zetes o cutucou nas costas com sua espada gelada, e eles seguiram a princesa por um sólido corredor coberto por tapetes gelados. Brisas frias sopravam de um lado ao outro, e os pensamentos de Jason voavam quase tão rápido quanto elas. Ele teve muito tempo para pensar enquanto montavam o dragão para o norte, mas se sentiu mais confuso que nunca.
A foto de Thalia ainda estava no seu bolso, mas ele não precisava mais olhar para ela. A imagem dela estava gravada na sua mente. Era ruim demais não lembrar seu passado, mas saber que tinha uma irmã em algum lugar por aí que podia ter respostas e não ter nenhuma maneira de encontrá-la — aquilo só o deixava mais maluco.
Na foto, Thalia não tinha nada em comum com ele. Eles tinham olhos azuis, mas era só isso. Seu cabelo era preto. Sua aparência era mais mediterrânea. Seus traços faciais eram mais duros — como os de um falcão.
Ainda assim, Thalia parecia tão familiar. Hera só lhe deixara memória o bastante para que ele pudesse ter certeza de que Thalia era sua irmã. Mas Annabeth agiu completamente surpresa quando ele lhe contou, como se ela nunca tivesse ouvido falar de Thalia ter um irmão. Thalia sabia sobre ele? Como eles foram separados?
Hera pegara aquelas memórias. Ela roubara tudo do passado de Jason, o jogado numa nova vida, e agora ela esperava que ele a salvasse de uma prisão só para que pudesse pegar de volta o que lhe foi tomado. Isso deixou Jason tão irritado que ele queria ir embora, deixar Hera apodrecer naquela prisão: mas ele não podia. Ele estava obcecado. Ele tinha que saber mais, e aquilo o fazia ainda mais ressentido.
— Ei — Piper tocou seu braço. — Você ainda está comigo?
— Sim... sim, desculpe.
Ele estava agradecido por ter Piper ao seu lado. Ele precisava de uma amiga, e estava contente que ela começava a perder a benção de Afrodite. A maquiagem estava enfraquecendo. Seu cabelo estava lentamente voltando ao seu estilo repicado com suas pequenas tranças nos lados. Isso a fez parecer mais real, e aos olhos de Jason, mais linda.
Agora ele tinha certeza de que eles nunca se conheceram antes do Grand Canyon. O relacionamento deles era só um truque da Névoa na mente de Piper. Porém, quanto mais tempo que ele ficava com ela, mais ele desejava que fosse real.
Pare com isso, disse para si mesmo. Não era justo com Piper, pensando desse jeito. Jason não tinha ideia do que o estava esperando de volta a sua vida antiga — ou quem estava esperando. Mas ele estava bastante certo que seu passado não se misturaria com o Acampamento Meio-Sangue. Depois dessa missão, quem sabia o que aconteceria? Assumindo ainda que eles sobrevivessem.
No fim do corredor eles se acharam na frente de um conjunto de portas de carvalho esculpidas com um mapa-mundi. Em cada lado havia uma face barbuda de um homem, soprando brisa. Jason teve certeza que já vira mapas assim antes. Mas nessa versão, todos os sujeitos do vento eram Inverno, soprando gelo e neve de cada canto do mundo.
A princesa virou. Seus olhos castanhos brilharam, e Jason sentiu que era um presente de natal que ela estava esperando abrir.
— Essa é a sala do trono — ela disse. — Comporte-se o melhor que puder, Jason Grace. Meu pai pode ser... frio. Eu vou traduzir para você, e tentar encorajá-lo a ouvi-lo. Espero que ele te poupe. Podemos ter certa diversão.
Jason supos que a definição da garota de "diversão" não era a mesma dele.
— Hã, ok — ele controlou. — Mas na verdade, só estamos aqui para uma pequena conversa. Partiremos logo depois.
A garota sorriu.
— Eu adoro heróis. São tão ingênuos.
Piper descansou sua mão na adaga.
— Bem, que tal nos dizer algumas coisas? Você diz que vai traduzir para nós, e nem sabemos quem você é. Qual seu nome?
A garota fungou com desagrado.
— Suponho que não me surpreenderia que não me reconhecesse. Até nos tempos antigos, os gregos não me conheciam muito bem. As ilhas deles eram muito quentes, muito longe do meu domínio. Eu sou Quione, filha de Bóreas, deusa da neve.
Ela agitou o ar com seu dedo, e uma nevasca em miniatura rodou ao seu redor — grandes e fofos flocos tão macios quanto algodão.
— Agora, venham — Quione disse. As portas de carvalho se abriram com o vento, e uma luz azul fria escapou da sala. — Esperançosamente, vocês sobreviverão a sua pequena conversa.

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