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O Herói Perdido - CAP. 15

.. domingo, 31 de março de 2013

Capítulo XV - Piper


PIPER ACORDOU E IMEDIATAMENTE PEGOU um espelho. Havia vários deles no chalé de  Afrodite. Ela sentou no beliche, olhou para o seu reflexo e gemeu.
Ainda estava esplendida.
Na noite passada depois da fogueira, ela tentou de tudo. Ela bagunçou o cabelo, limpou a maquiagem do rosto, chorou para ficar com os olhos vermelhos. Nada funcionou. Seu cabelo voltava a ficar perfeito. A maquiagem mágica reaplicava-se. Seus olhos recuperavam o brilho e a cor.
Ela teria mudado de roupa, mas não tinha nada pra vestir. Os outros campistas de Afrodite ofereceram a ela algumas peças (rindo pelas suas costas, ela sabia), mas cada uma era ainda mais fashion e ridícula do que as que ela usava. Agora, depois de uma horrível noite de sono, ainda sem mudanças. Piper normalmente parecia um zumbi pela manhã, mas seu cabelo estava penteado como o de supermodelos e sua pele estava perfeita. Até aquela espinha horrível na base do seu nariz, que havia aparecido há tanto tempo que Piper pensava em chamá-la de Bob, desaparecera.
Ela resmungou em frustração e passou os dedos pelo cabelo. Nada. O efeito só o colocou de volta no lugar. Ela parecia a Barbie Cherokee.
Do outro lado do chalé, Drew gritou:
— Ah, querida, isso não vai desaparecer assim. — Sua voz gotejava com falsa simpatia. — A benção da mamãe irá durar pelo menos mais um dia. Talvez uma semana, se você tiver sorte.
Piper rangeu os dentes.
— Uma semana?
As outras crianças de Afrodite — aproximadamente doze garotas e cinco garotos — sorriram ao ver seu desconforto. Piper sabia que ela devia ficar tranquila, não poderia deixar que rissem dela. Ela lidou com crianças superficiais e populares várias vezes. Mas isso era diferente. Esses eram seus irmãos e irmãs, mesmo que ela não tivesse nada em comum com eles, e como Afrodite conseguiu ter tantas crianças com idades tão próximas... Não importa. Ela não queria saber.
— Não se preocupe, querida — Drew retocou seu batom fluorescente. — Você está achando que não é daqui? Não poderíamos concordar mais. Não é, Mitchell?
Um dos garotos vacilou.
— Hã, sim. Certo.
— Humm — Drew pegou seu rímel e verificou os cílios. Todos observavam, sem ousar falar. — Então em todo caso, gente, quinze minutos até o café da manhã. O chalé não vai se limpar sozinho! E Mitchell, penso que você aprendeu sua lição. Certo, querido? Então você está na patrulha de lixo só por hoje, o.k? Mostre a Piper como é feito, pois tenho a sensação que ela terá esse trabalho em breve... isso se ela sobreviver à missão. Agora, ao trabalho, todo o mundo! É minha vez de usar o banheiro!
Todos começaram a correr, fazendo camas e dobrando roupas, enquanto Drew recolhia seu kit de maquiagem, secador de cabelos e escova, e marchava para o banheiro.
Alguém lá dentro ganiu, e uma garota de uns onze anos foi chutada para fora, apressadamente enrolada em toalhas com xampu ainda no cabelo. A porta bateu com força, e a garota começou a chorar. Alguns campistas mais velhos a confortaram e limparam a espuma do seu cabelo.
— É serio? — Piper disse para ninguém em particular. — Vocês deixam Drew tratar vocês assim?
Algumas crianças atiraram a Piper olhares nervosos, como se na verdade pudessem concordar, mas não disseram nada.
Os campistas continuaram trabalhando, embora Piper não pudesse ver por que o chalé precisava de tanta limpeza. Era uma casa de boneca em tamanho real, com paredes rosa e elegantes janelas brancas. As cortinas de renda eram misturadas em azul e verde, o que obviamente correspondia aos forros e edredons em todas as camas.
Os garotos tinham uma fila de beliches separados por uma cortina, mas a seção deles do chalé era tão limpa e organizada quanto a das garotas. Havia algo definitivamente anormal ali. Cada campista tinha um baú de madeira ao pé do beliche deles com seus nomes pintados, e Piper supôs que as roupas dentro deles estariam perfeitamente dobradas e separadas pela cor. A única marca de individualidade era como os campistas decoravam o espaço privado de seus beliches. Todos tinham fotos de celebridades que eles achavam que eram bonitas. Algumas eram fotos pessoais, também, mas a maioria era de atores ou cantores ou o que quer que fosse.
Piper esperava não ver O Pôster. Já havia passado quase um ano desde o filme, e ela pensou que agora com certeza todos jogariam fora aquelas velhas propagandas esfarrapadas e colasse algo mais novo. Mas não teve tal sorte. Ela localizou um na parede pelo armário, no meio de uma colagem de galãs famosos.
O titulo estava em vermelho vivo: REI DE ESPARTA. Embaixo dele, o pôster estampava o ator principal: o retrato de um homem sem camisa, bronzeado e sarado, com um abdome de tanquinho. Ele estava vestindo somente um saiote grego e uma capa roxa, com uma espada na mão. Parecia estar banhado em óleo, seu curto cabelo preto resplandecendo e gotas de suor pingando do seu rosto duro, aqueles tristes olhos escuros encarando a câmera como se dissesse, Eu vou matar seus homens e roubar suas mulheres! Ha-ha!
Era o pôster mais ridículo de todos os tempos. Piper e seu pai deram uma boa risada com ele da primeira vez que o viram. Então o filme rendeu um trilhão de dólares. O pôster apareceu subitamente em todos os lugares. Piper não podia fugir dele na escola, andando pela rua, nem na internet. E sim, era uma foto do seu pai.
Ela virou para que ninguém pensasse que ela estava olhando para ele. Talvez quando todos fossem ao café da manhã, ela poderia rasgá-lo sem ninguém perceber. Tentou parecer ocupada, mas não tinha mais roupas a dobrar. Ela arrumou sua cama, então percebeu que o cobertor de cima era o que Jason havia enrolado nos seus ombros na noite passada. Ela o pegou e pressionou-o no seu rosto. Cheirava a madeira queimada, infelizmente não a Jason. Ele era a única pessoa que foi genuinamente gentil com ela depois da transformação, como se estivesse preocupado com o que ela sentia, não só por causa de suas estúpidas roupas novas. Deus, ela queria beijá-lo, mas ele parecia tão desconfortável, quase com medo dela. Ela não podia realmente culpá-lo. Ela havia ficado pink-cintilante.
— Desculpe-me — disse uma voz aos seus pés. O garoto que recolhia o lixo, Mitchell, estava rastejando de quatro, pegando embalagens de chocolate e notas desintegradas debaixo dos beliches. Aparentemente, as crianças de Afrodite não eram cem por cento maníacas por limpeza.
Ela saiu do seu caminho.
— O que você fez para deixar Drew tão chateada?
Ele olhou para a porta do banheiro para ter certeza que ainda estava fechada.
— Na noite passada, depois de você ser reclamada, eu disse que você talvez não não fosse tão má.
Não era exatamente um elogio, mas Piper ficou aturdida. Um filho de Afrodite realmente a estava defendendo?
— Obrigada.
Mitchell deu de ombros.
— É, bem. Veja onde isso me levou. Mas o que importa, bem-vinda ao Chalé 10.
Uma garota com tranças loiras e aparelho nos dentes correu com uma pilha de roupas nos braços. Ela olhou ao redor furtivamente como se estivesse entregando materiais nucleares.
— Peguei essas roupas pra você — ela sussurrou.
— Piper, conheça Lacy — Mitchell disse, ainda rastejando pelo chão.
— Oi — Lacy disse sem fôlego. — Você pode trocar de roupa. A benção não irá te impedir. Isso é só, você sabe, uma mochila, algumas rações, ambrósia e néctar para emergências, alguns jeans, umas camisas extras e um agasalho. As botas podem ficar um pouco grandes. Mas... bem... temos uma coleção. Boa sorte na sua missão!
Lacy despejou as coisas na cama e começou a ir embora, mas Piper pegou seu braço.
— Espere. Pelo menos me deixe agradecer! Por que está com tanta pressa?
Lacy pareceu a ponto de ter um ataque de nervos.
— Ah, bem...
— Drew pode descobrir — Mitchell explicou.
— Eu posso ter que usar os sapatos da vergonha! — Lacy engoliu em seco.
— Os o quê? — Piper perguntou.
Lacy e Mitchell apontaram para uma prateleira negra montada no canto do quarto, como um altar. Exibida ali havia um par de horrorosas sandálias ortopédicas brancas brilhantes, com solas grossas.
— Eu tive que usá-las uma vez durante uma semana — Lacy choramingou. — Elas não combinam com nada!
— E há castigos piores — Mitchell alertou. — Drew pode ser muito persuasiva, entende? Não são muitos filhos de Afrodite que tem esse poder, mas ela é capaz de nos fazer agir de forma vergonhosa. Piper, você é a primeira pessoa em um longo tempo que pode resistir a ela.
— Muito persuasiva... — Piper lembrou a noite passada, o jeito como a multidão na fogueira havia oscilado de um lado ao outro entre as opiniões de Drew e as dela. — Você está falando sobre... uma capacidade de dizer às pessoas que façam o que ela quer? Ou... lhe dar coisas. Como um carro?
— Ah, não dê ideias a Drew! — Lacy ofegou.
— Mas sim — Mitchell disse. — Ela poderia fazer isso.
— Então é por isso que ela é a conselheira-chefe — Piper disse. — Ela convenceu todos vocês?
Mitchell pegou uma bola de chiclete nojenta debaixo da cama de Piper.
— Não, ela herdou o posto quando Silena Beauregard morreu na guerra. Drew era a segunda mais velha. A campista mais velha automaticamente consegue o posto, a menos que alguém há mais tempo no acampamento ou com mais missões completas queira desafiar, no caso em um duelo, mas dificilmente acontece. Resumindo, estamos presos com Drew no cargo desde agosto. Ela decidiu fazer algumas, er, mudanças no jeito que o chalé anda.
— Sim, eu decidi! — Subitamente Drew estava ali, encostada no beliche. Lacy chiou como um porquinho-da-índia e tentou correr, mas Drew estendeu um braço para pará-la. Ela olhou para Mitchell. — Acho que você esqueceu um pouco de lixo, querido. Talvez seja melhor repassar tudo.
Piper olhou para o banheiro e viu que Drew despejou tudo da lixeira do banheiro — coisas bastante nojentas — no chão.
Mitchell levantou-se. Ele olhou para Drew como se estivesse prestes a atacar (o que Piper pagaria pra ver), mas finalmente vociferou:
— Certo.
Drew sorriu.
— Observe, Piper, querida, nós somos um bom chalé aqui. Uma família unida! Silena Beauregard, no entanto... fique sabendo. Ela estava secretamente passando informações para Cronos na Guerra dos Titãs, ajudando o inimigo.
Drew sorriu toda doce e inocente, com sua maquiagem rosa brilhante e seu cabelo escovado cheirando a noz-moscada. Ela era igual a todas as adolescentes populares de todos os colégios. Mas seus olhos eram tão frios quanto aço. Piper teve a sensação de que Drew estava olhando direto na sua alma, puxando seus segredos.
Ajudando o inimigo.
— Ah, nenhum dos outros chalés fala sobre isso — Drew contou. — Eles agem como se Silena Beauregard fosse uma heroína.
— Ela sacrificou sua vida para fazer a coisa certa — Mitchell resmungou. — Ela era uma heroína.
— Humm — Drew disse. — Outro dia na patrulha do lixo, Mitchell. Mas voltando, Silena perdeu o foco do significado de nosso chalé. Nós formamos casais no acampamento! Então os separamos e começamos tudo de novo! É a melhor diversão de todos os tempos. Não nos envolvemos em coisas como guerras e missões. Eu certamente não fui a nenhuma missão. Elas são uma perda de tempo!
Lacy levantou a mão nervosamente.
— Mas na noite passada você disse que queria ir...
Drew olhou para ela, e a voz de Lacy morreu.
— Acima de tudo — Drew continuou — certamente não precisamos de nossa imagem manchada por espiões, precisamos, Piper?
Piper tentou responder, mas não pôde. Não havia como Drew saber sobre seus sonhos ou o sequestro do seu pai, havia?
— Vai ser muito ruim ficar sem você por perto — Drew suspirou. — Mas se você sobreviver a sua pequena missão, não se preocupe, eu vou encontrar alguém para ficar com você. Talvez um daqueles garotos brutos de Hefesto. Ou Clovis? Ele é bastante repulsivo. — Drew olhou para ela com uma mistura de pena e desgosto. — Honestamente, eu não acho que seja possível Afrodite ter uma criança feia, mas... quem era o seu pai? Ele era algum tipo de mutante ou...
— Tristan McLean — Piper vociferou.
Assim que disse isso, ela se odiou. Ela nunca, jamais dera uma de "filha e famoso”. Mas Drew havia lhe tirado do sério.
— Meu pai é Tristan McLean.
O silêncio que se seguiu foi gratificante por alguns segundos, mas Piper sentiu vergonha de si mesma. Todos viraram o rosto e olharam para O Pôster, com seu pai flexionando os músculos para o mundo todo ver.
— Oh meu Deus! — metade das garotas gritou ao mesmo tempo.
— Incrivel! — um rapaz disse. — O cara com a espada que matou aquele outro cara naquele filme?
— Ele é tão gato para um sujeito velho — uma garota disse, então corou. — Digo... desculpe-me. Eu sei que ele é seu pai. Isso é tão estranho!
— Tudo é muito estranho, pessoal — Piper concordou.
— Você acha que poderia me arranjar um autógrafo? — outra garota perguntou.
Piper forçou um sorriso. Ela não podia dizer, Se meu pai sobreviver...
— Sim, sem problemas — respondeu.
A garota guinchou de animação, e mais pessoas surgiram a frente, perguntando várias coisas ao mesmo tempo.
— Você já esteve nos bastidores?
— Você vive numa mansão?
— Você tem almoço com estrelas de cinema?
— Você já teve seu ritual de passagem?
Essa pegou Piper despreparada.
— Ritual do quê? — ela perguntou.
As garotas e garotos riram e empurraram um ao outro como se fosse um tópico embaraçoso.
— O ritual de passagem para uma criança de Afrodite — um explicou. — Você faz alguém se apaixonar por você. Então quebra seu coração. Termina o namoro. Quando fizer isso, provará que é digna de Afrodite.
Piper olhou para a multidão para ver se eles estavam brincando.
— Quebrar o coração de alguém de propósito? Isso é horrível!
Os outros pareceram confusos.
— Por quê?
— Ah meu Deus! — uma garota disse. — Aposto que Afrodite quebrou o coração do seu pai! Aposto que ele nunca mais amou ninguém de novo, amou? É tão romântico. Quando fizer seu ritual de passagem, será como nossa mãe!
— Esqueça isso! — Piper gritou, um pouco mais alto do que pretendia. Os outros recuaram. — Eu não vou quebrar o coração de alguém só por causa de um ritual de passagem estúpido!
E isso, obviamente, deu a Drew a chance de retomar o controle.
— Bem, lá vai você! — ela se intrometeu. — Silena disse a mesma coisa. Ela quebrou a tradição quando  se apaixonou pelo garoto Beckendorf, e continuando apaixonada. Se você me perguntar, foi por isso que as coisas acabaram trágicas para ela.
— Não é verdade! — Lacy chiou, mas Drew olhou para ela, e ela imediatamente misturou-se de volta a multidão.
— Pouco importa — Drew continuou — porque, Piper, querida, você não poderia quebrar o coração de alguém  em todo o caso. E essa história de Tristan McLean ser seu pai... que forma mais primitiva de mendigar atenção.
Várias pessoas piscaram incertas.
— Você quer dizer que ele não é o pai dela? — alguém perguntou.
Drew revirou os olhos.
— Por favor. Agora é hora do café da manhã, gente. E a Piper aqui tem que começar aquela pequena missão. Então vamos fazer suas malas e tirá-la daqui!
Drew dispersou a multidão e colocou todos para se mexerem. Ela os chamou de “querida” e “amigo,” mas seu tom fazia claro que ela esperava ser obedecida. Mitchell e Lacy ajudaram com a mala de Piper. Eles até guardaram a porta do banheiro enquanto Piper entrava e mudava para uma roupa de viagem melhor. Roupas que, ainda bem, não eram nada demais, apenas jeans usados, uma camiseta, um casaco confortável e botas de caminhada que cabiam perfeitamente. Ela prendeu sua adaga, Katoptris, no cinto.
Quando Piper saiu, ela se sentia quase normal novamente. Os outros campistas estavam nos seus beliches enquanto Drew andava e inspecionava. Piper virou para Mitchell e Lacy e gesticulou com a boca um obrigada. Mitchell fez um movimento de cabeça e Lacy abriu um grande sorriso. Piper duvidou que Drew já tivesse agradecido por algo. Ela também notou que o pôster de Rei de Esparta fora amassado e jogado no lixo. Ordens de Drew, sem dúvida. Embora Piper quisesse arrancar o pôster por ela mesma, Piper ficou aliviada.
Quando Drew a localizou, ela fez um falso aplauso.
— Muito bem! Nossa pequena missionária vestida em roupas vagabundas novamente. Agora, vá! Sem necessidade de comer o café da manhã conosco. Boa sorte com... seja o que for. Tchau!
Piper colocou a mochila nos ombros. Ela podia sentir os olhos de todos enquanto andava até a porta. Ela só podia partir e esquecer sobre isso. Aquilo seria uma coisa fácil. O que ela tinha a ver com esse chalé, com essas crianças superficiais?
Exceto que alguns deles tentaram ajudá-la. Alguns deles até encararam Drew por ela.
Ainda na porta, ela se virou e disse:
— Sabe, vocês não tem que seguir as ordens de Drew.
As outras crianças se mexeram. Várias olharam para Drew, mas ela pareceu muito aturdida para responder.
— Hã... — alguém disse — ela é nossa conselheira-chefe.
— Ela é uma tirana — Piper corrigiu. — Vocês podem pensar por si mesmos. Ser filho Afrodite é muito mais que isso.
— Mais que isso — uma criança ecoou.
— Pensar por nós mesmos — uma segunda murmurou.
— Gente! — Drew gritou. — Não sejam estúpidos! Ela está jogando charme!
— Não — Piper disse. — Só estou dizendo a verdade.
Pelo menos, Piper pensou que era o caso. Ela não entendeu exatamente como esse negócio de charme funcionava, mas não se sentiu como se estivesse colocando algum poder especial nas palavras. Ela não queria ganhar uma discussão por usar truques contra as pessoas. Aquilo não lhe faria melhor que Drew. Piper simplesmente dizia o que queria dizer. Além disso, mesmo que tentasse jogar charme, imaginava que não funcionaria muito bem em outra pessoa com os mesmos poderes como Drew.
Drew zombou dela.
— Talvez você tenha um pouco de poder, Senhorita Estrela de Cinema. Mas você não sabe da primeira coisa sobre Afrodite. Você tem essas grandes ideias? O que você acha sobre esse chalé, então  Diga a eles. E, quem sabe, eu também possa contar algumas coisas sobre você para eles, hein?
Piper queria fazer uma réplica, mas sua raiva virou pânico. Ela era uma espiã do inimigo, assim como Silena Beauregard. Uma traidora de Afrodite. Drew sabia sobre isso ou estava blefando? Sob o olhar de Drew, sua confiança começava a esmigalhar.
— Isso não — Piper conseguiu dizer, finalmente. — Afrodite não tem nada a ver com isso.
Então ela virou e saiu correndo antes que os outros pudessem vê-la corando.
Atrás dela, Drew começou a rir.
— Isso não? Ouviram isso, gente? Ela não tem a menor ideia!
Piper prometeu a si que nunca, jamais voltaria a aquele chalé. Ela secou as lágrimas e saiu correndo pelo gramado, sem saber onde estava indo... até ver o dragão descendo do céu.

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